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RESUMO: Os estudos de gênero propiciados pela crítica literária feminista abriram caminhos para análises de temas que cercam a mulher na literatura e sociedade, dentre eles, a violência. A obra Hibisco Roxo (2018), de Chimamanda Ngozi Adichie, retrata como a protagonista Kambili e as personagens Beatrice e Ifeoma têm suas identidades atravessadas por violências causadas por Eugene. Com base no exposto, problematiza-se: de que maneira as violências são abordadas em Hibisco Roxo e como são questionadas as muitas formas de opressão e controle da mulher na referida narrativa? Como objetivo geral, buscamos analisar a forma como as identidades femininas são construídas através de violências no corpus literário, a fim de atingir o objetivo geral proposto. Temos como norteadores os seguintes objetivos específicos: situar a obra elencada no contexto da literatura escrita por mulheres contemporâneas elaborando a fortuna crítica referente ao nosso corpus de estudo, elaborar a revisão da literatura sobre teoria e feminismo pós-colonial, revisar violência de gênero desde seu conceito amplo até violência de gênero na Nigéria e analisar os diferentes tipos de violência presentes em Hibisco Roxo (2018) demonstrando como as identidades das personagens Kambili, Beatrice e Ifeoma são construídas através dessas violências. Metodologicamente, propomos uma pesquisa baseada na epistemologia feminista negra para a estruturação do arcabouço teórico e análise do corpus literário. Utilizou-se também o viés dos estudos feministas. Lançamos mão dos estudos efetivados por usamos teóricas como Simone de Beauvoir (2014), Heleith Saffioti (1987; 2001; 2004), bell hooks (2018; 2019), Patricia Hill Collins (2019), Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (2021), que teorizam sobre violências, feminismos, universalização da mulher. Também nos utilizamos de pensadoras como Nnaemeka (2005), Garuba (2011), Acholonu (1995) entre outras, assim como Anderson (2008), Hobsbawn (1991), Canclini (2008), Stuart Hall (2009; 2015), Manuel Castells (2001), Glissant (2011) e Bauman (2005), que dialogam sobre identidade e suas nuances. Os resultados obtidos apontam para as diversas maneiras de violências de gênero que permeiam as personagens femininas dentro da narrativa.
ABSTRACT: Gender studies provided by feminist literary criticism have opened paths for analysis of issues that surround women in literature and society, among them, violence. The work Purple Hibiscus (2018), by Chimamanda Ngozi Adichie portrays how the protagonist Kambili and the characters Beatrice and Ifeoma have their identities crossed by violence caused by Eugene. Based on the previous discussion, we have the following problem: in what way is violence dealt with in Purple Hibiscus and how are the many forms of oppression and control of women questioned in this narrative? In order to reach the proposed general objective, we have the following specific objectives as guiding objectives: to situate the listed work in the context of literature written by contemporary women, elaborating the critical fortune referring to our study corpus, elaborate the literature review on post-colonial theory and feminism, review gender violence from its broad concept to gender violence in Nigeria, and analyze the different types of violence present in Purple Hibiscus (2018) demonstrating how the identities of the characters Kambili, Beatrice, and Ifeoma are constructed through such violence. Methodologically, we propose a research based on black feminist epistemology for the structuring of the theoretical framework and analysis of the literary corpus. We took advantage of the studies carried out by us theoreticians such as Simone de Beauvoir (2014), Heleith Saffioti (1987; 2001; 2004), bell hooks (2018; 2019), Patricia Hill Collins (2019), Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí (2021), who theorize about violence, feminisms, universalization of women. We also draw on thinkers such as Nnaemeka (2005), Garuba (2011), Acholonu (1995) among others, as well as on Anderson (2008), Hobsbawn (1991), Canclini (2008), Stuart Hall (2009; 2015), Manuel Castells (2001), Glissant (2011), and Bauman (2005), who dialogue on identity and its nuances. The results obtained point to the various ways in which gender violence permeates the female characters within the narrative.