FORMAÇÃO DOCENTE EM SOCIOPOÉTICA COMO METODOLOGIA SENSÍVEL E INOVADORA NA CONVIVÊNCIA ESCOLAR

Abstract

RESUMO: Esta tese trata de como a formação docente em Sociopoética como metodologia sensível e inovadora pode romper com os modelos cartesianos de formação, ao afetar os/as professores/as a pensar, problematizar e potencializar outros modos de convivência nas escolas, tendo em vista as microviolências presentes neste espaço educativo no contemporâneo. Esta pesquisa justifica -se especialmente porque a sociopoética, juntamente com as práti cas educativas pautadas nos princípios de pesquisar, ensinar e aprender coletivamente com o corpo todo, com a valorização das culturas de grupos silenciados e de resistências, com o uso de dispositivos artísticos, com responsabilidade ética, política, noética e espiritual estabelece uma diferença primordial nos processos educativos, pois descondiciona a percepção arraigada e constrói modos de pensar distantes dos habituais modos de existir naturalizados e reproduzidos em nosso fazer pedagógico, especialmente os (pré)conceitos arraigados sobre o outro, o diferente. Assim, teve por objetivo geral compreender as contribuições da formação docente em Sociopoética enquanto metodologia sensível e inovadora para a problematização e potencialização de outros modos de convivência nas escolas no contemporâneo de professores/as de crianças e adolescentes da Rede Pública Municipal de São Félix do Piauí- PI/BR. Especificamente, buscou 1. Descrever como os/as professores/as de crianças e adolescentes da Rede Pública Municipal de São Félix do Piauí-PI/BR sensibilizam-se ou deixam-se afetar pelos problemas que envolvem a convivência na escola, no contemporâneo, no contexto da formação em sociopoética; 2. Identificar os conceitos mobilizados pelos afetos (confetos) e pelas experiências educativas de professores/as de crianças e adolescentes da Rede Pública Municipal de São Félix do Piauí-PI/BR acerca de problemas que envolvem a convivência na escola no contemporâneo; 3. Analisar que outros modos de pensar a convivência na escola são potencializados pelos conceitos mobilizados pelos afetos e pelas experiências educativas criadas pelos/as professores/as no contexto da formação em Sociopoética e 4. Favorecer aos/as professores/as de crianças e adolescentes, da Rede Pública Municipal de São Félix do Piauí-PI/BR, a autoanálise de suas práticas e experiências educativas acerca da convivência escolar no contemporâneo. Sendo uma pesquisa qualitativa com o uso da abordagem “Sociopoética”, utilizada para criação de problemas, confetos e devires do Pescurso (pesquisa + curso) com dispositivos filosóficos e artísticos, como método de produção de dados. Esta Tese de doutorado corrobora na perspectiva da descolonização do pensamento, da democratização e da inovação, ao dar passagem à criação de conhecimentos coletivos, que perpassam as experiências e problematizações educativas mobilizadas com professores/as de crianças e adolescentes no contemporâneo. O grupo-pesquisador foi formado por mim e 6 professores/as do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. A produção dos dados foi realizada com duas técnicas: as Cabaças e seu desdobramento na árvore das cabaças na Formação em Sociopoética na relação com a convivência na escola; e a segunda, os Objetos Geradores e a Mandala da formação em Sociopoética na relação com a convivência na escola. Esta pesquisa trouxe como resultado a produção de confetos heterogêneos e desterritorializados que, transversalizados, problematizaram e potencializaram a formação em sociopoética, pensando em outras formas de educar para a convivência escolar, que foram cartografadas em quatro dimensões do pensamento do grupo-pesquisador: 1. Formação em sociopoética na relação com a convivência na escola exige sensibilidade para a aceitação do novo; 2. Formação em sociopoética na relação com a convivência na escola exige parcerias para transcriar a escola; 3. Formação em sociopoética na relação com a convivência na escola exige a aceitação do novo a partir da família e 4. Formação em sociopoética na relação com a convivência na escola exige aceitação do novo para descolonizar a educação. Essas dimensões apresentam-se em confetos (conceitos mobilizados pelos afetos), tais como: Formação em Sociopoética-cabaça-desafio-mistura, Formação em Sociopoética-árvore-das-cabaças, Formação em sociopoética-cabaça-coragem, Convivência-cabaça-vitória, Convivência na escola-Força-Botõezinhos, Convivência na escola-árvore-diversidade-de-cada-um, entre outros. Os confetos mobilizaram as problemáticas em torno da formação docente e envolvem as lacunas do processo formativo e os saberes da experiência, que precisam ser construídos para que se possa aprender a conviver com as diversidades/diferenças, os preconceitos, as violências, os problemas com as famílias, com a comunidade, com os gestores e demais funcionários, questões essas, que não se aprendem na academia e que atravessam a educação no contemporâneo. São narrativas que expressam amor pelas práticas educativas e surgem como esperança para uma educação para a convivência escolar.

