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RESUMO: INTRODUÇÃO: Pesquisas têm sugerido que a circunferência do Pescoço (CP) está associada
a riscos cardiometabólicos e obesidade tronco-superior, no entanto não existe consenso
nacional e internacional sobre os valores de corte para esse indicador. Portanto, o objetivo deste
estudo foi investigar a relação da CP com indicadores antropométricos e clínicos e avaliar o
risco cardiometabólico e a obesidade tronco-superior por meio de pontos de cortes propostos
para pessoas que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). MÉTODOS: Estudo
transversal incluindo 233 pessoas com HIV, assistidas em um centro de referência em doenças
infectocontagiosas em Teresina, Piauí. Foram coletados dados sociodemográficos,
socioeconômicos, hábitos de vida, clínicos e antropométricos utilizando um questionário
estruturado. A avaliação antropométrica incluiu medidas de peso, estatura, circunferência da
cintura (CC), CP e dobras cutâneas tricipital e subescapular. As análises estatísticas foram
realizadas pelo pacote estatístico Stata® versão 12 e curvas ROC foram construídas para
determinar a acurácia da CP em predizer risco cardiometabólico e obesidade superior em
pessoas que vivem com HIV. RESULTADOS: A amostra estudada foi composta por 57,5% de
pessoas do sexo masculino, com média de idade (IC 95%) de 38,4 anos (37,2 – 39,7). A maior
parte dos homens e mulheres se encontram no estágio precoce da doença, com carga viral não
detectável, tempo médio de doença (IC 95%) de 71,1 meses (58,8- 83,4) nos homens e 83,6
meses (70,8- 96,4) nas mulheres e tempo médio (IC 95%) de uso da terapia antirretroviral de
61,6 meses (50,8- 72,4) e 77,6 meses (65,3- 90,0) nos sexos masculino e feminino,
respectivamente. A forma de transmissão do HIV mais prevalente no estudo foi por via sexual
em relações heterossexuais. Em relação as variáveis antropométricas a CP apresentou
correlação positiva e estatisticamente significa (p <0,05) com todas as variáveis
antropométricas analisadas, exibindo maior força de correlação com a CC e o IMC. O ponto de
corte de CP selecionado como preditor de risco de complicações cardiometabólicas e obesidade
tronco-superior nas mulheres foi ≥ 32,4 cm, levando em consideração ambos, CC e IMC. Para
os homens, os pontos de corte de CP foram diferentes quando considerados a CC (≥ 39,6 cm)
e o IMC (≥38,1 cm) como referência. Vale ressaltar que a CP apresentou ótimo desempenho na
análise das curvas ROC em relação aos demais indicadores diagnósticos considerados neste
estudo. CONCLUSÃO: A CP revelou-se como indicador promissor na avaliação da nutrição e
da saúde de pessoas vivendo com HIV, mostrando ser um instrumento de rastreamento capaz
de identificar o risco de complicações cardiometabólicas e o acúmulo de gordura troncosuperior provocado tanto pela terapia antirretroviral como pelos hábitos de vida das pessoas
com HIV.
ABSTRACT: INTRODUCTION: Research has suggested that neck circumference (NC) is associated with
cardiometabolic risks and trunk-superior obesity, but there is no national and international
consensus on cutoff values for this indicator. Therefore, the aim of this study was to investigate
the relationship between NC and anthropometric and clinical indicators and to assess
cardiometabolic risk and upper trunk obesity by means of proposed cutoff points for people
living with the human immunodeficiency virus (HIV). METHODS: Cross-sectional study
including 233 people with HIV assisted at a referral center for infectious diseases in Teresina,
Piauí. Sociodemographic, socioeconomic, lifestyle, clinical and anthropometric data were
collected using a structured questionnaire. Anthropometric evaluation included measurements
of weight, height, waist circumference (WC), NC, triceps, and subscapular skinfolds. Statistical
analyzes were performed using the Stata® statistical package version 12 and ROC curves were
constructed to determine the accuracy of NC in predicting cardiometabolic risk and higher
obesity in people living with HIV. RESULTS: The sample studied consisted of 57.5% males,
with a mean age (IC 95%) of 38.4 years (37.2 - 39.7). Most men and women are in the early
stage of the disease, with undetectable viral load, mean disease time (IC 95%) of 71.1 months
(58.8-83.4) in men and 83.6 months (70.8-96.4) in women and mean time (IC 95%) of
antiretroviral therapy use of 61.6 months (50.8-72.4) and 77.6 months (65.3-90) , 0) in males
and females, respectively. The most prevalent form of HIV transmission in the study was
through sexual intercourse in heterosexual relationships. Regarding anthropometric variables,
NC showed a positive correlation and statistically significant (p <0.05) with all anthropometric
variables analyzed, showing a higher correlation strength with WC and BMI. The cutoff point
of NC selected as a predictor of risk of cardiometabolic complications and trunk-superior
obesity in women was ≥ 32.4 cm, considering both WC and BMI. For men, the cutoff points of
NC were different when considering WC (≥ 39.6 cm) and BMI (≥38.1 cm) as reference. It is
noteworthy that the NC presented excellent performance in the analysis of ROC curves in
relation to the other diagnostic indicators considered in this study. CONCLUSION: NC proved
to be a promising indicator in the assessment of nutrition and health of people living with HIV,
showing that it is a screening instrument capable of identifying the risk of cardiometabolic
complications and the accumulation of upper trunk fat caused by both antiretroviral therapy as
by the lifestyle of people with HIV. |
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