Repositório Institucional da UFPI

ESTÉTICA COMO PROPEDÊUTICA MORAL EM KANT: a analogia entre o belo, o sublime e o bom

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dc.contributor.author PENHA, Patrícia Silveira
dc.date.accessioned 2025-07-25T17:54:22Z
dc.date.available 2025-07-25T17:54:22Z
dc.date.issued 2025-07-25
dc.identifier.uri http://hdl.handle.net/123456789/3981
dc.description Orientador: Prof. Dr. Francisco Jozivan Guedes de Lima Examinadora externa: Profª. Dra. Maria de Lourdes Alves Borges - UFSC Examinadora interna: Profª. Dra. Edna Maria Magalhães do Nascimento Examinador externo: Prof. Dr. Kleber Carneiro Amora - UFC Examinador interno: Prof. Dr. Gustavo Silvano Batista pt_BR
dc.description.abstract RESUMO: A presente pesquisa propõe a tese segundo a qual a estética kantiana e o conceito de belo e de sublime, nos aproximam das ideias morais, pois ambas nos direcionam à ideia de um sentimento de respeito e a um sentimento moral, em distinção de qualquer sentimento meramente patológico (interesses baseados em inclinações egoístas). A partir de uma abordagem da moral e da estética de Kant utilizaremos como fio condutor as seguintes obras principais: Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785), Observações sobre o sentimento do belo e do sublime (1764) e a Crítica da Faculdade do Juízo (1790), cuja proposta é investigar de que modo o desinteresse pelo empírico pode despertar em nós uma propedêutica moral. Como obras secundárias, utilizaremos também os seguintes escritos kantianos: Crítica da Razão Pura (1781) (Estética Transcendental), Crítica da Razão Prática (1788), Metafísica dos Costumes (1797) e a Antropologia de um ponto de vista pragmático (1798), para aprofundar os conceitos que se relacionam com a problemática da estética e da moralidade. Inicialmente, faremos uma abordagem da moralidade kantiana presente na Fundamentação, com o intuito de observar quais são os critérios para um agir moral e livre, para posteriormente, entender a relação entre a estética e a moralidade na filosofia kantiana. Em segundo lugar, trataremos dos principais filósofos que serviram como ponto-chave para o desenvolvimento da teoria estética de Kant, a saber, Hume, Baumgarten e Burke. Assim, estabeleceremos as principais relações e divergências entre Kant e os estetas modernos, a fim de demonstrar que a estética kantiana nos conduz aos princípios de um agir moral. Sendo assim, realizaremos uma investigação filosófica dos principais conceitos kantianos que nos conduzem às reflexões estéticas e morais: o belo, o sublime, o interesse prático, o interesse patológico, o sentimento moral, o sentimento de respeito e o interesse intelectual pelo belo natural. A presente pesquisa se ampara nos estudos de relevantes pesquisadores (as) da filosofia kantiana, como por exemplo, Gérard Lebrun, Maria de Lourdes Borges, Jane Kneller, Eva Schaper etc., os quais ressaltam, brevemente, uma aproximação entre a estética kantiana e a moralidade. Lebrun em seu livro Sobre Kant dedica o seu último capítulo intitulado “A Razão Prática na Crítica do Juízo” a uma analogia entre o juízo de gosto e o juízo moral. Segundo Lebrun (2012), o que torna possível esta aproximação é que o juízo estético do belo e o juízo moral nos direcionam a ideia de um “sentimento de finalidade”. Este sentimento deriva de um prazer desinteressado ao contemplarmos aquilo que é belo. Adiante, Maria de Lourdes Borges nos convida, também, a uma convergência do domínio estético ao moral. Borges (2001) enfatiza que a analogia entre a moralidade e a estética não está ligada a uma semelhança de conteúdo, mas a uma “semelhança nas regras de reflexão.” Isto implica dizer que tanto o belo natural quanto a moralidade são universais, pois aprazem de modo imediato e desinteressado. Jane Kneller nos apresenta um capítulo intitulado de “Os interesses do desinteresse”, cujo livro é Kant e o poder da imaginação, o qual defende uma postura de que os juízos de gosto, assim como os juízos morais, buscam um consentimento de todos, isto é, uma exigência moral. Eva Schaper (2009) reconhece uma certa autonomia do juízo estético com relação ao juízo moral. Esta aproximação entre a estética e a moralidade se apoia na Crítica do Juízo, a qual mostra que o belo e o sublime conduzem à moralidade, porque eles suscitam em nós um estado de ânimo análogo aos juízos morais. Com isso, concluiremos que a os juízos estéticos do belo e do sublime são imprescindíveis para refletirmos sobre as questões morais, na medida em que a experiência estética nos proporciona uma propedêutica moral, isto é, não apenas o cultivo da liberdade, mas também, de nossa sensibilidade moral, ou seja, da capacidade de sermos afetados de maneira estética, justamente porque a experiência do belo e do sublime têm a possibilidade direcionar os