ABSTRACT: This thesis deals with how teacher training in Sociopoetics, as a sensitive and innovative methodology, can break with Cartesian training models, by affecting teachers to think, problematize and enhance other modes of coexistence in schools, having in view of the microviolence present in this educational space in the contemporary. This research is especially justified because sociopoetics, together with educational practices based on the principles of researching, teaching and learning collectively with the whole body, with the appreciation of the cultures of silenced groups and resistance, with the use of artistic devices, with ethical, political, noetic and spiritual responsibility establishes a primary difference in educational processes, as it deconditions entrenched perception and builds ways of thinking far fr om the usual ways of existing naturalized and reproduced in our pedagogical practice, especially the (pre)concepts ingrained about the other , the different. Thus, the general objective was to understand the contributions of teacher training in Sociopoetics, as a sensitive and innovative methodology, for the problematization and potentialization of other modes of coexistence in schools in the contemporary of teachers of children and adolescents in the Municipal Public Network of São Félix do Piauí - PI/BR. Specifically, it sought to 1. Describe how teachers of children and teenagers in the Municipal Public Network of São Félix do Piauí -PI/BR sensitize or let themselves be affected by the problems that involve living at school, in the contemporary, in the context of training in sociopoetics; 2. Identify the concepts mobilized by the affections (confections) and the educational experiences of teachers of children and adolescents from the Municipal Public Network of São Félix do Piauí-PI/BR about problems that involve living in contemporary schools; 3. Analyze what other ways of thinking about coexistence at school are enhanced by the concepts mobilized by the affections and educational experiences created by the teachers in the context of training in Sociopoetic s and 4. Favoring the teachers of children and adolescents, from the Municipal Public Network of São Félix do Piauí -PI/BR, the self-analysis of their educational practices and experiences about contemporary school life. As a qualitative research using the "Sociopoetic" approach, used to create problems, confections and becomings of the Research (research + course) with philosophical and artistic devices, as a method of data production. This doctoral thesis corroborates the perspective of decolonization of thought, democratization and innovation, by giving way to the creation of collective knowledge, which permeate the educational experiences and problematizations mobilized with contemporary teachers of children and adolescents. The research group was formed by me and 6 teachers, from the 6th to the 9th grade of Elementary School. The production of data was carried out with two techniques: the gourds and its unfolding in the gourd tree in the Formation in Sociopoetics in relation to living at school; and the s econd, the Generating Objects and the Mandala of training in Sociopoetics in relation to coexistence at school. This research resulted in the production of heterogeneous and deterritorialized confections, which, when transversalized, problematized and enha nced training in sociopoetics, thinking of other ways of educating for school life, which were mapped into four dimensions of the researcher -group's thinking: 1. Training in sociopoetics in relation to living at school requires sensitivity to accept the new; 2. Formation in sociopoetics in relation to coexistence at school requires partnerships to transcribe the school; 3. Training in sociopoetics in relation to living in school requires acceptance of the new from the family and 4. Training in sociopoetics in relation to living in school requires acceptance of the new to decolonize education. These dimensions are presented in confections (concepts mobilized by affections), such as: Training in Sociopoetics -gourd-challenge-mixture, Training in Sociopoetics-Cabaça-tree, Training in sociopoetics-gourd courage, Coexistence-gourd-victory, Coexistence at the school-Force-little buttons, Coexistence at the school-tree-diversity-of-each-one, among others. The confections mobilized the issues surrounding teacher training and involve gaps in the training process and knowledge of experience, which need to be built so that one can learn to live with diversities/differences, prejudices, violence, problems with families, with the community, with man agers and other employees, issues that are not learned in the academy and that cross education in the contemporary. These are narratives that express love for educational practices and emerge as hope for an education for school coexistence. RESUMEN: Esta tesis aborda cómo la formación del profesorado en Sociopoética, como metodología