Abstract:
RESUMO: Na aquicultura, a prevenção e o controle de doenças podem propiciar o uso indiscriminado de antibióticos. Para substituir a administração de drogas antimicrobianas, têm-se investido na utilização de bactérias ácido-láticas (BAL) como probióticos. Deste modo, objetivou-se isolar e identificar BAL de rações para peixes, e avaliar o potencial probiótico das cepas por meio de ensaios in vitro. Foram analisadas 36 amostras de rações para peixes de diferentes propriedades piscicultoras da zona rural de Teresina, PI. Para isolamento das cepas foi utilizado o ágar Mann-Rogosa-Sharp (MRS), e para identificação das BAL foram realizadas provas metabólicas. O potencial probiótico foi avaliado por meio da atividade antibacteriana frente a patógenos (Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Salmonella spp. e Escherichia coli), além da capacidade de auto-agregação e co-agregação. Foram isoladas seis cepas de BAL: três do gênero Lactobacillus spp., duas de Enterococcus spp. e uma de Pediococcus spp. A cepa 6, pertencente ao gênero Lactobacillus, foi a única que apresentou inibição frente a todos os patógenos testados. As demais cepas apresentaram inibição apenas para Pseudomonas aeruginosa. Todas as cepas pesquisadas possuem capacidade de auto-agregação, com a taxa auto-agregação variando de 16% a 35%. Todas cepas apresentaram taxas de co-agregação baixas, com uma variação de 9% a 22%. Logo, foram isoladas cepas de BAL de rações para peixes, as quais foram identificadas como cepas do gênero Lactobacillus spp., Enterococcus spp. e Pediococcus spp. Os testes de auto-agregação e co-agregação demonstraram que as cepas isoladas não apresentaram potencial probiótico satisfatório. No teste in vitro de inibição aos patógenos, todas as cepas de BAL foram capazes de inibir Pseudomonas aeruginosa, e a cepa 6 (Lactobacillus spp.) foi a que apresentou melhor resultado já que inibiu todos os patógenos testados. Apesar dos resultados pouco satisfatórios nos testes probióticos executados, a cepa 6 (Lactobacillus spp.) pode ser promissora, sendo necessária a realização de mais ensaios in vitro, além de ensaios in vivo, para provar seu potencial probiótico completo. ABSTRACT: In aquaculture, prevention and disease control can induce the indiscriminate use of antibiotics. In order to replace the administration of antimicrobial drugs, the industry has been investing in using lactic acid bacteria (LAB) as probiotics. The objective of this study was to isolate and identify LAB of fish feed, and assess the probiotic potential of the strains found through in vitro assays. 36 samples of fish feed fish used in different fish farming properties of the countryside of Teresina, PI were analyzed. To isolate the strains it was used agar Mann-Rogosa-Sharp (MRS), and for identification of BAL metabolic tests were performed. The probiotic potential of the strains was evaluated by testing their antibacterial activity against organisms pathogens (Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Salmonella spp. and Escherichia coli), also by their auto-aggregation and co-aggregation capacities. Six strains of LAB were isolated: three of Lactobacillus spp., two of Enterococcus spp. and one of Pediococcus spp. The strain 6, which belongs to the genus Lactobacillus, was the only one that showed inhibition against all tested pathogens. The other strains only inhibited the growth of Pseudomonas aeruginosa. All strains studied possess the capacity of auto-aggregation, and the rate of auto-aggregation ranged from 16% to 35%. All strains showed low co-aggregation rates, ranging from 9% to 22%. Thus, it was possible to isolate LAB from fish feed, which were identified as strains of the genera Lactobacillus spp., Enterococcus spp. and Pediococcus spp. The LAB strains isolated did not present probiotic potential suitable in the auto-aggregation and co-aggregation assays. In the in vitro test of inhibition against pathogens, all strains showed satisfactory probiotic potential for Pseudomonas aeruginosa, being strain 6 (Lactobacillus spp.) the most promising one due to its capacity of inhibition against all tested pathogens. Despite the poor results achieved in probiotic evaluation, strain 6 (Lactobacillus spp.) may be promising, being necessary to carry out more in vitro and in vivo assays to prove its full probiotic potential.