Abstract:
RESUMO: O tecido adiposo é responsável por diversos processos relacionados à imunidade e à inflamação. Na obesidade, observa-se aumento da infiltração de macrófagos e adipócitos, favorecendo a inflamação local e a produção de citocinas inflamatórias. Na perspectiva de identificar os mecanismos envolvidos na inflamação, diversos nutrientes têm sido estudados, destacando-se a vitamina D, já que essa vitamina atua inibindo a transcrição de fatores lipogênicos e adipogênicos, protegendo contra o acúmulo excessivo, hipertrofia e inflamação dos adipócitos. OBJETIVO: Avaliar a relação entre o estado nutricional de vitamina D e marcadores inflamatórios em mulheres obesas. METODOLOGIA: Estudo caso-controle, desenvolvido com mulheres, distribuídas em dois grupos: caso (obesas com índice de massa corpórea ≥ 30 kg/m²) e grupo controle (eutróficas com índice de massa corpórea entre 18,5 e 24,9 kg/m²), recrutadas a partir de demanda espontânea no ambulatório do Hospital Getúlio Vargas na cidade de Teresina – PI. Foram realizadas medidas do peso corporal, CC e estatura. A análise da ingestão dietética de vitamina D foi realizada por meio de recordatório 24 horas com repetição em 40% das participantes, pela necessidade de correção dos dados pela variabilidade intrapessoal do consumo usando métodos estatísticos, utilizando o programa Dietpro Clínico versão 5.i. As concentrações de vitamina D plasmática foram determinadas segundo o método de cromatrografia líquida de alta eficiência (HPLC) associada à espectrofotometria de massa. A inflamação foi avaliada por meio das concentrações séricas das citocinas IL-6, IL-1β IL-10 e TNF-α. RESULTADOS: Os valores médios da ingestão dietética de vitamina D estavam inferiores às recomendações, sem diferença estatística entre os grupos estudados (p>0,05). As concentrações médias de vitamina D plasmática das mulheres obesas estavam estatisticamente reduzidas em relação ao grupo controle (p<0,001). As obesas apresentavam valores de TNF-α estatisticamente elevados quando comparadas ao grupo controle (p<0,05) e com correlação moderada negativa significativa entre vitamina D plasmática e TNF-α nas obesas, com deficiência e insuficiência de Vitamina D. (p<0,05). É importante ressaltar que também houve diferença estatística significativa entre os grupos com insuficiência e deficiência de vitamina D plasmática para os valores de IL-1β com valores superiores dessa citocina no grupo deficiente (p<0,05) e tendência de aumento da IL-10 no grupo deficiente e insuficiente (p= 0,068). CONCLUSÃO: As mulheres obesas apresentavam baixas concentrações de vitamina D plasmática e ingestão alimentar insuficiente dessa vitamina, o que pode contribuir para um estado inflamatório expresso pelas elevadas concentrações de TNF-α. As concentrações de vitamina D plasmática nas mulheres obesas se correlacionaram com a citocina TNF-α, dado este que demonstrou a relação entre insuficiência e deficiência de vitamina D e a inflamação em obesas. ABSTRACT: The adipose tissue is the same as the generators of immunity and inflammation. In obesity, increased infiltration of macrophages and adipocytes is observed, favoring local inflammation and an inflammatory cytokine production. In order to identify the patterns involved in inflammation, the studies were investigated, highlighting vitamin D, since this vitamin is an inhibition of the transcription of lipogenic and adipogenic factors, protecting itself against excessive excess, hypertrophy and inflammation two adipocytes. OBJECTIVE: evaluate the relationship between the nutritional status of vitamin D and the designations in women. METHODS: Case-control study, developed with women, divided into two groups: case (obese women with a body mass index ≥30 kg / m²) and control group (eutrophic individuals with a body mass index between 18.5 and 24.9 kg / m²), recruited from the spontaneous demand in the ambulatory of the Hospital Getúlio Vargas in the city of Teresina - PI. Measurements of body weight, WC and height were performed. The analysis of the dietary intake of vitamin D was performed by means of a 24-hour recall with 40% repetition of the participants, due to the necessity of correction of the data by intrapersonal variability of the consumption using statistical methods, using the program Dietpro Clinico version 5.i. Plasma vitamin D concentrations were determined using the high efficiency liquid chromatography (HPLC) method associated with mass spectrometry. Inflammation was assessed by serum concentrations of the cytokines IL-6, IL-1β, IL-10 and TNF-α. RESULTS: The mean values of dietary intake of vitamin D were lower than the recommendations, with no statistical difference between the groups studied (p> 0.05). The mean plasma vitamin D levels of obese women were statistically reduced in relation to the control group (p <0.001). The obese women presented statistically high TNF-α levels when compared to the control group (p <0.05) and with a significant negative correlation between plasma vitamin D and TNF-α in obese women with vitamin D deficiency and insufficiency. <0.05). It is important to note that there was also a statistically significant difference between the groups with plasma vitamin D insufficiency and deficiency for IL-1β values with higher values of this cytokine in the deficient group (p <0.05) 10 in the deficient and insufficient group (p = 0.068). CONCLUSION: Obese women had low levels of plasma vitamin D and insufficient dietary intake of this vitamin, which may contribute to an inflammatory state expressed by high concentrations of TNF-α. Plasma vitamin D concentrations in obese women correlated with the cytokine TNF-α as this demonstrated the relationship between vitamin D insufficiency and deficiency and inflammation in obese women.