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RESUMO: Como o Brasil possui o maior território da América do Sul e faz fronteira com outros 10 países,
o controle da raiva é estratégico para evitar sua propagação transfronteiriça. Entretanto, a raiva
em pequenos ruminantes é negligenciada no Brasil. O presente estudo avaliou a distribuição
espaço-temporal e a tendência temporal da raiva em pequenos ruminantes no Brasil entre 2005
e 2022. Foram utilizados dados oficiais sobre a notificação de casos de raiva e a densidade
populacional de caprinos e ovinos dos estados brasileiros. Foram realizadas epidemiologia
descritiva, análise temporal de clusters de alto risco e tendências temporais. Todos os estados
notificaram casos de raiva, com exceção do Distrito Federal, Roraima, Amapá, Amazonas e
Rondônia. Em ovinos foram notificados 170 casos, com destaque para o Paraná (25,88%).
Foram 62 casos em caprinos, com destaque para Bahia (37,10%) e Maranhão (19,35%).
Entretanto, o Espírito Santo apresentou o maior risco de incidência (RI) para ambas as espécies.
Os maiores picos de RI ocorreram em 2005, 2006 e 2013. Uma tendência temporal de redução
de casos em caprinos ocorreu no Nordeste e Sul do Brasil. Em ovinos, as regiões Norte,
Nordeste, Suldeste e Sul apresentaram tendência de queda. Foram formados três clusters de alto
risco: o cluster principal para caprinos ocorreu em 2006; envolvendo o Distrito Federal,
Maranhão e Tocantins; e, para ovinos, entre 2005 e 2013; no Distrito Federal, Minas Gerais,
Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. A raiva em caprinos e ovinos ocorre em
todas as regiões brasileiras, com áreas de alto risco nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul e risco
de transmissão transfronteiriça. Estes resultados fornecem uma base científica para as
autoridades de saúde animal melhorarem o controlo da raiva em pequenos ruminantes, evitando
ao mesmo tempo o risco de propagação transfronteiriça.
ABSTRACT:Since Brazil has the largest territory in South America and borders 10 other countries, rabies
control is strategic for preventing its cross-border spread. However, rabies in small ruminants
is neglected in Brazil. The present study evaluated the spatiotemporal distribution and temporal
trend of rabies in small ruminants in Brazil between 2005 and 2022. Official data on the
notification of rabies cases and the population density of goats and sheep from the Brazilian
states were used. Descriptive epidemiology and temporal analysis of high-risk clusters and
temporal trends were performed. All states reported cases of rabies, with the exception of the
Federal District, Roraima, Amapá, Amazonas and Rondônia. In sheep, 170 cases were reported,
with an emphasis on Paraná (25.88%). There were 62 cases in goats, with an emphasis on Bahia
(37.10%) and Maranhão (19.35%). However, Espírito Santo presented the highest IR for the
species. The highest peaks in IR occurred in 2005, 2006 and 2013. A temporal trend toward a
reduction in cases in goats occurred in northeastern southern and south Brazil. In sheep, the
north, northeast, southeast and south regions showed a downward trend. Three high-risk
clusters were formed: the main cluster for goats occurred in 2006; in the Federal District,
Maranhão and Tocantins; and, for sheep, between 2005 and 2013; and in the Federal District,
Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo and Paraná. Rabies in goats and sheep
occur in all Brazilian regions, with high-risk areas in the Northeast, Southeast and South regions
and a risk of cross-border transmission. These results provide a scientific basis for animal health
authorities to improve rabies control in small ruminants while avoiding the risk of
transboundary spread. |
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