Abstract:
RESUMO:Introdução: Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, as Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT) são responsáveis pela morte de 41 milhões de pessoas a cada ano o
que equivale a 71% de todas as mortes globalmente. Dentre as DCNT de maior prevalência na
população adulta, a Hipertensão Arterial e o Diabetes Mellitus tipo 2 se sobressaem como as
doenças corresponsáveis pelas principais causas de mortalidade e hospitalizações no país.
Objetivo: verificar o poder preditivo e a associação de indicadores antropométricos
tradicionais e novos com a presença de hipertensão e diabetes mellitus tipo 2 na população
adulta das cidades de Teresina e Picos (PI). Metodologia: Estudo transversal, de base
populacional, realizada com 882 indivíduos adultos, com idade entre 20 a 59 anos, residentes
em Teresina e Picos (PI). Foram coletados dados demográficos, socioeconômicos, de estilo de
vida e de perfil de saúde obtidos mediante aplicação de questionários adaptados de inquéritos
utilizados em outros estudos populacionais brasileiros. Também foram coletados dados
antropométricos de altura, peso e circunferência da cintura. O diagnóstico das DCNT foi
obtido de forma autorreferida. Os indicadores utilizados neste estudo foram IMC, CC,
CC/altura, CC2/altura e CC/altura2. Realizou-se o teste de Komogorov-Sminorv para testar a
normalidade dos dados antropométricos. Para comparação de médias e medianas foram
utilizados os testes T de Student e de Mann-Whitney, respectivamente. O poder preditor e os
pontos de corte dos indicadores antropométricos foram obtidos por meio da curva ROC. A
associação destes indicadores com os desfechos foi observada por regressão de Poisson,
expressa em Razão de Prevalência, com Intervalos de Confiança de 95%. Os testes foram
realizados pelo programa Stata 13.0. Adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: Em
ambos os sexos, todos os indicadores antropométricos obtiveram capacidade preditória
aceitável para detectar a presença de hipertensão e diabetes (AUC> 0,5), com exceção do
IMC para a predição de diabetes no sexo masculino (AUC=0,35). Em relação à hipertensão,
destacaram-se os indicadores IMC (AUC = 0,73) para o sexo feminino e CC para o sexo
masculino (AUC=0,68) como àqueles com maiores AUC, entretanto, não foram observadas
diferenças significativas entre estas e as AUC dos demais indicadores. Quanto à diabetes, o
índice CC/altura2 sobressaiu-se como o indicador com maior poder preditor tanto para as
mulheres (AUC= 0,74) como para os homens (AUC= 0,79), porém, observou-se diferença
significativa em relação aos demais indicadores apenas para o sexo masculino. Na análise
bruta de Razão de Prevalência, todos os indicadores demonstraram associação significativa
com a hipertensão. Após ajustes, a força de associação permaneceu significativa e o IMC foi o
índice que apresentou maior associação em ambos os sexos. Quanto ao diabetes, todos os
indicadores demonstraram associação significativa com o desfecho na análise bruta, com
exceção do IMC e CC para o sexo masculino. Após ajustes, a razão CC/altura destacou-se
como o indicador com maior razão de prevalência para as mulheres e o índice CC/altura2 para
os homens. Conclusão: Em relação à hipertensão, todos os indicadores possuíram poder
preditor similiar. Porém, o IMC foi aquele mais associado ao desfecho em ambos os sexos.
Quanto ao diabetes, o índice CC/altura2 apresentou poder preditivo significativamente maior
apenas para homens, bem como associação mais forte com o desfecho. Em relação ao sexo
feminino, a razão CC/altura foi o indicador mais associado à presença de diabetes.
ABSTRACT:Introduction: According to data from the World Health Organization, Chronic
Noncommunicable Diseases (NCDs) are responsible for the deaths of 41 million people each
year, equivalent to 71% of all deaths globally. Among the most prevalent NCDs in the adult
population, Hypertension and Type 2 Diabetes Mellitus stand out as the diseases responsible
for the main causes of mortality and hospitalizations in the country. Objective: To verify the
predictive power and the association of traditional and new anthropometric indicators with the
presence of hypertension and type 2 diabetes mellitus in the adult population of the cities of
Teresina and Picos (PI). Methodology: Population-based cross-sectional study of 882 adult
individuals, aged 20 to 59 years, living in Teresina and Picos (PI). Demographic,
socioeconomic, lifestyle and health profile data were collected by applying questionnaires
adapted from surveys used in other Brazilian populational studies. Anthropometric data on
height, weight and waist circumference were also collected. The diagnosis of NCDs was
obtained self-reportedly. The indicators used in this study were BMI, WC, WC/height,
WC2/height and WC/height2. The Komogorov-Sminorv test was performed to test the
normality of anthropometric data. To compare means and medians, t-test and Mann-Whitney
test were used, respectively. The predictive power and cutoff points of the anthropometric
indicators were obtained using the ROC curve. The association of these indicators with the
outcomes was observed by Poisson regression, expressed as Prevalence Ratio, with 95%
Confidence Intervals. The tests were performed by the Stata 13.0 program. A significance
level of 5% was adopted. Results: All anthropometric indicators had acceptable predictive
ability to detect the presence of hypertension and diabetes (AUC> 0.5), except for the BMI
for males diabetes prediction (AUC = 0.35). . Regarding hypertension, the BMI indicator
(AUC = 0.73) for females and WC for males (AUC = 0.68) stood out as those with higher
AUC, however, no significant differences were observed between them and the AUC of the
others indicators. Regarding diabetes, the WC/height2 index stood out as the indicator with
the highest predictive power for both women (AUC = 0.74) and men (AUC = 0.79), however,
a significant difference was observed only for males. In the crude Prevalence Ratio analysis,
all indicators showed a significant association with hypertension. After adjustments, the
strength of association remained significant and BMI was the index that showed the highest
association in both sexes. Regarding diabetes, all indicators showed a significant association
with the outcome in the crude analysis, except for BMI and WC for males. After adjustments,
the WC/height ratio stood out as the indicator with the highest prevalence ratio for women
and the WC/height2 for men. Conclusion: Regarding hypertension, all indicators had similar
predictive power. However, BMI was the one most associated with the outcome in both sexes.
Regarding diabetes, the WC/ height2 index showed significantly higher predictive power only
for men, as well as a stronger association with the outcome. Regarding females, the
WC/height ratio was the indicator most associated with the presence of diabetes.