PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO PELO HIV EM PESSOAS QUE VIVEM EM SITUAÇÃO DE RUA

Abstract

RESUMO Introdução: A população em situação de rua encontra-se mais vulnerável a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), quando comparado com pessoas da população geral, considerando elevadas prevalências do HIV, uso de substâncias psicoativas como maconha, crack e álcool, e elevados comportamentos de risco. Objetivo: Este estudo tem como objetivo estimar a prevalência da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em pessoas que vivem em situação de rua, em Teresina-Piauí. Método: Trata-se de um estudo transversal realizado no Centro de Referência para a população em situação de rua (Centro Pop). Os dados foram coletados no período de setembro de 2017 a setembro de 2018, por meio de um formulário estruturado, validado quanto à forma e ao conteúdo. Foi realizado o aconselhamento pré-teste e, em seguida, teste rápido para detecção de anticorpos anti- HIV. Os casos reagentes foram encaminhados, para o Serviço de Assistência Especializado. Os dados foram digitados no Microsoft Office Excel for Windows 2013 e exportados para o Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.00. As diferenças entre proporções foram verificadas mediante aplicações dos testes Qui-quadrado de Pearson com correção e nível de significância 5% (<0,05). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí. Resultados: Participaram do estudo 204 pessoas em situação de rua, e foi detectado 8 casos de HIV. Verificou-se o predomínio do sexo masculino (87,3%), com idade que variou de 20 a 70 anos, com média de 37,01 anos, 24,5% estão em situação de rua entre 1 a 5 anos, 89,7% declararam ser heterossexuais, 68,1 % tiveram a primeira relação sexual entre 13 a 18 anos. Em relação ao consumo de drogas, 64,7% já consumiram Crack e 33,3% ainda usam, 62,7% já fizeram o uso da cocaína, e 16,7% ainda a utilizam. Conclusão: Uma prevalência de 3,9% para o HIV foi considerada elevada quando comparada com outras populações. Foi verificado comportamentos de risco como consumo elevado de álcool e outras drogas, baixa frequência do uso do preservativo, aumento do número de parceiros sexuais. ABSTRACT Introduction: The street population is more vulnerable to human immunodeficiency virus (HIV) infection when compared to people in the general population, considering high prevalence of HIV, use of psychoactive substances such as marijuana, crack and alcohol, and risk behaviors. Objective: This study aims to estimate the prevalence of Human Immunodeficiency Virus (HIV) infection in people living in a street situation in Teresina-Piauí. Method: This is a cross-sectional study carried out at the Reference Center for the street population (Pop Center). The data were collected from September 2017 to September 2018, using a structured form validated in form and content. Pre-test counseling and then rapid test for anti-HIV antibodies were performed. Reacting cases were referred to the Specialized Assistance Service. The data was entered in Microsoft Office Excel for Windows 2013 and exported to the Statistical Package for Social Sciences Program (SPSS) version 20.00. The differences between proportions were verified using Pearson's Chi-square test with correction and significance level 5% (<0.05). The study was approved by the Research Ethics Committee (CEP) of the Federal University of Piauí. Results: 204 people in the street participated in the study, and 8 cases of HIV were detected. The prevalence of males (87.3%), with ages ranging from 20 to 70 years, with a mean of 37.01 years, was found in 24.5% of the population, ranging from 1 to 5 years old, 89, 7% declared to be heterosexual, 68.1% had the first sexual intercourse between 13 and 18 years. Regarding drug use, 64.7% have already used Crack and 33.3% still use it, 62.7% have already used cocaine, and 16.7% still use it. Conclusion: A prevalence of 3.9% for HIV was considered high when compared with other populations. Risk behaviors such as high consumption of alcohol and other drugs, low frequency of condom use, increased number of sexual partners.