Abstract:
RESUMO: Esse estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o capim-Massai associado à cunhã,
para a produção de fêmeas ovinas. Foram realizados dois experimentos no período de abril a
junho de 2018; no primeiro foi avaliado o sistema de capim-Massai associado ao banco de
proteína cunhã e no segundo, consórcio entre cunhã e capim-Massai em sistema silvipastoril com
cajueiros. Os experimentos foram realizados no campo experimental da Embrapa Meio-Norte,
em Teresina – PI. Foram utilizadas fêmeas da raça Santa Inês, com peso médio de 37,5 kg. Os
pastos foram manejados sob lotação rotacionada com 28 e 4 dias de descanso e ocupação,
respectivamente. O delineamento adotado foi de blocos ao acaso com 2 tratamentos, 2 blocos e 5
piquetes experimentais. Realizou-se a análise de variância dos dados e quando detectadas
significâncias, as médias foram submetidas ao teste de SNK a 5 % de probabilidade. Foram
medidas alturas dos pastos no pré e pós-pastejo por ovinos, ainda no pré-pastejo, foram
realizados cortes a 15 cm de altura do solo, para a determinação da massa de forragem,
composição morfológica e botânica. A composição química e digestibilidade da MS e MO foram
determinados em amostras por meio de pastejo simulado. Para o comportamento ingestivo e
consumo foi adotada a metodologia de observação direta, no primeiro e quarto dia de pastejo. O
desempenho foi estimado a partir das pesagens realizadas no início, a cada 15 dias e ao final do
período experimental. No primeiro experimento foi observado que a altura do pasto de capim-Massai no pré-pastejo foi em média 53 cm, enquanto que no pós-pastejo, o pasto de capim-Massai associado ao banco de proteína foi 5cm mais alto que sem associação (P<0,05). A
associação com leguminosa, elevou em, aproximadamente, 50 % a produção de forragem
(P<0,05). A presença da leguminosa elevou a qualidade da forragem ingerida. As ovelhas
passaram mais tempo (P<0,05) em pastejo, 4,8 h, seguida por ócio, deslocamento e ruminação.
Os animais com acesso ao banco de proteína reduziram o número de bocados na gramínea. O
consumo de forragem foi 56 % maior no sistema de pasto-banco de proteina; e também o peso
final das ovelhas, e no no Sistema silvipastoril, verificou-se que a massa de forragem no
consórcio foi superior a monocultura (P<0,05). Maior quantidade de invasoras ocorrereu na
monocultura (P<0,05). O pasto de capim-Massai exclusivo, apresentou mais plantas invasoras
que o consórcio (P<0,05). Embora o sombreamento reduza a temperatura ambiental, não inibe o
estresse por calor em ovinos. O consórcio proporcionou maior tempo de pastejo e menor tempo
de ruminação (P<0,05). Maior taxa de bocados/min foram observadas na monocultura (P<0,05).
A presença da leguminosa influenciou o consumo de forragem (P<0,05) e variação de peso
animal (P<0,05), com 54 % de aumento no ganho de peso. Dessa forma os resultados levam a
afirmar que a associação de cunhã ao pasto de capim-Massai, seja como banco de proteína ou em
consorcio, é uma alternativa viável para produção animal por proporcionar uma maior massa de
forragem com melhor valor nutritivo o que resulta em maior peso das ovelhas.
ABSTRACT: This study was carried out with the objective of evaluating Massai grass associated
with cunhã, for the production of sheep females. Two experiments were carried out from April to
June 2018; in the first, the Massai grass system associated with the cunhã protein bank was
evaluated and in the second, a consortium between cunhã and Massai grass in a silvopastoral
system with cashew trees. The experiments were carried out in the Embrapa Meio-Norte
experimental field, in Teresina - PI. Santa Inês females were used, with an average weight of
37.5 kg. Pastures were managed under rotational stocking with 28 and 4 days of rest and
occupation, respectively. The design adopted was randomized blocks with 2 treatments, 2 blocks
and 5 experimental paddocks. The analysis of variance of the data was performed and when
significant, the averages were submitted to the SNK test at 5% probability. Pasture heights were
measured in pre- and post-grazing by sheep, still in pre-grazing, cuts were made at 15 cm from
the ground, to determine the forage mass, morphological and botanical composition. The
chemical composition and digestibility of DM and MO were determined in samples by simulated
grazing. For the ingestive behavior and consumption, the direct observation methodology was
adopted on the first and fourth days of grazing. The performance was estimated from the
weighings performed at the beginning, every 15 days and at the end of the experimental period.
In the first experiment it was observed that the height of the Massai grass pasture in the pre-grazing was on average 53 cm, while in the post-grazing, the Massai grass pasture associated
with the protein bank was 5 cm higher than without association (P<0.05). The association with
legumes, increased the production of forage by approximately 50 % (P<0.05). The presence of
the legume increased the quality of the ingested forage. The sheep spent more time (P<0.05)
grazing, 4.8 h, followed by idleness, displacement and rumination. Animals with access to the
protein bank reduced the number of bits in the grass. Forage consumption was 56 % higher in the
pasture-protein bank system; and also the final weight of the sheep, and in the silvopastoral
system, it was found that the forage mass in the consortium was higher than monoculture
(P<0.05). Higher number of invaders occurred in the monoculture (P<0.05). The exclusive
Massai grass pasture showed more invasive plants than the consortium (P<0.05). Although
shading reduces the ambient temperature, it does not inhibit heat stress in sheep. The consortium
provided longer grazing time and shorter rumination time (P<0.05). Higher bit rate/min was
observed in monoculture (P<0.05). The presence of the legume influenced the forage
consumption (P<0.05) and animal weight variation (P<0.05), with a 54 % increase in weight
gain. Thus, the results lead to affirm that the association of cunhã with Massai grass pasture,
either as a protein bank or in intercropping, is a viable alternative for animal production because
it provides a greater forage mass with better nutritional value, which results in greater weight of
the sheep.