Abstract:
RESUMO:
ALVES, Michel Muálem de Moraes. Ácido gálico e ácido elágico: taninos com propriedades antileishmania e imunomoduladoras, 2017. 64p. Dissertação de mestrado Universidade Federal do Piauí
As leishmanioses são protozooses parasitárias causadas por mais de vinte espécies diferentes de parasitas do gênero Leishmania. Amplamente distribuída, a doença atinge cerca de 88 países, onde 2 milhões de pessoas estão infectadas atualmente e 1 a 2 milhões de novos casos surgem a cada ano. O parasita é digenético e apresenta duas morfologias distintas: uma forma flagelada, a promastigota, encontrada no inseto vetor e uma forma aflagelada, a amastigota, que alberga e se multiplica no interior hostil de células do sistema fagocítico mononuclear do hospedeiro vertebrado. Os tratamentos convencionais são onerosos, além de apresentarem uma gama de efeitos colaterais e já possuírem casos reportados de resistência a estes. O ácido gálico (AcG) e ácido elágico (AcE) são compostos fenólicos derivados do metabolismo secundário de plantas que possuem atividades anti-inflamatórias, gastoprotetoras e anticarcinogênicas já conhecidas. Ainda não existindo relatos da exploração da sua atividade sobre leishmania. O objetivo deste trabalho foi de avaliar a atividade antileishmania, citotóxica e imunomoduladora do AcG e AcE., para tanto, foram realizados protocolos de atividade antileishmania sobre formas promastigotas e amastigotas axênicas de L. major, citotoxicidade sobre macrófagos murinos e eritrócitos e atividade imunomoduladora. Nossos resultados mostraram que o AcG e AcE foram capazes de inibir 100% do crecimento de formas promastigotas, de L. major na concentração de 800 μg/mL, além de provocarem alterações morfológicas nos parasitos sem, necessariamente, terem atuado degradando o DNA. Também foram capazes de induzir a morte das formas amastigotas, resultando em valores de CI50 de 16,408 μg/mL para AcG e 9,812 μg/mL para AcE sobre formas promastigotas e 29,527 μg/mL para AcG e 6,798 μg/mL para AcE sobre formas amastigotas. As concentrações médias de citotoxicidade sobre macrófagos murinos foram de 126,556 μg/mL para AcG e 23,811 μg/mL para AcE. O AcG e AcE também reduziram significativamente a infecção e infectividade de macrófagos parasitados por L. major, bem como apresentaram elevada atividade imunomoduladora atuando sobre parâmetros de ativação de macrófagos, evidenciado pelo aumento de sua capacidade fagocítica, de seu volume lisossomal, pela indução da síntese de óxido nítrico e pelo aumento da quantidade de cálcio intracelular. Investigações futuras serão feitas para avaliar os efeitos terapêuticos do AcG e AcE em modelos experimentais........ABSTRACT:
ALVES, Michel Muálem de Moraes. Gallic acid and ellagic acid: tannins with antileishmanial and immunomodulatory properties, 2017. 64p. Master's Dissertation Federal University of Piauí.
Leishmaniasis are parasitic protozoa caused by more than twenty different species of leishmania. Widely distributed, the disease reaches about 88 countries, where 2 million people are currently infected and 1 to 2 million new cases emerge each year. The parasite is digenetic and has two distinct morphologies: a flagellate form, promastigote, found in the insect vector and an aflagellate form, amastigote, which lodges and multiplies inside in the hostile cells of the mononuclear phagocytic system of the vertebrate host. Conventional treatments are costly in addition to presenting a range of side effects and already have reported cases of resistance to them. Gallic acid (GA) and ellagic acid (EA) are phenolic compounds derived from the secondary metabolism of plants that have known anti-inflammatory, protective and anticarcinogenic activities. There are no reports of the exploitation of antileishmania activity. The objective of this work was to evaluate the antileishmania, cytotoxic and immunomodulatory activity of GA and EA, For this, protocols of antileishmania activity on promastigotes and axenic amastigotes of L. major, cytotoxicity on murine macrophages and erythrocytes and immunomodulatory activity. They results showed that GA and EA were able to inhibit 100% growth of promastigotes, Leishmania major in the concentration of 800 μg/mL, besides causing morphological alterations without activity on DNA degradation of the parasites, as well as inducing death of amastigote forms at the same concentrations. IC50 values of 16,408 μg/mL for GA and 9,812 μg/mL for EA on the promastigote forms and 29,527 μg/mL for GA and 6,798 μg/mL for EA on amastigote forms. Mean concentrations of cytotoxicity on murine macrophages were 126.556 μg/mL for GA and 23.811 μg/mL for EA. GA and EA were also able to significantly reduce infection and infectivity of macrophages parasitized by L. major as well as showed high immunomodulatory activity acting on macrophage activation parameters increasing their phagocytic capacity, their lysosomal volume, inducing the synthesis of nitric oxide and increasing the amount of intracellular calcium. Future investigations will be made to evaluate the therapeutic effects of GA and EA in experimental models.