Abstract:
RESUMO: As leishmanioses são doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania. Os macrófagos são importantes células de defesa contra microrganismos intracelulares e desempenham um papel importante neste tipo de infecção, uma vez que são as células alvo do parasito. O objetivo deste estudo é avaliar a capacidade infectante e o perfil de resposta macrofágica a diferentes isolados de Leishmania spp., obtidos de cães naturalmente infectados. Foram utilizadas três cepas isoladas de cães oriundos da cidade de Teresina-PI, naturalmente infectados (A1, A2 e A3) e uma amostra de Leishmania infantum MHOM/5745 utilizada como cepa referência. As cepas foram semeadas até que atingissem a quantidade de 5×106 parasitos/mL. Os macrófagos DH82 foram cultivados, plaqueados e infectados na proporção de 10 parasitos/macrófagos e incubados por 5 e 12 horas, o sobrenadante foi coletado e armazenado para a dosagem de óxido nítrico (NO). Ao final deste período foi realizada a contagem randômica de 100 células em cada lamínula e a dosagem de óxido nítrico. Os resultados demonstram que a cepa isolada do animal A3 apresentou um percentual de infecção de 91%, sendo superior as demais amostras que variaram de 85,5% a 86,5%. Na média de amastigotas por macrófago, os resultados foram de 3,94, 3,83 e 3,69 para A2, A1 e A3, respectivamente, enquanto a cepa referência foi de 3,56. Os resultados referentes ao índice de associação, as cepas isoladas dos animais A2 e R3 obtiveram valores de 337,29 e 336,24, que foram superiores à do isolado do animal A1 (327,89) e da cepa referência de L. infantum (308,37). Na avaliação da produção de NO, no tempo de 5 horas, a cepa isolada do animal A1 e a cepa referência produziram quantidades significativamente maiores de NO em comparação às cepas isoladas dos animais A2 e A3 e dos macrófagos estimulados com lipopolissacarídeo (LPS). Na avaliação de 12 horas de infecção, todas diminuíram significativamente a produção de NO, com exceção do isolado do animal A1, que se manteve com a produção em quantidades maiores que as demais cepas. Assim podemos concluir que a capacidade de infecção das cepas de cães naturalmente infectados não foi diferente da cepa referência e que as cepas mesmo induzindo uma produção de NO em quantidades diferentes nos tempos avaliados, observou-se um destaque para o cão assintomático.
ABSTRACT:Leishmaniases are diseases caused by protozoa of the genus Leishmania. Macrophages are important defense cells against intracellular microorganisms and play a significant role in this type of infection, as they are the target cells of the parasite. The aim of this study is to evaluate the infective capacity and macrophage response profile to different isolates of Leishmania spp., obtained from naturally infected dogs. Three strains isolated from dogs from the city of Teresina-PI, naturally infected (A1, A2, and A3), and a sample of Leishmania infantum MHOM/5745 used as a reference strain were used. The strains were cultured until they reached a quantity of 5×106 parasites/mL. DH82 macrophages were cultured, plated, and infected at a ratio of 10 parasites/macrophage and incubated for 5 and 12 hours; the supernatant was collected and stored for nitric oxide (NO) measurement. At the end of this period, a random count of 100 cells on each slide and nitric oxide measurement were performed. The results demonstrate that the strain isolated from animal A3 showed an infection rate of 91%, higher than the other samples ranging from 85.5% to 86.5%. The mean number of amastigotes per macrophage was 3.94, 3.83, and 3.69 for A2, A1, and A3, respectively, while the reference strain was 3.56. Regarding the association index, the strains isolated from animals A2 and R3 obtained values of 337.29 and 336.24, which were higher than those of the isolate from animal A1 (327.89) and the reference strain of L. infantum (308.37). In the evaluation of NO production, at the 5-hour time point, the strain isolated from animal A1 and the reference strain produced significantly higher amounts of NO compared to the strains isolated from animals A2 and A3 and macrophages stimulated with lipopolysaccharide (LPS). In the evaluation of 12 hours of infection, all strains significantly decreased NO production, except for the isolate from animal A1, which maintained production in quantities higher than the other strains. Thus, we can conclude that the infective capacity of strains from naturally infected dogs was not different from the reference strain, and although the strains induced NO production in different quantities at the evaluated times, there was a highlight for the asymptomatic dog.