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RESUMO: O coronavírus (Sars-Cov-2) surgiu na China, em dezembro de 2019, sendo que suas primeiras
evidências causaram doença respiratória em humanos (COVID-19) e, devido a sua alta taxa de
transmissibilidade, disseminou-se, rapidamente, para os demais países, tornando-se uma
pandemia, o que exigiu mudanças em toda a sociedade, principalmente no contexto hospitalar.
Diante dessa situação, os cuidados com os resíduos, sobretudo, de ambientes hospitalares,
tornaram-se mais rigorosos, fazendo com que os países focassem na busca por protocolos mais
seguros de gestão e manejo dos resíduos sólidos de serviços de saúde (RSS), uma vez que uma
das possíveis formas de transmissão da COVID-19 ocorre por meio dos resíduos sólidos
infectados, tendo os RSS, em especial, uma elevada carga de agentes infecciosos. Diante dessa
problemática, este estudo objetiva analisar os processos e estratégias utilizadas no
gerenciamento dos RSS em dois hospitais de rede pública em Teresina-PI (um municipal e o
outro estadual), no contexto da pandemia de COVID-19, por meio de uma pesquisa
bibliográfica, seguida de uma investigação e análise dos protocolos para o gerenciamento dos
RSS, anteriormente e durante a pandemia de COVID-19 nos locais estudados. Além disso,
realizaram-se entrevistas e aplicaram-se questionários, junto aos responsáveis diretos por esse
gerenciamento, além de efetuarem-se levantamento dos tipos e volume de resíduos sólidos
gerados, buscando revelar os impactos e mudanças em cenários de crise sanitária nesses locais.
Com a revisão sistemática pôde-se verificar que a pandemia alterou a quantidade dos RSS,
impactando nos âmbitos social, ambiental e econômico e que estudos atuais visaram à mitigação
desses impactos com a busca de soluções “verdes”, além de mudanças e/ou adaptações nas
políticas de gestão dos RSS, enfatizando a importância de diretrizes que visem à
conscientização pública sobre os riscos desses resíduos. Os resultados indicam que os hospitais
enfrentam deficiências estruturais que comprometem a eficácia na gestão de resíduos. Ademais,
observa-se uma gestão insuficiente, caracterizada por falhas em áreas como capacitação de
pessoal, monitoramento e supervisão das empresas terceirizadas, entre outros aspectos críticos.
Ambos os hospitais ampliaram o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e
atualizaram seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS), mas as
práticas reais frequentemente divergem dos procedimentos documentados. A pesquisa revelou
também uma significativa deficiência na formação contínua dos funcionários sobre o manejo
de resíduos, evidenciando a necessidade urgente de programas de treinamento robustos para
garantir a eficácia e a segurança das práticas de gerenciamento de resíduos. Por fim, ressalta-se
que a eficácia na gestão de RSS em hospitais públicos depende de uma abordagem integrada
que envolve treinamento contínuo, melhoria da infraestrutura, sistemas de monitoramento
específicos e flexibilidade operacional. Essas ações, se adotadas de forma coesa, poderão
proporcionar um ambiente mais seguro para os trabalhadores da saúde, minimizar os impactos
ambientais e garantir a conformidade regulatória em todos os níveis de operação.
ABSTRACT: The coronavirus (SARS-CoV-2) emerged in China in December 2019, initially causing
respiratory illness in humans (COVID-19). Due to its high transmission rate, the virus quickly
spread worldwide, turning into a pandemic and necessitating significant societal changes,
particularly in the hospital setting. In this context, healthcare solid waste (HCSW) management
became more stringent, prompting the search for safer handling and disposal protocols. Since
one possible transmission route of COVID-19 is through contaminated solid waste, and HCSW
carries a high load of infectious agents, its proper management is crucial to mitigating health
risks. Given this issue, this study aims to analyze the processes and strategies employed in
HCSW management in two public hospitals in Teresina-PI (one municipal and one state-run)
during the COVID-19 pandemic. The research involved a literature review, followed by an
investigation and analysis of waste management protocols before and during the pandemic in
these hospitals. Additionally, interviews and questionnaires were conducted with those directly
responsible for waste management. The study also assessed the types and volumes of solid
waste generated to identify the impacts and changes in these hospitals amid the health crisis. A
systematic review indicated that the pandemic significantly altered the volume of HCSW,
affecting social, environmental, and economic dimensions. Recent studies have focused on
mitigating these impacts through "green" solutions, such as sustainable waste management
strategies, enhanced public awareness, and policy adaptations. The results highlight that
hospitals face structural deficiencies that compromise waste management efficiency.
Furthermore, weaknesses in staff training, monitoring, and oversight of outsourced waste
management services were observed. Both hospitals increased the use of Personal Protective
Equipment (PPE) and updated their Healthcare Solid Waste Management Plans (HCSWMP).
However, real-world practices often diverge from documented procedures. The study also
revealed a critical gap in continuous staff training regarding waste handling, emphasizing the
urgent need for robust training programs to ensure safe and effective waste management.
Ultimately, the findings underscore that effective HCSW management in public hospitals
requires an integrated approach involving continuous training, infrastructure improvements,
specialized monitoring systems, and operational flexibility. If implemented cohesively, these
measures can create a safer environment for healthcare workers, minimize environmental
impacts, and ensure regulatory compliance at all operational levels. |
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