Abstract:
RESUMO: INTRODUÇÃO: Estudos têm demonstrado a existência de alterações na defesa
antioxidante em indivíduos obesos, que podem contribuir para o estresse oxidativo,
principalmente naqueles pacientes que possuem síndrome metabólica. No entanto,
dados de avaliação da atividade de enzimas e de minerais antioxidantes, bem como
a relação destes parâmetros com componentes da síndrome metabólica ainda são
bastante escassos. Portanto, esse estudo determinou a zincemia e a atividade das
enzimas superóxido dismutase e glutationa peroxidase, bem como investigou a
existência de correlação entre estas variáveis em mulheres obesas. MÉTODOS:
Estudo de natureza transversal, analítico, caso controle, envolvendo 73 mulheres na
faixa etária de 20 a 50 anos. As pacientes foram distribuídas em 2 grupos: controle
(eutróficas, n=36) e estudo (obesas, n=37). A ingestão de zinco foi avaliada
utilizando o registro alimentar de três dias e a análise pelo software Nutwin versão
1,5. A análise da concentração de zinco plasmático e eritrocitário foi realizada
segundo o método de espectofotometria de absorção atômica de chama. A
determinação das enzimas superóxido dismutase e glutationa peroxidase foi
realizada nos eritrócitos segundo metodologia recomendada pelo fabricante Randox.
As determinações de insulina e glicose de jejum foram realizadas por
radioimunoensaio e colorimétrico, respectivamente. O perfil lipídico foi determinado
segundo o método enzimático. RESULTADOS: A ingestão de zinco pelas mulheres
obesas foi superior ao grupo controle (p<0,05). A média das concentrações
plasmáticas de zinco foi de 72,2 ± 9,0 µg/dL para as obesas e de 73,4 ± 8,5 µg/dL
para o grupo controle (p>0,05). Os valores médios e desvios padrão do zinco
eritrocitário foram de 36,4 ± 15,0 µgZn/gHb e 45,4 ± 14,3 µgZn/gHb para mulheres
obesas e controles, respectivamente (p<0,05). Os valores médios da atividade da
enzima superóxido dismutase nas mulheres obesas foram de 1816,0 ± 680,4 U/gHb
e no grupo controle de 1786,8 ± 490,7 U/gHb. A determinação da glutationa
peroxidase mostrou valores médios e desvios padrão de 46,4±19,4 U/gHb para as
mulheres obesas e de 36,7±13,6 U/gHb para o grupo controle (p<0,05). Na análise
de regressão multivariada, apenas a relação entre a atividade da enzima superóxido
dismutase e a glicose plasmática (r=-50), circunferência da cintura (r=-0,65) e o
índice de massa corpórea (r= -0,63) foi significativa. CONCLUSÕES: As mulheres
obesas avaliadas neste estudo apresentam concentrações de zinco nos eritrócitos
inferiores ao grupo controle (p<0,05). Além disso, a análise de regressão
multivariada para investigar a influência dos componentes da síndrome metabólica
sobre os antioxidantes revela significância estatística apenas em relação à
superóxido dismutase, sendo que esta enzima possui correlação negativa com a
glicose plasmática, circunferência da cintura e índice de massa corpórea. ABSTRACT: INTRODUCION: Studies have shown the existence of alterations in the antioxidant
defense of obese individuals, which may contribute to oxidative stress, especially in
patients with metabolic syndrome. However, there is hardly any data available that
assess the activity of antioxidant enzymes and minerals, as well as the relationship
between these parameters with components of metabolic syndrome. Therefore, this
study measured zincemia and the activity of superoxide dismutase and glutathione
peroxidase, and investigated the correlation between these variables in obese
women. METHODS: This was a cross sectional, analytical, case control study,
involving 73 women aged 20 to 50 years. The patients were divided into two groups:
control (normal weight, n = 36) and study (obese, n = 37). Zinc intake was assessed
using the three-day food record and analyzed using NutWin software version 1.5.
Plasmatic and erythrocytary zinc concentration was analyzed by flame atomic
absorption spectrophotometry. The measurements of superoxide dismutase and
glutathione peroxidase in the erythrocytes were carried out according to the
manufacturer's methodology (Randox). Insulin and glucose fasting levels were
measured using the radioimmunoassay and colorimetric method, respectively. The
lipid profile was measured according to the colorimetric method.
RESULTS: The zinc intake for obese women was higher than the control group (p
<0.05). The mean plasma zinc was 72.2 ± 9.0 µg/dL for the obese group and 73.4 ±
8.5 µg/dL for the control group (p> 0.05). The mean values and standard deviations
for the erythrocyte zinc were 36.4 ± 15.0 µgZn/gHb and 45.4 ± 14.3 µgZn/gHb for
obese women and controls, respectively (p <0.05). The mean values of superoxide
dismutase activity were 1816.0 ± 680.4 U/gHb in obese females and 1786.8 ± 490.7
U / gHb for the control group. The mean values and standard deviations for
glutathione peroxidase activity were 46.4 ± 19.4 U/gHb for obese women and 36.7 ±
13.6 U / gHb for the control group (p <0.05). In the multivariate regression analysis,
only the associations between the activity of superoxide dismutase and plasma
glucose, waist circumference and body mass index were significant.
CONCLUSIONS: The obese women that were assessed in this study had lower
concentrations of erythrocytary zinc when compared with the control group (p <0.05).
In addition, the multivariate regression analysis to investigate the influence of
metabolic syndrome components on antioxidants only reveals a statistical
significance regarding superoxide dismutase, and this enzyme has a negative
correlation with plasma glucose, waist circumference and body mass index.