Abstract:
RESUMO: O corpo, no decorrer da história da humanidade recebeu diversas classificações dentro de
narrativas estruturadas em relações de poder. As categorias como raça, gênero e classe, foram
fundamentais para a construção de estereótipos de subalternidade, em que a escola pode ser
um meio tanto de estimular, como também de combater processos de exclusão e preconceitos,
como o racismo. Nesse sentido, esta pesquisa foi elaborada em torno da seguinte
problemática: como corpos subalternizados podem narrar suas próprias experiências de
superação no ensinar/aprender em contextos escolares e não escolares? A pesquisa foi escrita
a partir da análise de vivências próprias do pesquisador que perpassam a infância (dentro e
fora da sala de aula) até a práxis profissional, como professor. Foram elencadas quatro
memórias/histórias, todas narradas de modo não linear, e têm como fio condutor a percepção
própria de um corpo marcado por processos de exclusões e resistências. As histórias foram
construídas em constante movimento no qual, ora está dentro da própria memória, ora tenta
olhar de fora dela. A pesquisa revelou que narrativas próprias são importantes para a
compreensão de narrativas maiores como as estruturas de poder, ficando evidenciado também
que estas “pequenas” histórias são capazes de nos ensinar sobre como lidar com estas
estruturas, deslocando-as e ressignificando-as mesmo que, em micro movimentos. A pesquisa
buscou estabelecer diálogo com outras narrativas, recorrendo assim a Michael Foucault
(2000); André Lepecki (2009); Frantz Fanon (2008); Gayatri Spivak (2010); Walter Benjamin
(2002); Bakhtin (2003); Walter Mignolo (2008), Aníbal Quijano (2005) e Setenta (2008).
ABSTRACT: The body throughout the history of human history has several classifications within narratives
structured in power relations. As categories such as race, gender and class, they were
fundamental to the construction of stereotypes of subordination, where the school can be a
means of both stimulating, as well as combating processes of exclusion and prejudice, such as
racism and homophobia. In this sense, this research was elaborated on the following problem:
How can subordinate bodies narrate their own experiences of overcoming teaching / learning
in school and non-school contexts? The research was written from the analysis of the
researcher's own experiences, lived experiences that go from childhood (inside and outside
the classroom) to professional praxis, as a teacher. Four memories / stories were li sted, all of
them narrated in a non-linear way, and the guiding thread is the perception of a body marked
by exclusion and resistance processes. The stories were built in a constant movement where,
either it is inside the memory itself, or it tries to look outside it. The research revealed that
own narratives are important for the understanding of larger narratives as structures of power,
and it is also evident that these “small” stories are capable of teaching us how to deal with
these structures, displacing and reframing them even though, in micro movements. The search
sought to establish dialogue with other narratives, thus using Michael Foucault (2000); André
Lepecki (2009); Frantz Fanon (2008); Gayatri Spivak (2010); Walter Benjamin (2002);
Bakhtin (2003); Walter Mignolo (2008), Aníbal Quijano (2005) and Setenta (2008).