Abstract:
RESUMO: Introdução: A cultura de segurança proporciona o aprendizado organizacional desde incidentes, notificação de erros e resolução dos problemas relacionados à segurança do paciente, mediada pelos núcleos de segurança do paciente. Objetivo: Comparar a cultura de segurança em Unidades de Terapia Intensiva, na perspectiva dos profissionais de saúde, antes e depois da implantação do núcleo de segurança. Método: Estudo desenvolvido em três etapas: 1 - Revisão integrativa com busca e seleção nas bases CINAHL, Web of Science, MEDLINE, LILACS e IBECS com amostra de 13 artigos que analisaram as contribuições das tecnologias digitais para a segurança do paciente no contexto hospitalar; 2 - Estudo transversal, analítico, realizado por meio do Hospital Survey on Patient Safety Culture, e que originou a dissertação intitulada “Avaliação da cultura de segurança em hospital de ensino”. 3 - Pesquisa analítica, delineamento longitudinal desenvolvida cinco anos depois, com nova coleta de dados na mesma instituição, mesmo instrumento, envolvendo exclusivamente os participantes das UTIs do estudo anterior, considerando a nova realidade da criação dos Núcleos de Segurança do Paciente e a pandemia COVID-19. Para comparar a cultura de segurança nos dois períodos, foi aplicado o Teste ANOVA de duas vias nas amostras que atenderam ao pressuposto de normalidade, ou o Teste de Friedman, quando violaram os pressupostos de normalidade. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí. Resultados: A revisão evidenciou que as contribuições das tecnologias digitais são expressivas na literatura internacional, resultando na comunicação adequada, gerenciamento de riscos, redução de custos e tempo de atendimento, prática de medicação segura e registro de eventos adversos. No Brasil, os softwares, smartphone e/ou suporte telefônico ainda são limitados, demonstrando necessidade de tecnologias válidas, de fácil acesso e ampla disponibilidade. Nas etapas dois e três predominou o sexo feminino (78,8 %), tempo de trabalho e na unidade com 21 anos ou mais, carga horária semanal de 20 a 39 horas (86,4 %), 43,9 % técnicos de enfermagem, 54,5 % tempo de trabalho na especialização de 16 anos ou mais, prevalecendo a pós-graduação. Quanto as dimensões do instrumento que se manteviram moderadas em 2016 foram “Expectativas e ações do SP” e “Trabalho em equipe na unidade” e, em 2021, “Trabalho em equipe na unidade” e “Aprendizado Organizacional”. A nota de segurança do paciente, permaneceu regular mesmo após a implantação do Núcleo. O índice de cultura de segurança nas etapas dois e três, destacou que as dimensões com diferenças estatísticas significativas foram: "Resposta não punitiva ao erro", "Abertura da comunicação" e "Expectativas e ações que promovam a segurança do pacinete". O Alfa de Cronbach do instrumento variou em 2016 de 0,799 a 0,855 e em 2021 de 0, 828 a 0,874. Conclusão: A implantação do núcleo de segurança do paciente contribuiu para o fortalecimento da cultura de segurança em Unidades de Terapia Intensiva, entretanto, devido ao seu pouco tempo de existência e as medidas emergenciais tomadas para o enfrentamento da pandemia COVID-19 não se observaram mudanças significativas, mantendo as dimensões moderadas em ambos os períodos.
ABSTRACT: Introduction: The safety culture provides organizational learning from incidents, reporting errors and solving problems related to patient safety, mediated by patient safety centers. Objective: To compare the safety culture in Intensive Care Units, from the perspective of health professionals, before and after the implementation of the safety center. Method: Study developed in three stages: 1 - Integrative review with search and selection in the CINAHL, Web of Science, MEDLINE, LILACS and IBECS databases with a sample of 13 articles that analyzed the contributions of digital technologies to patient safety in the hospital context; 2 - Cross-sectional, analytical study, carried out through the Hospital Survey on Patient Safety Culture, which originated the dissertation entitled “Assessment of the safety culture in a teaching hospital”. 3 - Analytical research, longitudinal design developed five years later, with new data collection in the same institution, same instrument, involving exclusively the participants of the ICUs of the previous study, considering the new reality of the creation of the Patient Safety Centers and the COVID pandemic -19. To compare the safety culture in the two periods, the two-way ANOVA test was applied to samples that met the assumption of normality, or the Friedman test, when they violated the assumptions of normality. Research approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of Piauí. Results: The review showed that the contributions of digital technologies are significant in the international literature, resulting in adequate communication, risk management, reduction of costs and service time, safe medication practice and recording of adverse events. In Brazil, software, smartphone and/or telephone support are still limited, demonstrating the need for valid technologies that are easily accessible and widely available. In stages two and three, females predominated (78.8%), working time and in the unit with 21 years or more, weekly workload of 20 to 39 hours (86.4%), 43.9% nursing technicians, 54.5% working time in the specialization for 16 years or more, with graduate degrees prevailing. The dimensions of the instrument that remained moderate in 2016 were “Expectations and actions of the SP” and “Teamwork in the unit” and, in 2021, “Teamwork in the unit” and “Organizational Learning”. The patient's safety score remained regular even after the Nucleus implantation. The safety culture index in stages two and three highlighted that the dimensions with significant statistical differences were: "Non-punitive response to error", "Openness of communication" and "Expectations and actions that promote patient safety". The instrument's Cronbach's alpha varied in 2016 from 0.799 to 0.855 and in 2021 from 0.828 to 0.874. Conclusion: The implantation of the patient safety center contributed to the strengthening of the safety culture in Intensive Care Units, however, due to its short time of existence and the emergency measures taken to face the COVID-19 pandemic, no significant changes were observed, maintaining moderate dimensions in both periods.