indivíduos a uma convivência ética em sociedade. ABSTRACT: This research proposes the thesis according to which Kantian aesthetics and the concept of beauty and the sublime bring us closer to moral ideas, as both direct us to the idea of a feeling of respect and a moral feeling, in distinction from any feeling merely pathological (interests based on selfish inclinations). From an approach to Kant's morals and aesthetics, we will use the following main works as a guiding thread: Groundwork of the Metaphysics of Morals (1785), Observations on the Feeling of the Beautiful and Sublime (1764) and the Critique of Judgment (1790), whose purpose is to investigate how aesthetic disinterestedness can awaken in us a moral propaedeutic. As secondary writings, we will also use the following Kantian writings: Critique of Pure Reason (1781) (Transcendental Aesthetics), Critique of Practical Reason (1788), Metaphysics of Morals (1797) and Anthropology from a pragmatic point of view (1798), to deepen the concepts that relate to the issues of aesthetics and morality. Initially, we will approach the Kantian morality present in the Groundwork, with the aim of observing what the criteria are for moral and free action, and later, understand the relationship between aesthetics and morality in Kantian philosophy. Secondly, we will deal with the main philosophers who served as key points for the development of Kant's aesthetic theory, namely Hume, Baumgarten and Burke. Thus, we will establish the main relationships and divergences between Kant and modern aesthetes, in order to demonstrate that Kantian aesthetics leads us to the principles of moral action. Therefore, we will carry out a philosophical investigation of the main Kantian concepts that lead us to aesthetic and moral reflections: the beautiful, the sublime, the practical interest, the pathological interest, the moral feeling, the feeling of respect and intellectual interest in natural beauty. This research is based on the studies of relevant researchers of Kantian philosophy, such as Gérard Lebrun, Maria de Lourdes Borges, Jane Kneller, Eva Schaper etc., who briefly highlight an approximation between Kantian aesthetics and morality. Lebrun in his book On Kant dedicates his last chapter entitled “Practical Reason in the Critique of Judgment” to an analogy between the judgment of taste and moral judgment. In accordance with Lebrun (2012), what makes this approach possible is that the aesthetic judgment of beauty and the moral judgment direct us to the idea of a “sense of purpose”. This feeling derives from a disinterested pleasure when contemplating what is beautiful. Next, Maria de Lourdes Borges also invites us to a convergence of the aesthetic and ethical domains. Borges (2001) emphasizes that the analogy between morality and aesthetics is not linked to a similarity in content, but to a “similarity in the rules of reflection.”. This implies saying that aesthetic judgments of the beautiful and the sublime, as well as judgments are universal, as they please in an immediate and disinterested way. Jane Kneller presents us with a chapter entitled “The interests of disinterest”, whose book is Kant and the power of imagination, which defends a position that judgments of taste, as well as like moral judgments, they seek everyone's consent, that is, a moral requirement. Eva Schaper (2009) recognizes a certain autonomy of aesthetic judgment in relation to moral judgment. Our research aims to demonstrate that complacency for natural beauty brings us closer to a feeling that directs us to moral ideas. This rapprochement between aesthetics and morality is based on the Critique of Judgment, which shows that the beauty and the sublime lead to morality, because they arouses in us a state of mind analogous to moral judgments. With this, we will conclude that aesthetic judgments of the beautiful and the sublime are essential for us to reflect on moral issues, insofar as the aesthetic experience provides us with a moral propaedeutic, that is, not only the cultivation of freedom, but also of our moral sensitivity, that is, the ability to be affected in an aesthetic way, precisely because the experience of the beautiful and the sublime has the possibility of directing individuals to an ethical coexistence in society. pt_BR
dc.description.sponsorship Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES pt_BR
dc.language.iso other pt_BR
dc.subject Kant pt_BR
dc.subject Moralidade pt_BR
dc.subject Estética pt_BR
dc.subject Belo pt_BR
dc.subject Sublime pt_BR
dc.subject Morality pt_BR
dc.subject Aesthetics pt_BR
dc.subject Beauty pt_BR
dc.subject Sublime pt_BR
dc.title ESTÉTICA COMO PROPEDÊUTICA MORAL EM KANT: a analogia entre o belo, o sublime e o bom pt_BR
dc.type Preprint pt_BR


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