| dc.description.abstract | 
RESUMO: Ehrlichia canis  é uma bactéria gram-negativa, agente etiológico da Erliquiose Monocítica 
Canina (EMC). A co-infecção com Leishmania (Leishmania) infantum  é comum em cães 
domésticos. Ambas, afetam órgãos do sistema fagocítico mononuclear e podem levar ao 
comprometimento renal.  A patologia renal na  EMC é pouco explorada, o que nos levou 
primeiramente a caracterizar as lesões histopatológicas nos rins de cães afetados pela E. 
canis. Posteriormente, estendemos nosso estudo para uma avaliação comparativa da 
resposta imunológica na lesão renal de cães  com EMC,  cães  infectados com  L. (L.) 
infantum  e co-infectados.    Para tanto, foram utilizados 10 cães naturalmente infectados 
com  L. (L.) infantum, 12 cães naturalmente infectados com  E. canis, 15 cães co-infectados 
e 6 cães sadios. Após avaliação clínica  e confirmação do diagnóstico realizado por nested-PCR para E. canis,  e por pesquisa direta, testes sorológicos e imunoistoquímica para  L. 
L. infantum,    os animais foram eutanasiados e fragmentos de rins foram obtidos para 
exame histopatológico (Hematoxilina-Eosina [H-E], Tricrômio de Masson,  periodic 
acid-Schiff [PAS], periodic acid-methenamine silver  [PAMS] e Vermelho Congo), e para 
detecção de células T CD4 e CD8, bem como de imunoglobulinas IgG, IgM e IgA por 
imunoistoquímica. Na análise histopatológica  de rins de cães com EMC, em 100% dos 
casos havia lesões glomerulares e tubulointersticiais. A lesão glomerular era do tipo 
membranoproliferativa em 83,33%, e proliferativa em 16,67% dos cães infectados com  E. 
canis. A distribuição das lesões nos glomérulos  afetados variou entre focal e difusa em 
intensidade média a moderada, observou-se hipercelularidade no mesângio e 
espessamento da matriz mesangial, bem como espessamento da cápsula urinária e, em 
alguns casos da membrana basal dos capilares glomerulares.  Nefrite intersticial estava 
presente na região cortical em todos os cães infectados, com infiltrado inflamatório em 
intensidade mínima a severa constituído por linfócitos, macrófagos e plasmócitos, 
localizado no interstício e nas regiões periglomerular e perivascular. Sendo que  a 
contagem diferencial mostrou predominância de linfócitos em comparação com 
plasmócitos e macrófagos. Fibrose intersticial e cilindros hialinos foram observados em 
menor intensidade. Na análise comparativa entre os cães com  E. canis, cães com  L. (L.) 
infantum e os co-infectados, as alterações glomerulares nos rins de cães com EMC eram 
menos intensas em relação aos demais grupos de animais infectados. Nestes, a lesão 
glomerular predominante também foi do tipo membranoproliferativa, sendo que se 
destacou em intensidade mais severa no grupo dos cães com  L. (L.) infantum  e nos co-infectados, bem como a fibrose e nefrite intersticial. Na análise morfométrica do infiltrado 
inflamatório, o predomínio de linfócitos foi significante nos cães infectados com  E. 
canis  em relação aos cães com  Leishmania, nos quais havia um predomínio de histiócitos. 
Na análise imunoistoquímica, as células T CD4
+
estavam presentes nos glomérulos e no 
infiltrado inflamatório intersticial em todos os cães infectados com diferença significante 
quando comparados aos cães sadios.  Enquanto, células T CD8
+
predominaram somente 
nos animais infectados por E. canis  e co-infectados.  De forma interessante, os glomérulos 
de cães com EMC tinham maior número de células T CD4
+
comparado aos cães com LV. 
As imunoglobulinas IgG, IgM e IgA apresentaram um padrão de imunomarcação na 
região cortical, com destaque nos capilares glomerulares, bem como na região medular, 
nos túbulos renais e no interstício. A deposição de IgG foi significante nos cães com LV 
na região tubular e lúmen vascular. Em conclusão, a glomerulonefrite 
membranoproliferativa é a principal lesão renal em cães com EMC e  as células T CD4
+
parecem ter um papel na sua patogênese, semelhante aos cães com LV. O aumento de 
células T CD8
+
parece contribuir para a injuria renal na EMC. O padrão de lesão renal 
observada nos animais co-infectados sugere que a infecção por  L. (L.) infantum  seja a 
principal responsável pelo comprometimento renal mais severo nos casos de co-infecção.
