DA APRENDIZAGEM DAS REDES SOCIAIS VIRTUAIS À CONSTRUÇÃO DO “NÓS”: FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PRÁTICAS EDUCATIVAS

Abstract

RESUMO As redes sociais virtuais se constituem em espaços-tempos que reformulam os modos de ser, pensar, agir e aprender na contemporaneidade marcada pelo digital. Mesmo assim, a prática educativa, geralmente, mostra-se descontextualizada dessa realidade comum nos cotidianos dos jovens estudantes, um convite para o repensar das conexões entre os contextos emergentes das realidades digitais e a educação. Isto posto, esta pesquisa apresenta a seguinte questão: como a formação de professores e a aprendizagem das redes sociais virtuais contribuem para a construção do “nós” e a reconfiguração da prática educativa no Ensino Médio? Desse modo, tem como objetivo compreender como a formação de professores contribui para a aprendizagem das redes sociais virtuais e a construção do “nós”, visando a reconfiguração da prática educativa. Em termos metodológicos, configura-se como uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-ação colaborativa, que, para ser desenvolvida, teve a colaboração de professores do Ensino Médio de uma escola pública da rede estadual de ensino localizada na cidade de Camocim, estado do Ceará. Nas rotas cíclicas, interconectadas e espiralares da pesquisa, os dados empíricos foram produzidos por meio de entrevistas semiestruturadas individuais. Assim, os achados foram organizados em categorias – conjugando orientações de Bardin (2016), sobre aspectos teóricos-metodológicos da categorização, e análises textuais do software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ) – e analisados à luz da Análise de Discurso. Os resultados indicaram que, na informalidade, na autoformação e no compartilhamento de experiências, são mobilizadas aprendizagens para a docência pelas/em redes sociais virtuais, sendo ainda, comumente, subaproveitadas em formações formais. Diante disso, as ações empreendidas na pesquisa, como espaços-tempos formativos, contribuíram para o entendimento dessas interfaces digitais e para a mobilização de aprendizados dos docentes por/em/para esses contextos, que possibilitaram a visualização de novas possibilidades para as práticas da docência. Portanto, evidenciam-se potencialidades na formação sistematizada em abordagens reflexivas e colaborativas para a compreensão das redes sociais virtuais e de seus atravessamentos em diversos aspectos da vida humana e em sociedade, especialmente, nas interfaces com a educação, elucidando possibilidades, limitações e necessidades educativas. Nessas condições, permite o autorreconhecimento e a mobilização da aprendizagem em/nas/pelas/para as redes sociais virtuais em/por/com professores, que, quando acionadas com a finalidade de melhorias ou mudanças nas atividades da docência, contribuem para a construção consciente do “nós” nas diferentes redes físicas, digitais e/ou híbridas que integram e para a reconfiguração da prática educativa. ABSTRACT Virtual social networks are spaces and times that reformulate the ways of being, thinking, acting, and learning in the contemporary world marked by digitalization. However, the educational practice is generally decontextualized from this everyday reality of young students' daily lives, an invitation to rethink the connections between the emerging contexts of digital realities and education. Therefore, this research questions: How do teachers' training and learning about virtual social networks contribute to constructing of a “knot/we” and reconfiguring educational practice in high school? Thus, it aims to understand how teacher training contributes to the learning about virtual social networks and the construction of a “knot/we”, seeking to reconfigure educational practice. In methodological terms, it is a qualitative collaborative research-action with the collaboration of high school teachers from a public state school in the city of Camocim, state of Ceará, Brazil. In the cyclical, interconnected, and spiraling research routes, empirical data were produced through individual semi-structured interviews. Thus, the findings were organized into categories – combining guidelines from Bardin (2016) on the categorization of theoretical-methodological aspects and textual analyses of the software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ). The data was analyzed in the light of Discourse Analysis. The results indicated that, during self-training and experience sharing, teachers informally mobilized information on teaching by/in virtual social networks, though they are still generally underused in formal training. Given this, the actions undertaken in the research, such as formative spaces-times, contributed to the understanding of these digital interfaces and the mobilization of teachers' learning by/in/for these contexts, enabling them to see new possibilities for teaching practices. Therefore, there is evident potential in systematized training in reflective and collaborative approaches to understanding virtual social networks and their intersections in various aspects of human life and society, especially in their interfaces with education, portraying possibilities, limitations, and educational needs. Under these conditions, they allow self-recognition and the mobilization of learning in/on/by/for virtual social networks in/by/with teachers, which, when triggered to improve or change teaching activities, can contribute to the conscious construction of the “knot/we” in the different physical, digital and/or hybrid networks they integrate and to the reconfiguration of educational practice.