Abstract:
RESUMO: As mudanças climáticas que consistem no expoente principal da crise contemporânea na relação entre sociedade e natureza afetam todas as atividades humanas. Em função desse cenário, novos arranjos de planejamento e gestão devem ser alicerçados por ações contextualizadas nos princípios do desenvolvimento de baixo carbono. Assim, esta pesquisa questionou se o turismo nas Unidades de Conservação (UCs) Parque Nacional (PARNA) de Sete Cidades e Área de Proteção Ambiental (APA) do Delta do Parnaíba conciliam o uso turístico com a conservação dos recursos ambientais e a melhoria de qualidade de vida das populações locais? Com base nessa indagação, a hipótese dessa investigação assenta-se em que o desenvolvimento do turismo de baixo carbono, no PARNA de Sete Cidades e na APA do Delta do Parnaíba minimiza os impactos sociais, econômicos e ambientais. Nessa perspectiva, analisaram-se os impactos do turismo nas UCs APA do Delta do Parnaíba e no PARNA de Sete Cidades, embasado no inventário das fontes de emissão de dióxido de carbono (CO2) dos visitantes e nos princípios do turismo de baixo carbono. E, especificamente, diagnosticou-se a visitação turística nas UCs; caracterizou-se as emissões de CO2 dos atores turísticos nas referidas UCs; comparou-se as estimativas de emissão de CO2 em uma UC de Proteção Integral e uma de Uso Sustentável, com vistas a avaliar a existência de diferenças entre categorias de UCs, como também se relacionou as estimativas de emissão de CO2 com as variáveis sociais, econômicas e ambientais, para aferir se haviam correlações entre as mesmas. Para tanto, metodologicamente, utilizaram-se pesquisas bibliográfica e de campo, e como ferramentas analíticas o método SWOT e o modelo de inventariação de CO2 do DECC e do IPCC. Fundamentado nessa investigação, identificou-se que a caracterização dos aspectos sociais, econômicos, políticos, ambientais e turísticos dos Ambientes Interno (AI) e Externo (AE) da análise SWOT, explicitou a inexistência de planejamento e gestão do uso e ocupação do solo como o principal conflito inerente a APA do Delta do Parnaíba e ao PARNA de Sete Cidades, além da precária infraestrutura de apoio ao turismo. Já referente ao inventário das emissões de CO2, detectou-se que a média das emissões per capita dos visitantes na APA do Delta do Parnaíba foi de 39,2 kgCO2 por dia e no PARNA de Sete Cidades foi de 6,9 kgCO2 por dia, sendo os principais vetores, o consumo de combustíveis, que respondeu por 91,3% e 78,2%, seguido pela produção de lixo orgânico e inorgânico com 7,8% e 21,8%, respectivamente. Nos meios de hospedagem, os visitantes das UCs emitiram cerca de 4,01 kgCO2/pernoite, tendo como principal contribuinte o consumo de energia elétrica, com 94,7% das emissões, acompanhado pela produção de lixo com 4,8% do total. Em síntese, as emissões totais per capita dos visitantes nas UCs APA do Delta do Parnaíba foi de 67,28 kgCO2 na tipologia carro e 20,58 kgCO2 na tipologia ônibus, e no PARNA de Sete Cidades foi de 15,14 kgCO2 e 5,64 kgCO2, respectivamente. Outrossim, examinou-se que a comparação das emissões entre as UCs, por um lado, revelou como fator determinante na composição do quadro das emissões, o carro de passeio em ambas UCs, e, por outro lado, que o consumo de alimentos e bebidas na APA do Delta do Parnaíba concorreu para a maior produção per capita de lixo em relação ao PARNA de Sete Cidades. Ressalta-se tal configuração pelo fato desta última se enquadrar na categoria de UC de Proteção Integral, que limita o número de pessoas e o acompanhamento de condutores de visitantes ao longo do percurso. Desta forma, verificou-se que o inventário das emissões de CO2 foi essencial para avaliação dos impactos da visitação nas UCs, embasado no modelo do turismo de baixo carbono. Em virtude desse panorama, reconheceu-se a necessidade de pesquisas em outros destinos turísticos e em segmentos específicos com a finalidade de ampliar o conhecimento científico sobre essa temática. ABSTRACT: Climate change, which is the principal factor underlying the current crisis in the relationship between society and nature, affects all human