Abstract:
RESUMO: Introdução: A COVID-19, causada pelo vírus Sars-CoV-2, é uma doença nova que se instalou
em todo o mundo de forma devastadora, e tornou-se um desafio para todo o sistema mundial
de saúde, especialmente para os profissionais da área, gerando preocupação com a saúde
mental. Objetivo: Analisar a prevalência de ansiedade, depressão e estresse e suarelação com
fatores associados entre profissionais da saúde pós-pandemia COVID-19. Método:Trata-se de
um estudo transversal-analítico, realizado em um hospital público de referência para o
gerenciamento de casos moderados e graves de COVID-19 em Teresina-PI, com 201
profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem), de
ambos os sexos, que prestaram atendimento às pessoas infectadas, seja em modalidade
hospitalar ou intensiva. A coleta de dadosfoi realizada no período de julho a setembro de 2023,
por meio de um formulário sociodemográfico, ocupacionais e clínicos, além da utilização da
Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse. Um banco de dados foi elaborado no software
Microsoft Office Excel e adotou-se a técnica de identificação e correção de erros por meio da
digitação em planilha com dupla entrada. Subsequentemente, as informações foram transferidas
para o programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 26.0. Na análise estatística
foram empregados os seguintes testes: Kolmogorov-Smirnov, o de Qui-Quadrado (X2) de
Pearson, o teste de comparação U de Mann-Whitney e a análise de regressão logística binária.
As variáveis foram inseridas no modelo por meio do método enter, sendo considerada
significativa a inclusão das variáveis independentes com um critério de p<0,05. Os Odds Ratio
foram calculados com intervalos de confiança de 95%. Resultados: Após análise dos dados, os
resultadosforam divididos em três manuscritos. O primeiro: “Saúde mental pós-COVID-19 de
profissionais da saúde em hospital universitário” evidenciou que, dos participantes da pesquisa,
56,3% apresentaram sinais de depressão, 76,6% de ansiedade e 42,7% de estresse, variando
entre leve e extremamente severo. Além disso, observou-se que as variáveis “raça”, “Em qual
setor você trabalha(ou)?” e “Como você considera sua carga de trabalho no setor COVID-19?”
foram fatores de proteção para o estresse. O segundo manuscrito refere-se a “Autopercepção de
saúde de profissionaisda saúde pós-COVID-19 e fatores associados” mostrou que as variáveis
associadas à autopercepção de saúde foram religião (p=0,023), setor que trabalhou durante a
pandemia (p=0,014) e contrato de trabalho (p=0,050). Além disso, os dados mostraram que
pertencer a religião Católica foi um fator protetor para melhor autopercepção de saúde
(p=0,004; OR[IC95%]=0,174[0,053-0,572]); e trabalhar no setor enfermaria COVID-19
durante a pandemia representou uma razão de chance de 2,961 entre aqueles que apresentaram
autopercepção de saúde regular (p=0,004; OR[IC95%]=2,961[1,402-6,255]). O terceiro:
“Suporte social e percepção de saúde autorreferidos por profissionais da saúde no período pós-
COVID-19: estudo analítico”, mostrando que ter relacionamento bom (OR=0,122, IC95%=
[0,101-0,455], p=0,018) e muito bom (OR=0,267, IC95%= [0,117-0,610], p= 0,002) com
chefe/supervisor foram associados entre aqueles que tinham autopercepção melhor da sua
saúde. Conclusão: A presença da COVID-19 exacerbou desafios já existentes noambiente
profissional dos profissionais de saúde. Aspectos físicos, emocionais e estruturais, emconjunto
com as mudanças na saúde devido à COVID-19, contribuíram para a deterioração dasaúde
mental desses profissionais, especialmente problemas relacionados à ansiedade, depressão e
fatores associados.
ABSTRACT: Introduction: COVID-19, caused by the Sars-CoV-2 virus, is a new disease that has spread
across the world in a devastating way, and has become a challenge for the entire global health
system, especially for healthcare professionals. area, generating concern about mental health.
Objective: To analyze the prevalence of anxiety, depression and stress and their relationship
with associated factors among healthcare professionals post-COVID-19 pandemic. Method:
This is a cross-sectional-analytical study, carried out in a public reference hospital for the
management of moderate and severe cases of COVID-19 in Teresina-PI, with 201 health
professionals (doctors, nurses, physiotherapists and healthcare technicians). nursing), of both
sexes, who provided care to infected people, whether in hospital or intensive care. Data
collection was carried out from July to September 2023, using a sociodemographic,
occupational and clinical form, in addition to using the Depression, Anxiety and Stress Scale.
A database was created in Microsoft Office Excel software and the technique of identifying and
correcting errors was adopted by typing in a double-entry spreadsheet. Subsequently, the
information was transferred to the Statistical Package for the Social Sciences, version 26.0. In
the statistical analysis, the following tests were used: Kolmogorov-Smirnov, Pearson's Chi-
Square (X2), the Mann-Whitney U comparison test and binary logistic regression analysis. The
variables were inserted into the model using the enter method, with the inclusion of independent
variables considered significant with a criterion of p<0.05. Odds Ratio were calculated with
95% confidence intervals. Results: After data analysis, the results were divided into three
manuscripts. The first: “Post-COVID-19 mental health of healthcare professionals in a
university hospital” showed that, of the research participants, 56.3% showed signs of
depression, 76.6% of anxiety and 42.7% of stress, ranging from mild to extremely severe.
Furthermore, it was observed that the variables “race”, “In which sector do you work?” and
“How do you consider your workload in the COVID-19 sector?” were protective factors for
stress. The second manuscript refers to “Self-perceived health of healthcare professionals post-
COVID-19 and associated factors” showed that the variables associated with self-perceived
health were religion (p=0.023), sector in which they worked during the pandemic (p= 0.014)
and employment contract (p=0.050). Furthermore, the data showed that belonging to the
Catholic religion was a protective factor for better self-perceived health (p=0.004;
OR[IC95%]=0.174[0.053-0.572]); and working in the COVID-19 nursing sector during the
pandemic represented an odds ratio of 2.961 among those who presented regular self-perceived
health (p=0.004; OR[95%CI]=2.961[1.402-6.255]). The third: “Social support and health
perception self-reported by health professionals in the post-COVID-19 period: analytical
study”, showing that having a good relationship (OR=0.122, 95%CI= [0.101-0.455], p=0.018)
and very good (OR=0.267, 95%CI= [0.117-0.610], p= 0.002) with boss/supervisor were
associated among those who had a better self-perception of their health. Conclusion: The
presence of COVID-19 exacerbated existing challenges in the professional environment of
healthcare professionals. Physical, emotional and structural aspects, together with changes in
health due to COVID-19, contributed to the deterioration of the mental health of these
professionals, especially problems related to anxiety, depression and associated factors.