Abstract:
RESUMO: A presente tese tem como objeto de estudo a intersetorialidade na Política de Saúde Mental, analisada na perspectiva da Reforma Psiquiátrica, através das articulações desenvolvidas pelos/as assistentes sociais entre a Rede de Atenção Psicossocial, a rede socioassistencial e as redes sociais informais de pessoas com transtornos mentais e/ou familiares, no cenário empírico da Zona Sul de Teresina-PI, na atualidade. É uma investigação de abordagem qualitativa, realizada a partir de intensa revisão bibliográfica, pesquisa de campo e documental. A pesquisa empírica privilegiou serviços que compõem a RAPS, a rede socioassistencial e as redes sociais informais do território Sul de Teresina-PI, envolvendo uma amostra de 12 cenários, sendo 08 da Política de Saúde (CAPS II Sul, CAPS III, SRT Sul, NASF Sul, MDER, HAA e Gerências de Saúde Mental do Estado e do Município), 03 da Política de Assistência Social (CREAS Sul, CRAS II e III) e 1 integrante da rede social informal (Associação Âncora), tendo como participantes do estudo 12 assistentes sociais, 15 usuários, 2 gestores e 2 membros da Âncora. A coleta de dados ocorreu através da realização de entrevistas semiestruturadas, grupo focal e observação com registro em diário de campo. Os resultados da pesquisa apontam que a intersetorialidade está prevista, direta ou indiretamente, em legislações, portarias e documentos da Política de Saúde Mental, assim como das demais políticas da Seguridade Social, todavia, a implementação de ações de cunho intersetorial ainda é um desafio na realidade investigada. Constatou-se que as pessoas com transtornos mentais e/ou seus familiares apresentam demandas concretas aos assistentes sociais, que envolvem a articulação entre diferentes setores, sobretudo relacionadas às suas precárias condições de vida, que afetam o processo saúde-doença. Entretanto, no geral, o trabalho intersetorial ocorre mais no espaço da micropolítica e, ainda assim, é limitado, voltado para a realização de encaminhamentos, orientações e ações de alguns profissionais. Apesar da existência de algumas iniciativas importantes que vêm contribuindo para a integração entre diversos serviços e profissionais de um mesmo território, como é o caso das ações de matriciamento e do projeto “Rede, Instituições e Articulações” (RIA), ainda é necessário avançar na incorporação da intersetorialidade como diretriz estratégica do planejamento e execução da Política de Saúde Mental de Teresina, exigindo negociação, pactuação, cooperação e compromisso por parte dos gestores, profissionais e demais sujeitos sociais envolvidos. ABSTRACT: The purpose of this thesis is to study the intersectoriality in the Mental Health Policy, analyzed from the perspective of the Psychiatric Reform, through the articulations developed by the social workers between the Psychosocial Care Network, the social assistance network and the informal social networks of people with mental disorders and/or family, in the empirical scenario of the Southern Zone of Teresina-PI at the present time. It is a research of qualitative approach, carried out from intense bibliographical revision, fielder search and documentary. Empirical research focusedon services that makeup the RAPS, the social assistance network and the informal social networks of the Teresina-PI Southern Territory, involving a sample of 12 scenarios, including 08 of the Health Policy (CAPS II South, CAPS III, SRT Sul, NASF Sul, MDER, HAA and Mental Health Management of the State and Municipality), 03 of the Social Assistance Policy (CREAS Sul, CRAS II and III) and 1 member of the informal social network (Associação Âncora). The participants included 12 social workers, 15 users, 2 managers and 2 members of Âncora. The data collection took place through semi-structured interviews, Focal Group and observation with recording in field diary. The results of the research indicate that the integration between Mental Health Policy and other social policies is essential for the joint confrontation of the problems that permeate the precarious living conditions of people with mental disorders and their families, which affect the process of health-disease. In this way, intersectoriality is foreseen, directly or indirectly, in laws, ordinances and documents of Mental Health Policy, as well as other Social Security policies. It was found that the RAPS users present concrete demands to the social workers that involve the articulation between different sectors, however, in general, intersectoral work occurs more in the micropoliticals pace and, never the less, it is limited, focused mainly for the accomplishment of referals, orientations and actions of some professionals. In spite of the existence of some important initiatives that have contributed to the integration betweens everal services and professionals in the same territory, such as matriciamento actions and the Network, Institutions and Joints (RIA) project, it was possible to conclude that it is necessary to move forward in the incorporation of intersectoriality as a strategic guideline for the planning and execution of the Teresina Mental Health Policy. RESUMEN: La presente tesis tiene como objeto de estudio la intersectorialidad en la Política de Salud Mental, analizada en la perspectiva de la Reforma Psiquiátrica, a través de las articulaciones desarrolladas por los asistentes sociales entre la Red de Atención Psicosocial, la red socioasistencial y las redes sociales informales de personas con trastornos mentales y/o familiares, en el escenario empírico de la Zona Sur de Teresina-PI en la actualidad. Es una investigación de abordaje cualitativo, realizada a partir de revisión bibliográfica, investigación de campo y documental. La investigación empírica privilegió servicios que componen la RAPS, la red socio-asistencial y las redes sociales informales del territorio sur de Teresina-PI, involucrando una muestra de 12 escenarios, siendo 08 de la Política de Salud (CAPS II, CAPS III, SRT, NASF, MDER, HAA y gestores de Salud Mental del Estado y del Municipio), 03 de la política de asistencia Social (CREAS Sur, CRAS II y III) y un miembro de la red informal (Asociación Âncora), con los participantes en el estudio 12 asistentes sociales, 15 usuarios, 2 gestores y 2 miembros del Âncora. La recolección de datos ocurrió a través de entrevistas semiestructuradas, Grupo Focal y observación con registro em diario de campo. Los resultados de la investigación apuntan que la integración entre la Política de Salud Mental y las demás políticas sociales es esencial para que haya el enfrentamiento conjunto de las problemáticas que permean las precárias condiciones de vida de las personas con trastornos mentales y sus familiares que afectan el proceso de salud y la enfermedad. De esta manera, la intersectorialidade stá prevista, directa o indirectamente, en legislaciones, decretos y documentos de la Política de Salud Mental, así como de las demás políticas de la Seguridad Social. Se constató que los usuarios de la RAPS presentan demandas concretas a los asistentes sociales que involucran la articulación entre diferentes sectores, sin embargo, en general, el trabajo intersectorial ocurre más en el espacio de la micropolítica y, sin embargo, es limitado, orientado sobretodo para la realización de encaminamientos ,orientaciones y acciones de algunos profesionales. A pesar de la existencia de algunas iniciativas importantes que vienen contribuyendo a la integración entre diversos servicios y profesionales de un mismo territorio, como es el caso de las acciones de matriciación y del proyecto "Red, Instituciones y Articulaciones" (RIA), fue posible concluir que aún es necesario avanzaren la incorporación de la intersectorialidad como directrize strategia de la planificación y ejecución de la Política de Salud Mental de Teresina.