activities. In light of this scenario, new planning and management strategies should be based on actions that are contextualized by the principles of low-carbon development. Therefore, this Brazilian study considers whether tourism in the Conservation Units (CUs) of the National Park (PARNA) de Sete Cidades and in the Environmental Protection Area (known by the acronym “APA” in Portuguese) do Delta do Parnaíba can be reconciled with conservation of environmental resources and improvement in the quality of life of local populations. With regard to this issue, the hypothesis of the study is that the development of low-carbon tourism in the PARNA de Sete Cidades and in the APA do Delta do Parnaíba minimizes social, economic, and environmental impacts. Thus, the study analyzed the impacts of tourism on the CUs of the APA Delta do Parnaíba (PI) and in the PARNA, based on an inventory of sources of carbon dioxide (CO2) emissions from visitors and on principles of low-carbon tourism. Specifically, tourist visits to CUs were considered, CO2 emissions from tourists in the respective CUs were characterized, and estimates of CO2 emissions in a CU of Integral Protection were compared to estimates of CO2 emissions in a CU of Sustainable Use to evaluate any differences among the categories of CUs as well as to relate CO2 emissions estimates to social, economic, and environmental variables, in order to assess the existence of any correlations between them. Therefore, methodologically, both bibliographic review and field studies were carried out. The SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, and Threats) method and the DECC and IPCC models for taking CO2 inventories were used. Based on this research characterizing social, economic, political, environmental, and touristic aspects of the internal and external environments in the SWOT analysis, it was apparent that the principal inherent conflict in the APA do Delta do Parnaíba and the PARNA de Sete Cidades was insufficient planning and management of soil use, as well as inadequate infrastructure to support tourism. Regarding the inventory of CO2 emissions, it was determined that the average per capita emissions of visitors to the APA do Delta do Parnaíba was 39.2 kg of CO2 per day, and in the PARNA de Sete Cidades, it was 6.9 kg of CO2 per day. The main factors contributing to emissions were the consumption of combustible fuel, which accounted for 91.3% and 78.2% in the APA do Delta do Parnaíba and in the PARNA de Sete Cidades, respectively, followed by the production of organic and inorganic waste, which accounted for 7.8% and 21.8% of emissions, respectively. Visitors to CUs who stayed at lodging facilities emitted close to 4.01 kg of CO2 per night, with electrical energy consumption as the main contributing factor, at 94.7%, and waste production factoring in 4.8% of the total. In summary, the total per capita emissions of visitors to the CUs of the APA do Delta do Parnaíba was 67.28 kg of CO2 for cars and 20.58 kg of CO2 for buses. For the PARNA de Sete Cidades, it was 15.14 kg of CO2 and 5.64 kg of CO2, respectively. Furthermore, a comparison of the emissions at the CUs revealed that a determining factor in the amount of emissions for both CUs was the passenger car, while the consumption of food and beverages in the APA do Delta do Parnaíba led to a greater per capita production of waste when compared to the PARNA de Sete Cidades. This difference is due to the PARNA de Sete Cidades being a Conservation Unit of the “Integral Protection” category, meaning that the number of people and drivers allowed to enter are limited. Therefore, the inventory of CO2 emissions was essential for an evaluation of the impacts of visitors to the CUs, based on a model of low-carbon tourism. In considering the picture presented by these data, more research in other tourist destinations and specific sectors will be necessary, with the goal of improving the scientific understanding of this issue. RESUMEN: Los cambios climáticos que consisten en el exponente principal de la crisis contemporánea de la relación entre la sociedad y la naturaleza afectan a todas