À FLOR DA TELA: emoções juvenis no instagram durante a pandemia da COVID-19

Abstract

RESUMO Na atualidade, as redes sociais na Internet são uma das ferramentas de comunicação e interação nas relações e vínculos dos indivíduos em sociedade. No entanto, mesmo com os avanços tecnológicos já produzidos, não abrange a todas as realidades sociais quando relacionamos ao fato de que nem todos têm acesso à Internet e dispositivos móveis, evidenciando critérios de inclusão e exclusão em redes sociais na Internet. O convívio em meio desses espaços tem suscitado vários estudos para analisar as formas de estar inserido ou não em uma rede social em relação a vários aspectos comportamentais e sociais, dentro e fora dessas redes para determinados grupos sociais, os quais destacamos as juventudes. Na pandemia, dados apresentados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (2021) revelaram a exclusão de um percentual de 28,2 milhões de pessoas acima de 10 anos de idade no acesso à Internet por motivos de localização, interesse, acesso e manuseio de aparelhos eletrônicos. Por outro lado, dados do relatório Juventudes e a Pandemia do Coronavírus (2021) destacou em pesquisa realizada com 68 mil jovens no Brasil, que seis a cada dez jovens com acesso à Internet passaram a utilizar mais as redes sociais em decorrência dos efeitos diretos e indiretos da pandemia nas relações sociais, condições de saúde física e mental. Nesse sentido, a presente investigação problematiza como as emoções potencializaram-se como forma de sociabilidades juvenis no Instagram durante a Pandemia da Covid-19. Definimos como objetivo geral analisar as relações sociais juvenis na rede social Instagram e as formas como expressaram suas emoções no contexto da pandemia. E como objetivos específicos: mapear perfis de jovens que se relacionam no Instagram por meio do perfil @ufpi, descrever os conteúdos por eles veiculados e as interações estabelecidas por meio dos emojis, curtidas, comentários, imagens, vídeos; compreender as conexões que estabeleceram expressões de emoções dos jovens em seus perfis e nas entrevistas. Para isso, adensamos referências teóricas sobre as juventudes, mídias e relações sociais, para relacionarmos com as interações juvenis durante a pandemia no Instagram. Utilizamos como método de pesquisa a etnografia aplicada à Internet (Hine, 2015) com uso das técnicas de observação participante aos perfis públicos de onze jovens e a realização de entrevistas com quatro jovens, que moram em Teresina, de diferentes identidades sociais, de cursos da graduação da Universidade Federal do Piauí, do campus de Teresina e que durante a pandemia utilizaram o Instagram como meio de interação para compartilhar em seus perfis publicações sobre os seus cotidianos, se relacionar e expressar suas emoções durante o isolamento, na flexibilização das atividades e sobre a vacinação. Percorrer o espaço do Instagram demonstra a fluidez das identidades e das conexões que se perdem sem a troca de um capital social contínuo. As análises das informações recolhidas permitiram concluir que considerando a gravidade e os efeitos da pandemia nas sociabilidades, os jovens entrevistados postaram mais conteúdo positivo do que negativo em seus perfis, evidenciando o autocontrole das emoções sentidas e expressadas, seguindo uma etiqueta das emoções e de imagem nas publicações realizadas no feed e no story sobre os seus cotidianos, mesmo durante a Pandemia.

ABSTRACT Nowadays, social networks on the Internet are one of the communication and interaction tools in the relationships and bonds of individuals in society. However, even with the technological advances already produced, it does not cover all social realities when we relate to the fact that not everyone has access to the Internet and mobile devices, evidencing inclusion and exclusion criteria in social networks on the Internet. Conviviality in these spaces has given rise to several studies to analyze the ways of being inserted or not in a social network concerning various behavioral and social aspects, inside and outside these networks for certain social groups, which we highlight the youth. During the pandemic, data presented by the Continuous National Household Sample Survey (2021) revealed the exclusion of a percentage of 28.2 million people over 10 years of age from accessing the Internet due to location, interest, access, and handling of electronic devices. On the other hand, data from the report Juventudes e a Pandemia do Coronavirus (2021) highlighted in a survey carried out with 68 thousand young people in Brazil, that six out of ten young people with Internet access began to use social networks more because of the direct effects and indirect effects of the pandemic on social relationships, physical and mental health conditions. In this sense, the present investigation problematizes how emotions were potentiated as a form of youth sociability on Instagram during the Covid-19 pandemic. We defined it as a general objective to analyze youth social relationships on the Instagram social network and how they expressed their emotions in the context of the pandemic. And specific objectives: to map profiles of young people who relate to each other on Instagram through the @ufpi profile, describe the content they publish, and the interactions established through emojis, likes, comments, images, videos; understand the established connections with young people's expressions of emotions in their profiles and interviews. For this, we add theoretical references on youth, media, and social relationships to relate to youth interactions during the pandemic on Instagram. We used ethnography applied to the Internet (Hine, 2015) as a research method, using participant observation techniques to public profiles of eleven young people and conducting interviews with four people young, who live in Teresina, from different social identities, from courses at undergraduate students at the Federal University of Piauí, on the Teresina campus and who, during the pandemic, used Instagram as a means of interaction to share publications about their daily lives on their profiles, relate to each other and express their emotions during isolation, in the flexibility of activities and about the vaccination. Traveling through the space of Instagram demonstrates the fluidity of identities that are lost connections without the exchange of continuous social capital. The analysis of the information collected allowed us to conclude that considering the severity and effects of the pandemic on sociability, the young people interviewed posted more positive than negative content on their profiles, evidencing self-control of the emotions felt and expressed, following a label of emotions and image in the publications made in the feed and the story about their daily lives, even during the pandemic.