Abstract:
RESUMO: O bem-estar no trabalho é um sentimento agradável que se origina das situações vivenciadas na execução das tarefas. No ambiente universitário, os docentes estão suscetíveis às tensões geradas pela constante responsabilidade inerente ao processo de ensino-aprendizagem. O objetivo deste estudo foi analisar o bem-estar e as alterações de saúde apresentadas pela comunidade docente universitária. Trata-se de estudo transversal, descritivo, com participação de 32 docentes do Departamento de Enfermagem de uma Universidade Pública, por amostragem não probabilística do tipo intencional, utilizados os instrumentos de: caracterização sociodemográfica e profissional; avaliação de alterações de saúde e seu tratamento; e a Escala de Bem-Estar no Trabalho para coleta de dados no período de outubro a dezembro de 2016. Os dados foram processados e categorizados, por dupla digitação em planilha do Excell, e depois exportados e analisados no programa software Statistical Package for the Social Science versão 21.0. Realizou-se a análise descritiva das variáveis sociodemográficas, profissionais e as de alterações de saúde. Nas variáveis qualitativas, obteve-se a descrição de frequências absolutas e relativas; nas variáveis quantitativas, foi realizada a descritiva de posição através da média. Foram utilizadas estatísticas descritivas e inferenciais ao nível de significância de 0,05. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, sob protocolo nº 45417115.9.0000.5393. Dos participantes, 93,8% eram do sexo feminino, 78,1% casadas, idade média de 45,5 anos, referiram ter dois ou mais filhos (59,4%); carga horária de trabalho semanal de 40h (84,4%); renda por salário mínimo de 15,81; tempo no cargo/função 3-14 anos (62,5%); as alterações de saúde mais frequentes: cansaço físico e/ou mental (71,9%), estresse (46,9%), tensão (43,8%), falta de disposição para prática de exercícios (43,8%), irritação nos olhos, garganta e narina (43,8%), ansiedade (40,6%) e insônia/dificuldade de conciliar o sono (40,6%). Ao analisar as variáveis do afeto positivo, os profissionais expressaram moderadamente o que sentiam nos últimos seis meses, prevalecendo: alegre (50,0%) e contente (50,0%). Nas variáveis de afeto negativo prevaleceram com nem um pouco: deprimido (81,3%) e nervoso (75,0%); e com um pouco: irritado (50,0%); chateado (50,0%); preocupado (50,0%). A variável ansioso apresentou valor igualitário entre nem um pouco e um pouco (34,4%). Na análise correspondente, as realizações no trabalho concordaram totalmente: realizo o meu potencial (43,8%); desenvolvo habilidades que considero importantes (56,2%); realizo atividades que expressam minhas capacidades (50,0%). Nos seguintes itens: afeto positivo α= 0,93; afeto negativo com α= 0,91; e realização/expressividade com α=0,89. A média para a amostra do afeto positivo foi de 3,17 (dp=1,06), em uma escala de 1 a 5. Para afeto negativo, foi encontrada a média de 1,68 (dp=0,79) e para o fator realização, a média foi de 4,19 (dp=0,78). Conclui-se que o grau de bem-estar dos docentes é moderado, entretanto merece destaque o aspecto referente aos afetos negativos, que podem estar presentes devido ao cansaço físico/ou mental, estresse e tensão. Indicando a necessidade de os docentes adotarem um estilo de vida mais saudável, pois a prevenção de doenças entre esses trabalhadores poderá impactar positivamente no bem-estar geral deles e no trabalho...................ABSTRACT
The well-being at work is a pleasant feeling originated from the situations experienced in the execution of the tasks. In the university environment, teachers are susceptible to the tensions generated by the constant responsibility inherent in the teaching-learning process. The objective of this study was to analyze the welfare and health changes presented by the university teaching community. This is a cross-sectional, descriptive study with the participation of 32 professors from the Public University Nursing Department, by non-probabilistic sampling of the intentional type, using the following demographic and professional characterization tools; Evaluation of health alterations and their treatment, and the Welfare Scale at Work, for data collection from October to December 2016. The data were processed and categorized by double typing in Excell's worksheet and then exported and analyzed by the software program Statistical Package for the Social Science version 21.0. The descriptive analysis of socio-demographic, professional and health variables, as well as positive affects, negative and achievement of well-being in the teaching work according to the scale of well being at work was carried out. The research was approved by the Research Ethics Committee of the Nursing School of Ribeirão Preto, under protocol nº 45417115.9.0000.5393. RESULTS: 93.8% of the participants were female, 78.1% married, mean age 45.5 years, reported having two or more children (59.4%); Weekly workload of 40h (84.4%), income per minimum wage of 15.81, time in office / function 3-14 years (62.5%); The most frequent health alterations: physical and / or mental fatigue (71.9%), stress (46.9%), tension (43.8%), lack of disposition to practice exercises (43.8%), irritation in the eyes, throat and nostril (43.8%), anxiety (40.6%), insomnia / difficulty sleeping (40.6%). When analyzing the variables of positive affect, professionals moderately expressed their feelings in the last six months, prevailing: cheerful (50.0%), content (50.0%). In the variables of negative affection, they prevailed with none at all: depressed (81.3%); nervous (75.0%). And with a little: irritated (50.0%); annoyance (50.0%); (50.0%), the anxious variable presented an egalitarian value between no little and a little (34.4%). In the corresponding analysis the achievements in the work totally agreed: I realize my potential (43.8%); I develop skills that I consider important (56.2%); I carry out activities that express my abilities (50.0%). In the following items positive affect α = 0.93 negative affect with α = 0.91; and achievement / expressivity with α = 0.89. The mean for the positive affect sample was 3.17 (SD = 1.06) on a scale of 1 to 5. For negative affect, the mean was 1.68 (SD = 0.79) and for the achievement factor, the mean was 4.19 (SD = 0.78). It is concluded that the teachers' level of well-being is moderate, but it is worth mentioning the negative affects that may be present due to physical or mental fatigue, stress and tension. Indicating the need for teachers to adopt a healthier lifestyle, since prevention of illness among these workers can positively impact their overall well-being and work.