Abstract:
RESUMO
O excesso de peso e a obesidade vem aumentando em pessoas com HIV/Aids desde a introdução da terapia antirretroviral (TARV), tornando-se fundamental avaliar a dieta nesse contexto. Investigou-se excesso de peso e obesidade abdominal em pessoas vivendo com HIV/Aids em uso de TARV e sua relação com padrões alimentares. Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, transversal, correspondendo ao baseline de um ensaio clínico randomizado, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (CEP/UFPI), com parecer de número 2.100.110. A análise de componentes principais foi usada para obter os padrões alimentares a partir do R24 h. Utilizou-se o teste qui-quadrado para a diferença de proporção entre excesso de peso (Índice de Massa Corporal – IMC), obesidade abdominal (circunferência da cintura - CC e circunferência do pescoço- CP) e variáveis socioeconômicas, demográficas e clínicas. Foi utilizada a regressão de Poisson para análise de razão de prevalências bruta e ajustada (por sexo, fumante, renda per-capita (classe econômica), atividade física (Questionário Baecke), tempo de TARV e excesso de peso (IMC, exceto quando o desfecho foi o próprio excesso de peso) do excesso de peso e da obesidade abdominal segundo os padrões alimentares em pessoas vivendo com HIV/Aids. Após os ajustes, as razões de prevalências não apresentaram valores significativos para a amostra estudada. Apresentaram excesso de peso (pelo IMC) e obesidade abdominal (CC e CP), 41,47%, 38,25% e 29,49%, respectivamente. Considerando-se o IMC, a prevalência de excesso de peso foi maior em não fumantes (90,00%, p = 0,039). Quanto à CC, identificou-se maior prevalência de obesidade abdominal em pessoas do sexo feminino (57,83%, p <0,001), não fumantes (90,36%, p = 0,041), com tempo de doença >36 meses (73,42%, p = 0,031) e com tempo de TARV > 36 meses (57,34%, p = 0,023). Já em relação à CP, não foram observadas diferenças nas proporções de obesidade abdominal com nenhuma das variáveis. Identificou-se quatro padrões alimentares: “Café da manhã”, “Tradicional”, “Ocidental” e “Saudável”.Embora a composição nutricional da dieta seja importante para manutenção da saúde o estudo avaliou que o excesso de peso e obesidade abdominal das pessoas com HIV/Aids, no presente estudo, possa ter maior influência da terapia utilizada e do tempo de doença e não dos padrões alimentares.
ABSTRACT
Overweight and obesity have been increasing in people with HIV/AIDS since the introduction of antiretroviral therapy (ART), making it essential to evaluate diet in this context. Overweight and abdominal obesity were investigated in people living with HIV/AIDS using ART and their relationship with dietary patterns. This is a study with a quantitative, cross-sectional approach, corresponding to the baseline of a randomized clinical trial, approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of Piauí (CEP/UFPI), with opinion number 2,100,110. Principal component analysis was used to derive dietary patterns from the 24 h R. The chi-square test was used for the difference in proportion between overweight (Body Mass Index - BMI), abdominal obesity (waist circumference - WC and neck circumference - NC) and socioeconomic, demographic and clinical variables. Poisson regression was used to analyze the crude and adjusted prevalence ratios (by sex, smoker, per capita income (economic class), physical activity (Baecke Questionnaire), time on ART and overweight (BMI, except when the outcome was overweight itself) of excess weight and abdominal obesity according to dietary patterns in people living with HIV/AIDS After adjustments, the prevalence ratios did not show significant values for the sample studied. 41.47%, 38.25% and 29.49% were overweight (according to BMI) and abdominal obesity (WC and NC), respectively. Considering BMI, the prevalence of overweight was higher in non-smokers (90.00%, p = 0.039). As for WC, a higher prevalence of abdominal obesity was identified in females (57.83%, p <0.001), non-smokers (90.36%, p = 0.041), with disease duration >36 months (73 .42%, p = 0.031) and with ART time > 36 months (57.34%, p = 0.023). Regarding the NC, no differences were observed in the proportions of abdominal obesity with any of the variables. Four eating patterns were identified: "Breakfast", "Traditional", "Western" and "Healthy". Although the nutritional composition of the diet is important for maintaining health, the study assessed that overweight and abdominal obesity in people with HIV/AIDS, in the present study, may have a greater influence on the therapy used and the duration of the disease, rather than on dietary patterns.