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RESUMO: A Incontinência Urinária (IU) é definida pela International Continence Society (ICS)
como a queixa de qualquer perda involuntária de urina. É um desvio de saúde que
atinge grande parte da população, especialmente o sexo feminino, apresentando
crescente prevalência em todo o mundo e provocando significativas alterações na
vida das pessoas. Esta pesquisa objetivou estimar a prevalência de IU e sua
correlação com os fatores de risco em mulheres atendidas em ambulatório de
ginecologia de uma Unidade Básica de Saúde de Teresina - PI. Estudo do tipo
exploratório-descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí com o CAAE
0368.0.045.000-10. Participaram do estudo 306 mulheres com idade mínima de 20 e
máxima de 83 anos. Utilizou-se como instrumento de investigação um formulário
estruturado composto por três blocos: (1) dados sociodemográficos, (2) dados
clínicos e (3) manejo da IU. Realizou-se análise estatística descritiva a partir da
distribuição da freqüência e percentuais das variáveis, utilizando-se medidas de
tendência central e dispersão, o teste 2 c (Chi-quadrado) com nível de significância
α = 5% para verificar as possíveis associações entre os quesitos estabelecidos nos
objetivos específicos da pesquisa. O teste selecionado para observar a diferença
entre o grupo que apresentou e o que não apresentou IU foi o de Mann-Whitney. A
prevalência de IU foi de 40,8%, sendo que a maioria apresentou Incontinência
Urinária de Esforço (IUE) com o percentual de 60,0%, seguida da Urge-Incontinência
(UI) com 28,2%; e 12,1%, para Incontinência Urinária Mista (IUM). Dentre os fatores
de risco mais fortemente associados à IU, com significância estatística, encontraramse
a idade (p<0,001), as doenças neurológicas (p=0,005), a diabetes (p=0,024),
hipertensão (p=0,001), o tabagismo (p<0,001), o uso de cafeína (p=0,018), cirurgias
pélvicas (p=0,001), cirurgias abdominais (p=0,037), cirurgias pélvicas e abdominais
(p=0,007), o uso de anti-hipertensivos (p=0,002), a obesidade (p=0,010),
constipação (p=0,013) e os eventos obstétricos: (número de gestações, número de
partos normais e número de abortos), todos com p<0,001. Destaca-se que quanto
ao perfil sociodemográfico e clínico predominaram mulheres com ensino médio
completo (29,6%), casadas (51,2%), naturais de Teresina (40,0%), de cor parda
(64,8%), com 04 a 06 pessoas na família (55,2%), com diversas ocupações e renda
mensal e familiar entre um e dois salários mínimos (44,8%) e (55,2%),
respectivamente, hipertensas (58,1%), que tinham o hábito de consumir cafeína
(63,9%), submetidas a cirurgias pélvicas (69,0%), que usavam anti-hipertensivo
(53,3%), e que apresentavam constipação intestinal (67,6%). Considerando o
manejo da IU, verificou-se a falta de informação, o desconhecimento e descuido
quanto à utilização de medidas preventivas e de tratamento da IU. Conclui-se que o
estudo possibilitou conhecer a situação da IU em mulheres assistidas na Atenção
Básica, evidenciando resultados semelhantes aos existentes na literatura,
contribuindo com informações relevantes e originais sobre a IU, podendo despertar
nos profissionais e gestores de saúde pública a necessidade de maior atenção para
essa clientela, no sentido de prevenção e melhoria da qualidade de vida.
ABSTRACT: Urinary incontinence (UI) is defined by the International Continence Society (ICS) as
the complaint of any involuntary leakage of urine. It is a misuse of health that affects
most of the population, especially females, with increasing prevalence worldwide and
causing significant changes in people's lives. These search aimed to estimate the
prevalence of UI and its correlation with risk factors in women attending a gynecology
outpatient clinic of a Basic Health Unit of Teresina - PI. Study is an exploratorydescriptive
cross-sectional quantitative approach, approved by the Ethics Committee
of the Federal University of Piaui with CAAE 0368.0.045.000-10. The study included
306 women aged at least 20 and maximum of 83 years. Was used as a research tool
a structured form composed of three blocks: (1) demographic data, (2) clinical and (3)
management of UI. Analysis was descriptive statistics from the frequency distribution
and percentages of variables, using measures of central tendency and dispersion,
the test (Chi-square test) with significance level α = 5% to determine possible
associations between the items specific objectives set out in the research. The
selected test to observe the difference between the group with and that did not show
UI was the Mann-Whitney test. The prevalence of UI was 40.8%, and most had
Urinary Incontinence (SUI) with the percentage of 60.0%, followed by the Urge-
Incontinence (UI) with 28.2% and 12.1 % for Mixed Urinary Incontinence (MUI).
Among the risk factors most strongly associated with UI, with statistical significance,
we found age (p <0.001), neurological diseases (p = 0.005), diabetes (p = 0.024),
hypertension (p = 0.001), smoking (p <0.001), caffeine use (p = 0.018), pelvic
surgery (p = 0.001), abdominal surgery (p = 0.037), abdominal and pelvic surgeries
(p = 0.007), use of antihypertensive (p = 0.002), obesity (p = 0.010), constipation (p =
0.013) and obstetric events (number of pregnancies, number of normal deliveries and
number of abortions), all p <0.001. It is noteworthy that the sociodemographic and
clinical profile predominated women with secondary education (29.6%), married
(51.2%), natural Teresina (40.0%), mulatto (64.8%) with 04-06 people in the family
(55.2%), with various occupations and family monthly income and between one and
two minimum wages (44.8%) and (55.2%), respectively, hypertension (58.1 %) who
had the habit of consuming caffeine (63.9%) who underwent pelvic surgery (69.0%),
who used anti-hypertensive (53.3%), and who had constipation (67.6% .)
Considering the management of UI, there was a lack of information, ignorance and
carelessness in the use of preventive measures and treatment of UI. It is concluded
that the study has helped understand the situation of UI in women seen in primary
care, showing results similar to those existing in the literature, contributing relevant
information and documents about the UI, can awaken in professional and public
health managers the need for greater attention to these clients in order to prevent
and improved quality of life. |
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