Abstract:
RESUMO: Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, criados com a Lei 11.892/2008,
propõem a Educação Profissional para além dos moldes que, até então, vinha sendo realizada,
apresentando, em suas diretrizes, a necessidade de pensar essa modalidade de ensino na
perspectiva da educação para as diversidades, sendo a abordagem das relações raciais inserida
nesse contexto. Porém, essa proposta tenta se efetivar na realidade permeada por racismos,
sofridos, especialmente, por afrodescendentes. Problematizando esta realidade, emergiram as
seguintes questões: como a educação profissional, que tem forte tradição na valorização da
educação voltada para atender às necessidades do mercado de trabalho capitalista, relaciona-se com a proposta da educação para as relações raciais? De que modo os documentos
institucionais fazem essa abordagem? Essas indagações conduziram ao objetivo geral de
compreender como o Instituto Federal de Educação do Maranhão (IFMA) lida com as
exigências da educação para as relações raciais considerando o que regem os documentos
legais e institucionais referentes à Educação Profissional e Tecnológica; e aos objetivos
específicos: caracterizar o modo como os documentos institucionais dialogam com a proposta
da educação para as relações raciais no Brasil de acordo com as prescrições nos documentos
legais; averiguar as relações entre o que dizem participantes da pesquisa sobre as exigências
da educação para as relações raciais brasileiras e o seu pertencimento racial; analisar práticas
relatadas no tocante à educação para as relações raciais brasileiras por profissionais do IFMA
que participaram do estudo. A tese que direcionou esta pesquisa é a de que a colonialidade
presente em nossos corpos e em nossas mentes faz com que a abordagem das relações raciais
estabeleça, quando muito, relações fronteiriças representando a possibilidade de questionar a
colonialidade na tentativa de enfrentar o racismo. Dentre os estudos que fundamentam as
análises da pesquisa, destacam-se: Bhabha (2013), Munanga (1999), Cunha (2000a), Mignolo
(2005,2008), Fanon (2005, 2008), Foucault (1982), Guimarães (2009), Boakari (2010),
Quijano (2010), Santos (2010), Boakari e Silva (2011), Hall (2011), Certeau (2014), Silva
(2014), Mbembe (2017), Nascimento (2010) Carneiro (2005). As fontes de informações para
a realização da pesquisa foram documentos institucionais e entrevistas realizadas com
docentes, gestores e gestoras do IFMA. Este estudo revela possibilidades de fronteiras
questionadoras das relações raciais na Educação Profissional Tecnológica, bem como expõe a
força do racismo no cotidiano do fazer institucional como um aspecto que faz parte da racialização das relações de poder advindas com a colonização e reinventadas com a
colonialidade.
ABSTRACT: The Federal Institutes of Education, Science and Technology, created by the Law 11.89 2 /
2008, propose the Professional Education beyond the patterns that until then had been carried
out, presenting, in its guidelines, the necessity of thinking this area of teaching in the the
perspective of education for diversity, and the approach of race relations is inserted in this
context. However, this proposal tries to be effective in this reality permeated by racism,
suffered especially by Afro-descendants. Critically analyzing this reality, the following
questions emerged: how does professional education, which has a strong tradition in valuing
education that aims to meet the needs of the capitalist labor market, relate to the proposal of
education for race relations? How do institutional documents take this approach? These
inquiries have led to the general objective of understanding how the Federal Institute of
Education of Maranhão (IFMA) deals with the demands of education for race relations
considering what legal and institutional documents pertain to Vocational and Technological
Education; and to the specific objectives: to characterize how institutional documents
dialogue with the proposal of education for racial relations in Brazil, according to the
prescriptions in legal documents; to ascertain the relations between what the research
participants say about the demands of education for Brazilian racial relations and their racial
belonging; to analyze practices related to education for Brazilian race relations reported by
IFMA professionals who participated in the study. The thesis directing this research is that the
coloniality existent in our bodies and in our minds makes the approach of race relations
establish, at most, borderline relations representing the possibility to question coloniality in
the attempt to face racism. Among the studies that base the analysis of this research, the
following stand out: Bhabha (2013), Munanga (1999), Cunha (2000a), Mignolo (2005,2008),
Fanon (2005, 2008), Foucault (1982), Guimarães 2009), Boakari (2010), Quijano (2010),
Santos (2010), Boakari e Silva (2011), Hall (2011), Certeau (2014), Silva (2014), Mbembe
(2005). The sources of information for conducting the research were institutional documents
and interviews with teachers and managers of IFMA. This study reveals possibilities of
questioning frontiers of racial relations in Professional Technological Education, as well as
exposes the force of racism in the daily practice of institutional making as an aspect that is
part of the racialization of the power relations resulting from colonization and reinvented with
coloniality.
RESUMEN: Los Institutos Federales de Educación, Ciencia y Tecnología, creados con la Ley
11.892/2008, proponen la Educación Profesional además de los moldes que, hasta entonces,
venía siendo llevadas a cabo, mostrando, en sus directrices, la necesidad de pensar esa
modalidad de enseñanza en la perspectiva de la educación para las diversidades, mencionando
las relaciones raciales insertadas en ese contexto. Sin embargo, esa propuesta intenta
realizarse en la realidad repleta de racismos, sufridos especialmente por la gente negra.
Cuestionando esta realidad, surgieron las siguientes preguntas: ¿cómo la educación
profesional que tiene una fuerte tradición en apreciación de la educación, orientada a
satisfacer las necesidades del mercado laboral capitalista, se refiere a la propuesta de la
educación para las relaciones raciales? ¿De qué modo los documentos institucionales hacen
ese abordaje? Esas cuestiones condujeron al objetivo general de comprender como el Instituto
Federal de Educación del Maranhão (IFMA) trata las exigencias de la educación para las
relaciones raciales, considerando lo que regulan los documentos legales e institucionales
referentes a la Educación Profesional y Tecnológica; y a los objetivos específicos: caracterizar
el modo como los documentos institucionales dialogan con la propuesta de la educación para
las relaciones raciales en Brasil en consonancia con las prescripciones en los documentos
legales; averiguar las interacciones entre los que se dicen participantes de la investigación
acerca de las exigencias de la educación para las relaciones raciales brasileñas y su
pertenencia racial; analizar las prácticas relatadas en la educación para las relaciones raciales
brasileñas por profesionales del IFMA que participaron del estudio. La tesis que impulsó esta
investigación es que la colonialidad presente en nuestros cuerpos y en nuestras mentes hace
con que el enfoque de las relaciones raciales establezca, cuando mucho, las relaciones
fronterizas que representan la posibilidad de cuestionar la colonialidad en un intento de
enfrentar el racismo. Entre los estudios que sustentan los análisis de la investigación, se
destacan: Bhabha (2013), Munanga (1999), Cunha (2000a), Mignolo (2005,2008), Fanon
(2005, 2008), Foucault (1982), Guimarães (2009), Boakari (2010), Quijano (2010), Santos
(2010), Boakari e Silva (2011), Hall (2011), Certeau (2014), Silva (2014), Mbembe (2017),
Nascimento (2010) Carneiro (2005). Las fuentes de informaciones para la realización de la
investigación fueron documentos institucionales y entrevistas realizadas con docentes,
gestores y gestoras del IFMA. Este estudio revela las posibilidades de fronteras inquisitivas de
las relaciones raciales en la Educación Profesional Tecnológica, así como expone la fuerza del
racismo en el cotidiano del hacer institucional como un aspecto que forma parte de la racialización de las relaciones de poder derivadas de la colonización y reinventadas con la
colonialidad.