Abstract:
RESUMO
Todo rio corre de montante a jusante, num fluxo constante e unidirecional, pelo
menos podemos dizer isto de suas águas, mas apenas de suas águas. Um rio,
portanto, pode ser bidirecional e porque não multidirecional, já que como fenômeno
se expande para muito além “do rio abaixo, rio acima” de suas margens. Para quem
navega sempre rio abaixo, só resta seguir o fluxo..., ou sair dele. Para quem enfrenta
a corrente rio acima sempre terá de escolher o caminho nas confluências. E assim me
posiciono contra a corrente buscando ter mais caminhos do que simplesmente seguir
a corrente. Nas últimas décadas a Arqueologia tem repensado sua prática e seu
comprometimento com as pesquisas e narrativas, considerando múltiplas
epistemologias e buscando romper paradigmas. No presente algumas pesquisas
arqueológicas têm buscado atuar de forma reflexiva e fluída perante as construções
das teses e antíteses, devido ao imbricamento de conhecimentos das humanidades e
saberes locais. Assim, a perspectiva adotada nesta pesquisa se baseia no
desenvolvimento do mapeamento profundo para especializar eventos, com intuito de
compreender a continuidade da ocupação na confluência. Partindo dos conceitos das
geohumanidades e incitado pela virada espacial o mapeamento profundo vem
trazendo interpretações profícuas para as narrativas multivocais. Os resultados aqui
apresentados se referem ao levantamento e estudo de quarenta sítios arqueológicos
correlacionados aos eventos de ocupação humana na confluência. Considerando os
dados numa perspectiva decolonial e crítica a historiografia positivista busquei a
compreensão do fluxo de ocupação humana na Confluência e suas relações com a
paisagem. Os resultados foram expostos em forma de textos, planilhas, mas também
explorando a abordagem do mapeamento profundo e ArcGis Story Maps (ERSI).
Durante o percurso do estudo foi possível perceber como o fluxo dos rios, coisas e
pessoas nos permitem compreender os processos de ocupação humana na
confluência.
ABSTRACT
All rivers run from upstream to downstream in a constant, unidirectional flux, at
least we may say this of their waters, but only of their waters. Therefore, a river may
be bidirectional and, why not multidirectional, since as a phenomenon it spreads
beyond " down river, up river " from their banks. For those who always sail downriver,
the only thing to do is follow the flux... or leave it. For those who face the flow upriver,
will always have to choose the path at the confluences. And so, I take my position
against the current, seeking to have more paths than just following the flow. In the last
decades, the Archaeology has re-thought their practice and their compromise with the
research and the narratives, taking into consideration several epistemologies and
trying to break the paradigms. Currently, some archeological researches have sought
to act in a reflective and fluid way facing the constructions of thesis and anti -thesis,
due to the articulation of humanities knowledge with the local knowledge. Therefore,
the approach adopted in this study relies on the development of deep mapping to
specialize events, to understand the continuous occupation at the confluence. From
the concepts of the geohumanities and spatial turn, the deep mapping is bringing useful
interpretations to the multivocal narratives. The results presented here refer to the
survey and the study of forty archaeological sites related to human occupation events
at the confluence. Considering the data from a decolonial perspective and from a
critical viewpoint against the positivist historiography, I sought to understand the
human occupation flux at the Confluence and their relations to the landscape. The
results were presented as texts, worksheets, but also by using the approach of the
deep mapping and ArcGis Story Maps (ERSI). Along the study it was possible to see
how the flux of the rivers, things, and people allows to understand the human
occupation processes along the confluence of the rivers.