Abstract:
RESUMO: Este trabalho de pesquisa propõe uma discussão em torno do problema da Incomensurabilidade e suas implicações no pensamento de Thomas S. Kuhn, especialmente no campo da linguagem, tendo como horizonte a abordagem realizada pelo filósofo da ciência nas suas principais obras, A Estrutura das Revoluções científicas (1970) e O Caminho desde a Estrutura, e obras posteriores, como A Tensão Essencial (1977) e A revolução Copernicana (1990). Utilizamo-las como material de apoio devido a extensão da abordagem e de suas reflexões. Delimitamos o campo de pesquisa as suas principais obras, que nos ajudaram a delinear a temática do trabalho, assim como entrevistas e palestras dadas pelo próprio filósofo que não se encontram catalogados entre suas principais obras. Nesse sentido, a análise do tema em questão guiar-se-á com base nos conceitos centrais da obra de Kuhn, observando suas implicações para as dimensões da Teoria do conhecimento, Filosofia da Ciência e Filosofia da Linguagem. Primeiramente, Kuhn irá estruturar sua abordagem de forma a apresentar o desenvolvimento da ciência e sua dinâmica, considerando que seus processos são semelhantes a uma estrutura bem articulada, apresentando o conceito de paradigma que perfaz a ciência normal, prosseguindo, assim, até as suas rupturas, ou como o filósofo define “revoluções”. Trabalhamos, com base nisto, na hipótese de que a crítica de Thomas Kuhn acerca da fundamentação da ciência não ocorre somente por via de uma racionalidade pautada estritamente na metodologia, mas que ela pode e deve ser também abordada pelo viés da linguagem, objetando que o progresso cientifico ocorra pela via evolutiva das especiações, no qual um dos resultados deste processo é em outro momento o surgimento de áreas especializadas. O papel da linguagem está na base das demais mudanças. O léxico apresenta-se como definidor do aspecto identitário da atividade de uma comunidade cientifica. Tal posicionamento consiste, igualmente, nas respostas aos seus críticos, assim como um amadurecimento por parte do autor acerca do que seria a incomensurabilidade e a sua importância para ciência.
ABSTRACT: This research work proposes a discussion around the problem of Incommensurability and its implications in the thought of Thomas S. Kuhn, especially in the field of language, having as its horizon the approach taken by the philosopher of science in his main works, The Structure of Scientific Revolutions (1970) and The Path from Structure, and later works such as The Essential Tension (1977) and The Copernican Revolution (1990). We use them as support material due to the extent of the approach and its reflections. We delimited the field of research by his main works, which helped us to delineate the theme of the work, as well as interviews and lectures given by the philosopher himself that are not cataloged among his main works. In this sense, the analysis of the theme in question will be guided by the central concepts of Kuhn's work, observing its implications for the dimensions of Theory of Knowledge, Philosophy of Science and Philosophy of Language. First, Kuhn will structure his approach in order to present the development of science and its dynamics, considering that its processes are similar to a well-articulated structure, presenting the concept of paradigm that makes up normal science, thus continuing until its ruptures, or as the philosopher defines “revolutions”. Based on this, we work on the hypothesis that Thomas Kuhn's critique of the foundation of science does not occur only through a rationality strictly based on methodology, but that it can and should also be approached by the bias of language, objecting that the scientific progress occurs through the evolutionary pathway of speciation’s, in which one of the results of this process is at another time the emergence of specialized areas. The role of language underlies other changes. The lexicon presents itself as defining the identity aspect of the activity of a scientific community. Such a position also consists of responses to its critics, as well as a maturation on the part of the author about what would be incommensurability and its importance for science.