sensible e innovadora, puede romper con los modelos formativos cartesianos, al incitar a los profesores a pensar, problematizar y potenciar otros modos de convivencia en las escuelas, teniendo en cuenta la microviolencia presente en este ámbito educativo. espacio en lo contemporáneo. Esta investigación está especialmente justificada porque la sociopoética, junto con las prácticas educativas basadas en los principios de inv estigar, enseñar y aprender colectivamente con todo el cuerpo, con la valoración de las culturas de los grupos silenciados y de resistencia, con el uso de dispositivos artísticos, con la ética La responsabilidad política, noética y espiritual establece una diferencia primordial en los procesos educativos, ya que descondiciona la percepción arraigada y construye formas de pensar alejadas de las formas habituales de existir naturalizadas y reproducidas en nuestra práctica pedagógica, especialmente los (pre) conceptos arraigados sobre el otro Lo diferente. Así, el objetivo general fue comprender los aportes de la formación docente en Sociopoética, como una metodología sensible e innovadora, para la problematización y potencialización de otros modos de convivencia en las escuelas en la actualidad de los docentes de niños y adolescentes en la Red Pública Municipal de São Félix do Piauí - PI / BR. Específicamente, buscó 1. Describir cómo los maestros de niños y adolescentes de la Red Pública Municipal de São Félix do Piauí-PI / BR sensibilizan o se dejan afectar por los problemas que implican vivir en la escuela, en lo contemporáneo, en el contexto. de formación en sociopoética; 2. Identificar los conceptos movilizados por los afectos (confecciones) y las experiencias educativas de los maestros de niños y adolescentes de la Red Pública Municipal de São Félix do Piauí -PI / BR sobre problemas que implican vivir en escuelas contemporáneas; 3. Analizar qué otras formas de pensar la convivencia en la escuela se potencian con los conceptos movilizados por los afectos y experiencias educativas creadas por los docentes en el contexto de la formación en Sociopoética y 4. Favorecer a los docentes de niños y adolescentes, desde el Público Municipal Red de São Félix do Piauí-PI / BR, el autoanálisis de sus prácticas educativas y experiencias sobre la vida escolar contemporánea. Como investigación cualitativa utilizando el enfoque "Sociopoético", utilizado para crear problemas, confecciones y devenires de la Investigación (investigación + curso) con dispositivos filosóficos y artísticos, como método de producción de datos. Esta tesis doctoral corrobora la perspectiva de descolonización del pensamiento, democratización e innovación, al dar paso a la creación de saberes colectivos, qu e permean las experiencias educativas y problematizaciones movilizadas con docentes contemporáneos de niños y adolescentes. El grupo de investigación lo formamos yo y 6 profesores, de 6º a 9º de primaria. La producción de datos se realizó con dos técnicas: las calabazas y su desdoblamiento en la calabaza en la Formación en Sociopoética en relación a la convivencia escolar; y el segundo, los Objetos Generadores y el Mandala de formación en Sociopoética en relación a la convivencia escolar. Esta investigación resultó en la producción de confecciones heterogéneas y desterritorializadas, que al transversalizarse, problematizaron y potenciaron la formación en sociopoética, pensando en otras formas de educar para la vida escolar, las cuales fueron mapeadas en cuatro dimensiones del pensamiento del grupo investigador: 1. Formación en sociopoética en relación a vivir en la escuela se requiere sensibilidad para aceptar lo nuevo; 2. La formación en sociopoética en relación a la convivencia en la escuela requiere alianz as para transcribir la escuela; 3. La formación en sociopoética en relación con la vida en la escuela requiere la aceptación de lo nuevo de la familia y 4. La formación en sociopoética en relación con la vida en la escuela requiere la aceptación de lo nuev o para descolonizar la educación. Estas dimensiones se presentan en confecciones (conceptos movilizados por los afectos), tales como: Formación en Sociopoética-calabaza-desafío-mezcla, Formación en Sociopoética-Cabaça-árbol, Formación en sociopoética-calabaza-valentía, Convivencia-calabaza-victoria, Convivencia en la escuela-Fuerza-pequeños botones, Convivencia en la escuela -árbol-diversidad-de-cada-uno, entre otros. Las confecciones movilizaron los temas de la formación docente e involucran vacíos en el proceso de formación y conocimiento de la experiencia, que es necesario construir para que se aprenda a vivir con diversidades / diferencias, prejuicios, violencia, problemas con las familias, con la comunidad, con directivos y demás colaboradores, temas que no se aprenden en la academia y que se cruzan en la educación contemporánea. Son narrativas que expresan el amor por las prácticas educativas y emergen como esperanza para una educación para la convivencia escolar.