Abstract:
RESUMO: Introdução: A sífilis está entre as infecções sexualmente transmissíveis
consideradas um problema de elevada magnitude mundialmente. É uma infecção
causada pelo Treponema pallidum, evolui de forma crônica e pode ter sequelas
irreversíveis a longo prazo. É de notificação compulsória e sua forma congênita é
responsável por altas taxas de morbidade e morbimortalidade. Objetivo: Analisar a
ocorrência de sífilis congênita e fatores associados em mães com diagnóstico de
sífilis na atenção primária. Método: Pesquisa analítica, com abordagem quantitativa
realizado com 73 gestantes com diagnóstico de sífilis, em uma capital do nordeste
do Brasil no período de maio de 2019 a junho de 2020. Foi aplicado um instrumento
validado quanto à forma e conteúdo, contendo variáveis sociodemográficas,
comportamentais, clínicas, de pré-natal e parceria sexual e resultado da gestação.
Inicialmente foi realizado levantamento e seleção das Unidades Básicas de Saúde,
aplicabilidade do instrumento, de coleta de dados, durante a gestação e até 42 dias
após o parto. Foram incluídas gestantes com o diagnóstico de sífilis em qualquer
idade gestacional; cadastrada em estratégia saúde da família da zona urbana, com
idade igual ou superior a 18 anos. Foram excluídas, após três tentativas, as
participantes que não foram a consulta de pré-natal; as que tinham diagnóstico de
transtorno mental e aquelas com diagnóstico de sífilis após a primeira etapa da
pesquisa. Os dados foram analisados no programa estatístico SAS versão 9.4
adotando-se α = 0,05 para significância estatística. Realizou-se frequências e
percentuais, análise bivariada, tendo como variável dependente a ocorrência de
sífilis congênita (sim/não), realizado o teste do qui-quadrado, ou teste de Fisher para
casos nos quais o qui-quadrado não fosse indicado e cálculo de Odds ratio. O
projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do
Piauí sob o número de parecer: 2.975.828. Resultados: Das 73 participantes, a
maioria tinha de 26-38 anos (n=39; 53.4%), menos de 12 anos de estudo (n=42;
57.5%), não brancas (n=69; 94.5%) e sem trabalho renumerado (n=56; 76.7%).
Tiveram sua primeira relação sexual entre 13 e 15 anos (n=42; 57.5%), não usavam
álcool (n=62; 84.9%), realizaram teste rápido de sífilis (n=41; 56.2%) e o pré-natal
(n=65; 89.0%), o enfermeiro predominou na realização da consulta de pré-natal
(n=38; 52.1%) e a maioria realizou entre 6 e 7 consultas (n=47; 64.4%). Não usaram
preservativo na gravidez (n=42; 57.5%), a maioria foi diagnosticada com sífilis no
primeiro trimestre de gestação (n=33; 45.2%), iniciaram o tratamento após o
diagnóstico (n=62; 85.0%), foram orientadas sobre o tratamento (n=71; 97%), as
parcerias sexuais que testaram positivo para sífilis foram (n=31; 42.5%) e a
ocorrência de sífilis congênita foi de 30 (41,1%). Conclusão: A prevalencia da sífilis
congênita foi alta, se deu predominante em filhos de mulheres mais pobres, de baixa
escolaridade e não brancas. Uso do álcool foi fator associado a sífilis congenita
(p=0.0056). Demonstra que a assistência pré natal, ainda carece do atendimento
ideal e urge intervenção.
ABSTRACT: Introduction: Syphilis is among the sexually transmitted infections considered a
problem of high magnitude worldwide. It is an infection caused by Treponema
pallidum, it evolves in a chronic way and can have irreversible sequelae in the long
term. It is mandatory notification and its congenital form is responsible for high rates
of morbidity and morbidity and mortality. Objective: To analyze the occurrence of
congenital syphilis and associated factors in mothers diagnosed with syphilis in
primary care. Method: Analytical research, with a quantitative approach carried out
with 73 pregnant women diagnosed with syphilis, in a capital of northeastern Brazil
from May 2019 to June 2020. A validated instrument was applied in terms of form
and content, containing sociodemographic variables, behavioral, clinical, prenatal
and sexual partnership and pregnancy outcome. Initially, a survey and selection of
the Basic Health Units was carried out, the applicability of the instrument, data
collection, during pregnancy and up to 42 days after delivery. Pregnant women with a
diagnosis of syphilis at any gestational age were included; registered in a family
health strategy in the urban area, aged 18 years or over. After three attempts,
participants who did not attend the prenatal consultation were excluded; those
diagnosed with mental disorders and those diagnosed with syphilis after the first
stage of the research. The data were analyzed using the SAS statistical program,
version 9.4, adopting α = 0.05 for statistical significance. Frequencies and
percentages were performed, bivariate analysis, with the occurrence of congenital
syphilis as the dependent variable (yes / no), the chi-square test, or Fisher's test for
cases in which the chi-square was not indicated and calculation Odds ratio. The
project was approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of
Piauí under the number of opinions: 2,975,828. Results: Of the 73 participants, the
majority were 26-38 years old (n = 39; 53.4%), less than 12 years of study (n = 42;
57.5%), non-white (n = 69; 94.5%) and without renumbered work (n = 56; 76.7%).
