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RESUMO: Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) constitui-se uma questão de saúde pública, em
razão de sua incidência e prevalência em evidente ascensão, tendo como mecanismos
envolvidos um estado de inflamação crônica e estresse oxidativo. A dieta mediterrânea (DM)
rica em frutas e vegetais é recomendada para prevenção primária e secundária de doenças
crônicas, correlacionando-se com menor incidência de Doença cardiovasculares (DCV), DRC
e de complicações. Objetivo: Associar o risco cardiovascular com adesão a dieta mediterrânea,
marcadores de estresse oxidativo e de inflamação em pacientes em terapia hemodialítica.
Métodos: Estudo transversal envolvendo 95 participantes de ambos os sexos, com idade 20 a
59 anos, atendidos em clínicas de hemodiálise em Teresina (PI). Os participantes foram
alocados em dois grupos, segundo a presença de risco cardiovascular (RCV). Foram
investigados dados socioeconômicos, de estilo de vida, antropométricos(peso, estatura, índice de
massacorporal (IMC), circunferência da cintura (CC), circunferência do quadril (CQ), razão
cintura-quadril (RCQ), razão cintura-estatura (RCEst), circunferência do pescoço (CP) e índice
de conicidade (IC), metabólicos (lipidograma e pressão arterial), marcadores do estresse
oxidativo (MDA e MPO), citocinas inflamatórias (IL-6, IL-8, IL-1β, TNF-α, IL-12p70 e IL-
10), consumo alimentar pela aplicação de 2 Recordatórios 24hs e adesão à dieta do mediterrâneo
por grupo de alimentos, com base na pirâmide do mediterrâneo. Utilizou-se o software Stata®
(Statacorp, College Station, Texas, USA), versão 14, para a organização e análise dos dados.
As variáveis categóricas foram apresentadas na forma de número relativo e absoluto, para
variáveis contínuas na forma de médias, intervalo de confiança de 95%, mediana e intervalo
interquartílico (IQR). Foi utilizado o teste do qui-quadrado de Pearson para avaliar a associação
entre o risco cardiovascular e as variáveis categóricas independente do estudo. A razão de
prevalência (RP) com intervalo de confiança de 95% (IC 95%) foi estimada pela regressão de
Poisson com variância robusta para medir a força de associação entre a variável dependente
(risco cardiovascular: não e sim) e variáveis independentes. Para variáveis contínuas, primeiro
foi aplicado o teste de Shapiro Wilk para verificar a normalidade dos dados. Posteriormente foi
aplicado o teste de Wilcoxon (Mann-Whitney) para verificar a diferença de médias entre
categorias do risco cardiovascular. O nível de significância adotado foi de p<0,05. Resultados:
A prevalência de RCV foi de 60%. Os resultados apontaram valores médios de IMC, CC, RCQ,
RCEst, CT e TG significativamente superiores no grupo com RCV. Não foi observada
associação significativa entre adesão à DM em pacientes com DRC e RCV, entretanto, os
mesmos apresentaram média a baixa adesão a DM. Houve maior prevalência de excesso de
peso (73,3%) em indivíduos com DRC com RCV. Não houve associação significativa entre os
marcadores do estresse oxidativo, citocinas inflamatórias, anti-inflamatorias e RCV.
Conclusão: Houve alta prevalência de RCV entre os participantes com DRC, com valores
significativamente elevados de IMC, CC, RCQ, RCEst, CT e TG, sugerindo a intima associação
entre RCV e DRC.
ABSTRACT: Introduction: Chronic kidney disease (CKD) is a public health issue due to its rising incidence
and prevalence. The mechanisms involved are chronic inflammation and oxidative stress,
which, if not properly regulated, can initiate a sequence of deleterious effects. A Mediterranean
diet (MD) rich in fruit and vegetables is recommended for primary and secondary prevention
of chronic diseases, correlating with a lower incidence of cardiovascular disease (CVD), CKD
and complications. Objective: To associate cardiovascular risk with adherence to the
Mediterranean diet, oxidative stress and inflammation markers in hemodialysis patients.
Methods: A cross-sectional study involving 95 participants of both sexes, aged 20 to 59 years,
attending hemodialysis clinics in Teresina (PI). The participants were allocated into two groups
according to the presence of CVR. Socioeconomic, lifestyle, anthropometric (weight, height,
body mass index (BMI), waist circumference (WC), hip circumference (HC), waist-to-hip ratio
(WHR), waist-to-height ratio (WHtR), neck circumference (NC) and conicity index (CI)) data
were investigated, metabolic parameters (lipid levels and blood pressure), oxidative stress
markers (MDA and MPO), inflammatory cytokines (IL-6, IL-8, IL-1β, TNF-α, IL-12p70 and
IL-10), food consumption using two 24-hour food recalls and adherence to the Mediterranean
diet by food group, based on the Mediterranean pyramid. Stata® software (Statacorp, College
Station, Texas, USA), version 14, was used to organize and analyze the data. Categorical
variables were presented as relative and absolute numbers, and continuous variables as means,
95% confidence interval, median and interquartile range (IQR). Pearson's chi-squared test was
used for categorical variables to assess the association between cardiovascular risk and the
study's independent variables. The prevalence ratio (PR) with 95% confidence interval (95%
CI) was estimated by Poisson regression with robust variance to measure the strength of
association between the dependent variable (cardiovascular risk: no and yes) and independent
variables. For continuous variables, the Shapiro Wilk test was first applied to verify the
normality of the data. The Wilcoxon (Mann-Whitney) test was then applied to check for
differences in means between cardiovascular risk categories. The significance level adopted
was p<0.05. Results: The prevalence of CVR was 60%. The results showed significantly higher
mean BMI, WC, WHR, WHtR, TC and TG values in the CVR group. There was no significant
association between DM adherence in patients with CKD and CVR; however, they had medium
to low DM adherence. There was a higher prevalence of overweight (73.3%) in CKD patients
with CVR. There was no significant association between oxidative stress markers,
inflammatory cytokines, anti-inflammatory cytokines and CVR. Conclusion: There was a high
prevalence of CVR among participants with CKD, with significantly elevated BMI, WC, WHR,
WHtR, TC and TG values in the CVR group, suggesting a possible increase in CVR among
CKD patients. |
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