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RESUMO:O presente trabalho tem como objetivo analisar o ethos do escritor inglês Lorde Byron (1788-1824) em cartas familiares. Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica, qualitativa e interpretativa, cujo corpus é composto por cinco cartas escritas por Byron para sua mãe, Catherine Gordon, entre 1799 e 1806, período que abrange o fim da infância e a adolescência do futuro poeta. Tomamos como base teórica principal a Análise do Discurso, a partir do quadro teórico-metodológico da Semiolinguística de Charaudeau (2016). Para o estudo das Circunstâncias de Discurso e do entorno sócio-histórico e ideológico no qual estão inseridos os sujeitos, nos apoiamos em Moore (1844), Prothero (1898), Marchand (1993), Eisler (1999), MacCarthy (2014), Cochran (2012), Lansdown (2015) e Larman (2016). A noção de ethos e suas implicações com os conceitos de pathos e logos são retomadas a partir de Amossy (2005), Maingueneau (2005; 2015a), Kerbrat-Orecchioni (2010) e Charaudeau (2017). Também refletimos sobre o gênero epistolar, tanto no viés linguístico-discursivo quanto no sócio-histórico-cultural, em especial a partir de Bakhtin (2003) e Malatian (2011). A questão da “literariedade” dessas cartas também é discutida, e se fundamenta em Compagnon (2001) e Maingueneau (2018). A partir da análise do dispositivo da encenação da linguagem e dos modos de organização do discurso nas missivas, foi possível observar que Byron, enquanto sujeito comunicante, orienta seu discurso a partir de recursos patêmicos, deixando mostrar um ethos multifacetado. A princípio, apresenta-se como benevolente e solidário para com a interlocutora, dizendo-se, indiretamente, correto, responsável, humilde e angustiado por tomar atitudes contrárias ao que ela deseja, mostrando-se também indignado por ser visto e tratado de forma pejorativa. Todavia, no decorrer da enunciação, passa a revelar um ethos crítico, irônico, vaidoso, esnobe, rude, chantagista, arrogante e até desrespeitoso em alguns trechos, revelando uma rebeldia típica da adolescência e de sua forte personalidade.
ABSTRACT:This work aims at analyzing the ethos of the English writer Lord Byron (1788 - 1824) in family letters. It is a bibliographical, qualitative and interpretative study whose corpus is composed by five letters written by Byron to his mother, Catherine Gordon, between 1799 and 1806, a period that covers the end of childhood and the teenage years of the poet. Its main approach is Discourse Analyses and it is based primarily on the theoretical and methodological framework of Semiolinguistics, by Patrick Charaudeau (2016). For examining the Circumstances of speech and the socio-historical and ideological context of the subjects, we get support in Moore (1844), Prothero (1898), Marchand (1993), Eisler (1999), MacCarthy (2014), Cochran (2012), Lansdown (2015) and Larman (2016). The conception of ethos and its implications with those of pathos and logos are taken from Amossy (2005), Maingueneau (2005; 2015a), Kerbrat-Orecchioni (2010) and Charaudeau (2017). We also reflect on the epistolary genre, both in linguistic-discursive and socio-cultural-historical biases, especially from Bakhtin (2003) and Malatian (2011). The "literariness" of the letters is discussed based on Compagnon (2001) and Maingueneau (2018). From the analysis of the scenic device and discourse organization modes, it was possible to observe that Byron, as a speaking subject, employs his strategies mainly from pathetic resources, showing a multifaceted ethos. At first, he shows himself benevolent and supportive to the interlocutor, saying, indirectly, that he is correct, responsible, humble, anguished for resisting to her commands as well as indignant at being viewed and treated pejoratively. However, in the course of these speech-acts, he reveals a critical, ironic, vain, snobbish, rude, blackmailing, arrogant and even disrespectful ethos, displaying a typical adolescent rebellion and his strong personality. |
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