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RESUMO: O mercado editorial no Brasil é agente educador uma vez que ensina e fomenta a sociedade brasileira marcada pelos meandros do epistemicídio, configuração que desqualifica os grupos considerados outros/as, em sua condição humana – racional, e assim invisibiliza as produções intelectuais desses grupos, como as pessoas de descendência africana. Como consequências são alimentados vários estereótipos negativos em relação aos afrodescendentes, construindo dessa maneira sociedades desiguais, refletindo seus preconceitos e várias práticas discriminatórias. Dentro desse viés, a mulher afrodescendente sofre de maneira interseccional discriminações de gênero-raça-classe (e por causa de outros fatores). Como forma de reproduzir esses estereótipos, têm-se a chamada literatura infantil clássica que invisibiliza a menina de descendência africana. Diante dessa situação, algumas editoras especializadas na
produção de obras sobre afrodescendência tentam provocar rachaduras nessa estrutura, e por isso, foi elaborado a seguinte indagação: o que poderiam ensinar estas/estes profissionais do mercado editorial brasileiro em suas ações de enfrentamento as ausências e silenciamentos de personagens afrodescendentes na literatura infantil? Considerando assim, educações no plural, ou seja, acontece fora e na escola. Com base em experiências acadêmicas anteriores, esta pesquisa visa compreender as respostas de algumas instituições, como as editoras, em relação às ausências e esquecimentos de meninas descendentes de africanas/os na literatura considerada infantil. Nesse sentido, vislumbra-se a construção de aberturas epistemológicas uma vez que meninas/mulheres afrodescendentes encontram espaços e falas na literatura produzida no Brasil para crianças e adolescentes. Deste modo, acreditando que existem fontes que podem ajudar entender melhor esta problemática, foi delimitado duas editoras especializadas na temática da afrodescendência, a saber: Mazza Edições e Pallas. A abordagem foi qualitativa do tipo exploratório-descritivo e como instrumentos para acessar as informações, entrevistas e levantamentos caracterizando os catálogos das editoras. Os
resultados demonstraram que as editoras participantes da pesquisa, estão produzindo respostas criativas e objetivas em relação à exclusão/esquecimento de personagens afrodescendentes na literatura infantil e mais do que isso, viabilizando novos olhares e provocando outras perspectivas sobre as meninas/mulheres descendentes de africanas/os através das obras publicadas. RESUMEN: El mercado editorial en Brasil es agente educador ya que enseña y fomenta la sociedad brasileña marcada por los meandros del epistemicidio, configuración que descalifica a los grupos considerados otros/as, en su condición humana - racional, y así borra las producciones
intelectuales de esos grupos, como las personas de ascendencia africana. Como consecuencia son alimentados varios estereotipos negativos en relación a los afrodescendientes, construyendo de esa manera sociedades desiguales, reflejando sus prejuicios y varias prácticas discriminatorias. Dentro de ese sesgo, la mujer afrodescendiente sufre de manera interseccional discriminaciones de género-raza-clase (y debido a otros factores). Como forma de reproducir esos estereotipos, se tiene la llamada literatura infantil clásica que borra a la niña de descendencia africana. En esta situación, algunas editoras especializadas en la producción de obras sobre afrodescendencia tratan de provocar grietas en esa estructura, y por eso, se elaboró la siguiente indagación: ¿qué podrían enseñar estos profesionales del mercado editorial brasileño en sus acciones de enfrentamiento las ausencias y silenciamientos de
personajes afrodescendientes en la literatura infantil? Considerando así, educaciones en el plural, o sea, sucede fuera y en la escuela. Con base en experiencias académicas anteriores, esta investigación busca comprender las respuestas de algunas instituciones, como las editoras, en relación a las ausencias y olvidos de niñas descendientes de africanas/os en la literatura considerada infantil. En ese sentido, se vislumbra la construcción de aberturas epistemológicas ya que niñas/mujeres afrodescendientes encuentran espacios y palabras en la literatura producida en Brasil para niños y adolescentes. De este modo, creyendo que existen fuentes que pueden ayudar a entender mejor esa problemática, se han delimitado dos editoras especializadas en la temática de la afrodescendencia, a saber: Mazza Ediciones y Pallas. El enfoque fue cualitativo del tipo exploratorio-descriptivo y como instrumentos para acceder a
las informaciones, entrevistas y levantamientos caracterizando los catálogos de las editoras. Los resultados demostraron que las editoras participantes en la investigación están produciendo respuestas creativas y objetivas en relación a la exclusión/olvido de personajes afrodescendientes en la literatura infantil y más que eso, viabilizando nuevas miradas y provocando otras perspectivas sobre las niñas/mujeres descendientes de africanas/os a través de las obras publicadas. |
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