Abstract:
RESUMO
A adolescência é um momento de desenvolvimento humano, no qual ocorre a transição da infância para a juventude e que se caracteriza por mudanças significativas. É nesse período que geralmente ocorre o primeiro contato sexual com envolvimento genital, podendo expor os adolescentes a vulnerabilidades, como as Infecções Sexualmente Transmissíveis e a gravidez na adolescência. Assim, o presente estudo objetivou investigar a saúde sexual e reprodutiva de jovens escolares. Trata-se de uma pesquisa de delineamento transversal, descritiva, de natureza quantitativa. Foi realizada em 12 escolas estaduais (6º ao 9º ano do ensino fundamental e ensino médio) e 7 escolas municipais (5º ao 9º ano do ensino fundamental), em todas as turmas que tinham alunos na faixa etária de 13 a 17 anos. Foram aplicados questionários para os adolescentes que aceitaram participar voluntariamente do estudo e que os pais liberaram previamente. A coleta de dados ocorreu no período de março a dezembro de 2018. Os dados coletados foram inseridos e tabulados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Os resultados foram apresentados em tabelas e gráfico, e foi utilizada a estatística descritiva e inferencial para análise. Para associação das variáveis qualitativas, foi utilizado o teste de Qui-quadrado para frequências esperadas maiores de 5 e o Teste de Verossimilhança para frequências esperadas menores de 5. Foi assumido o valor de p < 0,05 para significância estatística. Para a realização desta pesquisa, foram respeitados todos os princípios éticos e legais propostos pela Resolução 466/12. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí com o parecer de nº 2.429.523. Assim, foram analisados 1.051 adolescentes e destes, 53,8% eram do sexo feminino, sendo 13 anos a idade com mais representantes (22,8%), da cor parda (48,7%). A série de estudo mais frequente foi o 9° ano do ensino fundamental (22,5%), e no turno da manhã (40,7%), 88,5% dos adolescentes relataram ser heterossexuais e em relação à identidade de gênero, 53,4% afirmaram se sentirem mulheres e 44,3% afirmaram se sentirem homens. A maioria dos adolescentes negou ter namorado(a) fixo(a) (67,2%) e 39,1% relataram já ter tido a primeira relação sexual. Destes, 54,2% iniciaram a vida sexual entre 10 e 14 anos de idade. Dos adolescentes que informaram sobre a proteção usada na última relação sexual, 61,6% deles usaram métodos para evitar gravidez e/ou IST. Foram verificadas associações estatísticas entre o uso do preservativo na última relação sexual com o adolescente residir com o pai (p=0,027), a religião (p=0,002) e a renda familiar (p=0,015). E na análise de conhecimento sobre o uso do preservativo, IST/HIV e Aids, 49,6% dos adolescentes apresentaram conhecimento moderado e apenas 1,4% dos participantes da pesquisa tiveram um conhecimento extenso sobre essa temática. Deste modo, percebe-se que as práticas e conhecimentos sobre saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes estudados ainda são inadequados, desencadeando riscos para as suas saúdes. Sendo assim, faz-se necessário acompanhar desde cedo o processo de desenvolvimento sexual dos jovens com a finalidade de prevenir problemas futuros.
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ABSTRACT
Adolescence is a time of human development, there is no change from childhood to youth and it is a program of significant change. It is during this period that the first sexual contact with genital involvement usually occurs, and may expose adolescents to vulnerabilities, such as Sexually Transmitted Infections and teenage pregnancy. Thus, the present study aimed to investigate the sexual and reproductive health of schoolchildren. It is a cross-sectional, descriptive, quantitative research. It was carried out in 12 state schools (6th to 9th year of elementary and high school) and 7 municipal schools (5th to 9th grade of elementary school), in all classes that had students in the age group of 13 to 17 years. Questionnaires were applied to adolescents who agreed to voluntarily participate in the study and who the parents previously released. Data collection was carried out from March to December 2018. The collected data were inserted and tabulated in the Statistical Package for Social Sciences (SPSS) software, version 20.0. The results were presented in tables and graph, and the descriptive and inferential statistics were used for analysis. For the association of the qualitative variables, the Chi-square test was used for expected frequencies greater than 5 and the Likelihood Test for expected frequencies smaller than 5. The value of p <0.05 was assumed for statistical significance. In order to carry out this research, all ethical and legal principles proposed by Resolution 466/12 were respected. The project was approved by the Ethics and Research Committee of the Federal University of Piauí with the opinion of. No. 2,429,523. Thus, 1,051 adolescents were analyzed and 53.8% were female, 13 years of age with more representatives (22.8%), brown (48.7%). The most frequent study series was the 9th year of primary education (22.5%), and in the morning shift (40.7%), 88.5% of adolescents reported being heterosexual and in relation to gender identity, 53.4% said they felt they were women and 44.3% said they felt they were men. The majority of adolescents denied having a fixed boyfriend (67.2%) and 39.1% reported having had their first sexual intercourse. Of these, 54.2% initiated sexual life between 10 and 14 years of age. Of the adolescents who reported on the protection used in the last sexual intercourse, 61.6% of them used methods to avoid pregnancy and / or STIs. Statistical associations were found between condom use at the last sexual relation with the adolescent (p = 0.027), religion (p = 0.002) and family income (p = 0.015). And in the analysis of knowledge about condom use, STI / HIV and AIDS, 49.6% of the adolescents presented moderate knowledge and only 1.4% of the participants had extensive knowledge on this subject. Thus, the practices and knowledge about sexual and reproductive health of adolescents studied are still inadequate, posing risks to their health. Thus, it is necessary to follow early on the process of sexual development of young people in order to prevent future problems.