EDUCAÇÃO DO CAMPO E AGROECOLOGIA: diferentes espaços/tempos de formação e construção coletiva do conhecimento

Abstract

RESUMO: As políticas de educação implementadas no campo foram historicamente marcadas por processos educativos desvencilhados da realidade local, onde predomina a reprodução de conteúdos desprovidos de significados para o educando e à comunidade escolar. Em contraposição a este projeto educativo, desconectado da vida real que se põe a serviço da manutenção dos interesses das classes dominantes, os movimentos sociais vêm construindo o projeto de educação do campo, vinculado aos princípios da Educação Popular, que trabalha na perspectiva de proporcionar uma formação crítica, ancorada no diálogo e na problematização, visando ao desenvolvimento da consciência de si e do mundo. A materialização dessa intencionalidade poderá ser dinamizada a partir da vinculação dos processos educativos com as lutas dos/as camponeses/as na defesa de outro projeto de desenvolvimento associado à agroecologia e à conquista de uma vida digna no campo. Diante deste contexto, nossa investigação foi desenvolvida na Ecoescola Thomas a Kempis, localizada na zona rural do município de Pedro II-PI, que desenvolve práticas educativas na perspectiva da Educação do Campo e Contextualizada para a Convivência com o Semiárido, voltadas à reflexão crítica e à compreensão da realidade socioeconômica, política, cultural. Neste caso, a pesquisa foi desenvolvida a partir da seguinte problemática: quais as contribuições políticas, pedagógicas e epistemológicas da agroecologia para a construção interdisciplinar do conhecimento no contexto das práticas educativas da Ecoescola? Além disso, temos como objetivo geral: analisar as contribuições políticas, pedagógicas e epistemológicas da agroecologia para a construção interdisciplinar do conhecimento no contexto das práticas educativas da Ecoescola. As reflexões desenvolvidas nesta pesquisa foram referenciadas nos estudos de Caldart (2012; 2017), Freire (1987), Gliessman (2012), Hecht (1999), Gomes (2011); Caporal, Costabeber e Paulus(2011), Monteiro (2012), dentre outros/as. O processo de investigação foi construído com base na pesquisa qualitativa, a partir da abordagem crítico-dialética, na qual foram utilizadas como instrumentos de construção dos dados a pesquisa documental, a entrevista e a roda de diálogo. A sistematização e análise dos dados foram realizadas a partir das contribuições teóricas da Análise de Conteúdo, fundamentada em Bardin (2016).O estudo mostra, como principais resultados, os ganhos políticos e pedagógicos obtidos a partir do desenvolvimento de uma proposta formativa referenciada nas dimensões e princípios da agroecologia. O estudo mostra, como principais resultados, os ganhos políticos e pedagógicos obtidos a partir do desenvolvimento de uma proposta formativa referenciada nas dimensões e princípios da agroecologia.

RESUMEN: Las políticas educativas implementadas en el campo han estado históricamente marcadas por procesos educativos desvinculados de la realidad local, donde predomina la reproducción de contenidos sin significado para el alumno y la comunidad escolar. En contraste con este proyecto educativo desconectado de la vida real, que se pone al servicio de mantener los intereses de las clases dominantes, los movimientos sociales han ido construyendo el proyecto de educación rural, ligado a los principios de la Educación Popular, que trabaja con la perspectiva de proporcionando una formación crítica, anclada en el diálogo y la problematización, con el objetivo, por parte de los estudiantes, del desarrollo de la conciencia de sí mismos y del mundo. La materialización de esta intencionalidad se puede impulsar al vincular los procesos educativos con las luchas de los campesinos en la defensa de otro proyecto de desarrollo asociado a la agroecología y la consecución de una vida digna en el campo. En este contexto, nuestra investigación se llevó a cabo en la Ecoescuela Thomas a Kempis, ubicada en la zona rural del municipio de Pedro II-PI, que desarrolla prácticas educativas, en la perspectiva de la Educación Rural y Contextualizada para la Convivencia con el Semiárido, orientado a la reflexión crítica y la comprensión de la realidad socioeconómica, política, cultural. En este caso, la investigación se desarrolló a partir de la siguiente problemática: ¿cuáles son los aportes políticos, pedagógicos y epistemológicos de la agroecología a la construcción interdisciplinar del conocimiento en el contexto de las prácticas educativas de Ecoescola? Además, tenemos como objetivo general: Analizar los aportes políticos, pedagógicos y epistemológicos de la Agroecología a la construcción interdisciplinar del conocimiento en el contexto de las prácticas educativas de Ecoescuela. Las reflexiones desarrolladas en esta investigación fueron referenciadas en los estudios de Caldart (2012; 2017), Freire (1987); Gliessman (2012); Hecht (1999), Gomes (2011); Caporal, Costabeber y Paulus (2011); Monteiro (2012), entre otros. El proceso de investigación se construyó a partir de una investigación cualitativa, basada en el enfoque dialéctico crítico, en el que se utilizaron herramientas de construcción de datos: la investigación documental, la entrevista y la rueda de diálogo. La sistematización y análisis de los datos se realizó a partir de los aportes teóricos del Análisis de Contenido, con base en Bardin (2016). El estudio muestra como principales resultados los logros políticos y pedagógicos obtenidos del desarrollo de una propuesta formativa referenciada en las dimensiones y principios de la agroecología.