Abstract:
RESUMO
O espaço escolar, por meio dos/as sujeitos/as que o compõe, configura-se num lócus
marcado por diversidades e diferenças. Todavia, quando essas produzem discriminações
e preconceitos, se constituem em grave problema social. Sendo assim, o objetivo desse
estudo é compreender os sentidos das práticas discursivas a respeito de gênero e
sexualidades no contexto de uma escola pública, no ensino médio, em Teresina, PI,
tomando como referência os/as estudantes, com a finalidade de identificar a presença de
discriminações e seus fatores desencadeadores e/ou potencializadores de desigualdades
no tocante às estudantes mulheres e LGBT por parte dos/as sujeitos/as que compõem a
escola (docentes, discentes e corpo administrativo). Os aportes teóricos centrais que
balizam a discussão de gênero e sexualidade estão respaldados em Connell & Pearse
(2015), Bourdieu (1989) e Foucault (2017), e suas interfaces com a educação pautadas
em Louro (1997) e Miskolci (2014). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com
aplicação de entrevistas semiestruturadas junto aos/as estudantes da referida escola
sobre o assunto. O tratamento analítico dos dados se deu através da produção de sentido
das práticas discursivas (Spink, 2010). Os resultados encontrados indicaram a presença
de discursos conservadores e reguladores da heteronormatividade. Quando associados
às estudantes mulheres sinalizaram a presença de concepções tradicionais de gênero,
relacionando-as aos afazeres da casa, considerando-as intelectualmente inferiores e
criticando-as pela liberdade de práticas no tocante às relações afetivo-sexuais. Em
relação aos estudantes LGBT os discursos afirmaram preconceitos com teor regulador e
defensor da heterossexualidade como padrão regimental do exercício ideal da
sexualidade, onde as expressões e sentimentos homoafetivos são vigiados e coagidos a
conter carícias ou troca de afetividades com os/as namorados/as, a fim de preservar uma
boa imagem da escola.
ABSTRACT
The scholar space, through the individuals that compound it, the school is configured in
a locus marked by diversities and differences. However, when they produce
discrimination and prejudice, it creates a serious social problem. Therefore, the purpose
of this study is to understand the meanings of discursive practices regarding gender and
sexualities in the context of a public high school in Teresina, PI, taking as reference the
students, in order to identify the frequency of discriminations and their triggers and / or
enhancers of inequalities regarding female and LGBT students by the individuals that
make up the school (teachers, students and administrative staff). The central theoretical
contributions that guide the discussion of gender and sexuality are written by Connell &
Pearse (2015), Bourdieu (1989) and Foucault (2017), and its interfaces with education
based on Louro (1997) and Miskolci (2014). This is a qualitative research, based in the
application of semistructured interviews with the students of the mentioned school on
the topic. The analytical treatment of data occurred through the production of meaning
of discursive practices (Spink, 2010). The results indicated the presence of conservative
and heteronormativity regulators. When associated with female students, they signalized
the presence of traditional gender conceptions, relating them to the housework,
considering them intellectually inferior and criticizing them for the freedom of practices
regarding affective-sexual relations. With regard to LGBT students, the discourses
affirmed prejudices with a regulating content and a defender of heterosexuality as the
regimental pattern of the ideal exercise of sexuality, where homoaffective expressi ons
and feelings are monitored and coerced to contain caresses or affective exchanges with
the boyfriends, in order to preserve a good image of the school.