They had their first sexual intercourse between 13 and 15 years old (n = 42; 57.5%),
did not use alcohol (n = 62; 84.9%), underwent rapid syphilis test (n = 41; 56.2%) and
prenatal care ( n = 65; 89.0%), the nurse predominated in the performance of the
prenatal consultation (n = 38; 52.1%) and the majority performed between 6 and 7
consultations (n = 47; 64.4%). They did not use condoms during pregnancy (n = 42;
57.5%), most were diagnosed with syphilis in the first trimester of pregnancy (n = 33;
45.2%), started treatment after diagnosis (n = 62; 85.0%), were oriented about
treatment (n = 71; 97%), sexual partnerships that tested positive for syphilis were (n
= 31; 42.5%) and the occurrence of congenital syphilis was 30 (41.1%). Conclusion:
The prevalence of congenital syphilis was high, being predominant in children of
poorer women, with low education and non-white. Alcohol use was a factor
associated with congenital syphilis (p = 0.0056). It demonstrates that prenatal care
still lacks the ideal care and urgent intervention is needed.
RESUMEN: Introducción: La sífilis es una de las infecciones de transmisión sexual considerada
un problema de gran magnitud a nivel mundial. Es una infección causada por
Treponema pallidum, evoluciona de forma crónica y puede tener secuelas
irreversibles a largo plazo. Es de notificación obligatoria y su forma congénita es
responsable de altas tasas de morbilidad y morbilidad y mortalidad. Objetivo:
Analizar la ocurrencia de sífilis congénita y factores asociados en madres
diagnosticadas con sífilis en atención primaria. Método: Investigación analítica, con
abordaje cuantitativo, realizada con 73 gestantes diagnosticadas de sífilis, en una
capital del noreste de Brasil de mayo de 2019 a junio de 2020. Se aplicó un
instrumento validado en términos de forma y contenido, que contiene variables
sociodemográficas, conductuales relación clínica, prenatal y sexual y resultado del
embarazo. Inicialmente se realizó una encuesta y selección de las Unidades Básicas
de Salud, aplicabilidad del instrumento, recolección de datos, durante el embarazo y
hasta 42 días después del parto. Se incluyeron mujeres embarazadas con
diagnóstico de sífilis en cualquier edad gestacional; inscritos en una estrategia de
salud de la familia en el área urbana, mayores de 18 años. Después de tres intentos,
se excluyó a las participantes que no asistieron a la consulta prenatal; los
diagnosticados con trastornos mentales y los diagnosticados con sífilis después de
la primera etapa de la investigación. Los datos fueron analizados usando el
programa estadístico SAS, versión 9.4, adoptando α = 0.05 para significancia
estadística. Se realizaron frecuencias y porcentajes, análisis bivariado, teniendo
como variable dependiente la ocurrencia de sífilis congénita (sí / no), la prueba de
chi-cuadrado, o prueba de Fisher para los casos en los que no se indicó la chicuadrado
y cálculo de Odds ratio. El proyecto fue aprobado por el Comité de Ética
en Investigación de la Universidad Federal de Piauí bajo el número de opiniones:
2.975.828. Resultados: De los 73 participantes, la mayoría tenía entre 26 y 38 años
(n = 39; 53,4%), menos de 12 años de estudio (n = 42; 57,5%), no blancos (n = 69;
94,5%) y sin trabajo renumerado (n = 56; 76,7%). Tuvieron su primera relación
sexual entre los 13 y 15 años (n = 42; 57,5%), no consumieron alcohol (n = 62;
84,9%), se sometieron a prueba rápida de sífilis (n = 41; 56,2%) y atención prenatal (
n = 65; 89,0%), la enfermera predominó en la realización de la consulta prenatal (n =
38; 52,1%) y la mayoría realizó entre 6 y 7 consultas (n = 47; 64,4%). No usaron
condón durante el embarazo (n = 42; 57,5%), la mayoría fueron diagnosticadas con
sífilis en el primer trimestre del embarazo (n = 33; 45,2%), iniciaron tratamiento
después del diagnóstico (n = 62; 85,0%), fueron orientados al tratamiento (n = 71;
97%), las parejas sexuales que dieron positivo para sífilis fueron (n = 31; 42,5%) y la
ocurrencia de sífilis congénita fue 30 (41,1%). Conclusión: La prevalencia de sífilis
congénita fue alta, predominando en hijos de mujeres más pobres, con baja
escolaridad y no blancas. El consumo de alcohol fue un factor asociado a la sífilis
congénita (p = 0,0056). Demuestra que la atención prenatal todavía carece de la
atención ideal y se necesita una intervención urgente.