las actividades humanas. Debido a este escenario, nuevos mecanismos para la planificación y gestión deben justificarse mediante acciones contextualizadas en los principios de desarrollo de bajo carbono. De hecho, en esta investigación se preguntó si el turismo en las Unidades de Conservación (UCs) Parque Nacional (PARNA) de Sete Cidades (PI) y APA del Delta de Parnaíba (PI) concilian el uso turístico con la conservación de los recursos ambientales y la mejora de la calidad de vida de las poblaciones locales. De ahí, la hipótesis de esta investigación se basa en que el desarrollo del turismo de bajo carbono, en el PARNA de Sete Cidades y en la APA del Delta de Parnaíba, minimiza los impactos sociales, económicos y ambientales. En esta perspectiva, se analizaron los impactos del Turismo en las UCs APA del Delta de Parnaíba y en el PARNA de Sete Cidades, basado en el inventario de las fuentes de emisión de dióxido de carbono (CO2) de los visitantes y los principios de turismo de bajo carbono. Y específicamente se diagnosticó la visita turística en las UCs; se caracterizó las emisiones de CO2 de los actores turísticos en las referidas UCs; se comparó las estimativas de las emisiones de CO2 en una UC de Protección Integral y en una de Uso Sostenible, con el fin de evaluar la existencia de diferencias entre las categorías de UCs, como también se relacionó las estimativas de emisión de CO2 con las variables sociales, económicas y ambientales, para evaluar si hubo correlaciones entre ellas. Para ello, metodológicamente, fue utilizada investigaciones bibliográficas y de campo, y como herramientas de análisis el método SWOT y el modelo de inventario de CO2 del DECC y del IPCC. A través del Marco Teórico utilizado en esta investigación, se encontró que la caracterización de factores sociales, económicos, políticos, ambientales y turísticos de los Ambientes Internos (AI) y Externos (AE) del análisis SWOT, explica la falta de planificación y gestión del uso y ocupación del suelo como el principal conflicto inherente a APA del Delta de Parnaíba y al PARNA de Sete Cidades, además de la precariedad de infraestructura de apoyo al turismo. En relación al inventario de las emisiones de CO2, se encontró que la media de las emisiones de gasto per cápita de los visitantes en la APA del Delta de Parnaíba fue de 39,2 kgCO2 al día y en el PARNA de Sete Cidades fue del 6,9 kgCO2 al día, siendo los principales vectores, el consumo de combustibles, que representaron el 91,3% y el 78,2%, seguido de la producción de residuos orgánicos e inorgánicos con 7,8% y 21,8%, respectivamente. En los medios de hospedaje, los visitantes de las UCs emitieron sobre 4,01 kgCO2/noche, teniendo como principal contribuyente el consumo de energía, con el 94,7% de las emisiones, seguido de la producción de basura con el 4,8% de su totalidad. En resumen, las emisiones totales per cápita de los visitantes en las UCs del Delta de Parnaíba fue de 67.28 kgCO2 en la tipología automóvil y 20,58 kgCO2 en la tipología de autobús, y en el PARNA de Sete Cidades fue 15.14 kgCO2 y 5,64 kgCO2, respectivamente. Además, se examinó que la comparación de las emisiones entre las UCs, por un lado, se reveló como un factor determinante en la composición del cuadro de las emisiones, el coche de paseo en las dos UCs y, por otro lado, el consumo de alimentos y bebidas en la APA del Delta de Parnaíba se presentó para la mayor producción per cápita de residuos (basuras) en relación al PARNA de Sete Cidades. Se hace hincapié en tal configuración debido al hecho de que la última es un ejemplo de categoría de UC de Protección Integral, lo que limita el número de personas y la compañía de conductores de visitantes durante la ruta. Por lo tanto, se verificó que el inventario de las emisiones de CO2 fue esencial para la evaluación de los impactos de visita en las áreas protegidas, es decir, en las UCs, basado en el modelo de turismo de bajo carbono. Bajo este escenario, se reconoció la necesidad de realizar investigaciones en otros destinos turísticos y en segmentos específicos con el intuito de aumentar el conocimiento científico sobre este tema en cuestión.