ABSTRACT: Ehrlichia  canis  is  a gram-negative  bacteria, etiologic  agent of  Canine  Ehrlichiosis
Monocytic  (CME).  Co-infection  with  Leishmania (Leishmania) infantum  is common in 
domestic dogs. Both pathogens affect organs of the mononuclear phagocyte system and 
can lead to renal impairment. The renal pathology at CME  is little investigated, which 
directed us first to characterize the histopathological damage to the kidneys of dogs 
affected by E. canis. Later, we extend our study to a comparison of the immune response 
in renal lesions in dogs with CME, infected with L. (L.) infantum and co-infected. To this 
end, 10 dogs were used naturally infected with L. (L.) infantum, 12 dogs naturally infected 
with  E. canis, 15 co-infected dogs and 6 healthy dogs.  After clinical evaluation and 
confirmation of the diagnosis by nested-PCR to E. canis  and parasitology, serological and 
immunohistochemical  tests to  L. (L.) infantum, the animals were euthanized and kidney 
fragments were obtained for histopathological examination (Hematoxylin and Eosin 
(HE), Masson’s trichrome, periodic acid-Schiff- PAS, periodic acid-methenamine silver 
(PAMS) and Congo red stain), and for CD4 and CD8 T cells detection as well as 
immunoglobulins IgG, IgM, IgA by immunohistochemistry. Histopathological analysis 
reveled in dogs with CME  that the main lesions were observed  in the glomerulus and 
tubulointerstitial region, in 100% of cases. The glomerular injury was the 
membranoproliferative type in 83.33%, and proliferative in 16.67% of those infected dogs 
by  E. canis. The distribution of affected glomeruli was focal and diffuse with mild to 
moderate intensity. Hypercellularity was observed in the mesangium and thickening of 
the mesangial matrix as well as thickening of urinary capsule and glomerular basement 
membrane of capillaries. Interstitial nephritis was present in the cortical region in all 
infected dogs. Inflammatory infiltrate was minimum to severe  constituted  primarily  by
lymphocytes, macrophages and plasma cells with interstitial, perivascular and 
periglomerular localization. Interstitial fibrosis and hyaline casts were observed at lower 
intensity. In the comparative analysis between the infected dogs with E. canis, dogs with 
L. (L.) infantum  and co-infected, glomerular changes in the kidneys of dogs with  CME
were less intense than the other infected groups which also  had membranoproliferative 
glomerulonephritis as main glomerular lesion being more severe in the group of dogs with 
L. (L.) infantum and co-infected, similar fibrosis and interstitial nephritis findings. In the 
morphometric analysis of the inflammatory infiltrate, the increase of lymphocytes was 
significant in dogs infected by  E. canis  when compared to dogs with Leishmania  which 
had a predominance of histiocytes. In immunohistochemical analysis, CD4
+
T cells were 
significantly present in the glomeruli and interstitial inflammatory infiltration in all dogs 
infected when compared to healthy  dogs while  CD8
+
T cells predominated only in 
animals infected with  E. canis  and co-infected.  Interesting, the glomeruli of dogs with 
CME  had higher number of CD4
+
T  cells  compared with VL dogs.  IgG, IgM and IgA 
showed a pattern of immunostaining in the cortical region, especially in glomerular 
capillaries, as well as in the spinal region, the renal tubules and interstitium. The IgG 
deposition was significant in dogs with VL in the tubules and vascular lumen. In 
conclusion, the membranoproliferative glomerulonephritis is the main renal lesion in 
dogs with CME and CD4
+
T cells seem to play a role in its pathogenesis, similar to dogs 
with VL. The increase of CD8
+
T cells appear to contribute to renal injury mainly in EMC 
disease. The pattern of renal damage observed in co-infected animals suggests that the L. 
(L.) infantum infection could be the main responsible for renal failure. | 
pt_BR |