Abstract:
RESUMO: A obesidade é caracterizada por alterações no metabolismo do cortisol, que podem favorecer a manifestação de hipozincemia em obesos, fator contribuinte para comprometimento da ação da insulina. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a associação entre o cortisol, parâmetros do zinco e resistência à insulina em mulheres obesas. METODOLOGIA: Estudo caso-controle envolvendo mulheres na faixa etária entre 20 e 50 anos de idade que foram distribuídas em dois grupos: grupo caso (mulheres obesas) e controle (mulheres eutróficas). Foram realizadas medidas do peso corporal, estatura, circunferência da cintura e cálculo do índice de massa corpórea. A análise da ingestão de zinco foi realizada por meio de registro alimentar de três dias, utilizando o programa Nutwin, versão 1.5. Os parâmetros bioquímicos do zinco foram determinadas segundo o método de espectrometria de emissão óptica com plasma acoplado indutivamente. As concentrações séricas de glicose e insulina de jejum foram determinadas pelo método colorimétrico e quimioluminescência, respectivamente. As concentrações de cortisol no soro e hemoblobina glicada foram determinas pelo método de eletroquimioluminescência e cromatografia de troca Iônica, respectivamente. A resistência à insulina foi avaliada por meio do cálculo do índice HOMA-IR e HOMA2-IR. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico SPSS for Windows 20.0. RESULTADOS: As concentrações séricas de cortisol não apresentaram diferença estatística entre os grupos (p>0,05). Os valores médios do consumo de zinco estavam superiores às recomendações, sem diferença estatística entre os grupos estudados (p>0,05). As mulheres obesas possuíam concentrações plasmáticas e eritrocitárias de zinco reduzidas, quando comparadas ao grupo controle (p<0,05). As concentrações de zinco urinário das mulheres obesas estavam superiores ao grupo controle, com diferença estatística (p<0,05). Não houve diferença estatística entre os grupos estudados em relação à glicose e insulina de jejum, HOMA-IR e HOMA 2 (p>0,05). A análise da hemoglobina glicada das pacientes obesas mostraram valores superiores, quando comparadas ao grupo controle (p>0,05). Não houve correlação entre o cortisol sérico, biomarcadores do zinco e parâmetros glicêmicos avaliados (p>0,05). CONCLUSÃO: Na amostra de mulheres obesas não se observou elevação nas taxas de cortisol e resistência insulínica. No entanto, presentam comprometimento no estado nutricional relativo ao zinco. Além disso, a análise de regressão linear múltipla entre o cortisol sérico, parâmetros do zinco e controle glicêmico não demonstra influência desse hormônio sobre o metabolismo desse mineral e resistência à insulina. ABSTRACT: Obesity is characterized by change in cortisol metabolism, which may cause hypozincemia in obese individuals, a contributing factor for impaired insulin action. Thus, the objective of this study was to evaluate the association between cortisol, zinc parameters and insulin resistance in obese women. METHODS: Case-control study involving women in the age group between 20 and 50 years old, who were divided: case group (obese women with a body mass index ≥ 35 kg / m²) and control group (women with a body mass between 18.5 and 24.9 kg / m²). Measurements of body weight, height, waist circumference and body mass index were performed. The zinc intake analysis was performed using a three-day food registration using Nutwin software, version 1.5. The biochemical parameters of the zinc were determined according to the method of inductively coupled plasma optical emission spectrometry. Serum glucose and fasting insulin was determined by colorimetry and chemiluminescence, respectively. Serum cortisol concentrations and plasma glycated hemoglobin were determined by electrochemiluminescence and ion exchange chromatography, respectively. Insulin resistance was assessed by calculating the HOMA-IR and HOMA2 index. Data were analyzed using the statistical software SPSS for Windows 20.0 RESULTS: Serum cortisol concentrations did not present statistical difference between the groups (p> 0.05). The mean values of zinc consumption were higher than the recommendations, with no statistical difference between the groups studied (p> 0.05). Obese women had reduced plasma and erythrocyte zinc concentrations when compared to the control group (p <0.05). The urinary zinc concentrations of obese women were higher than the control group, with statistical difference (p<0.05). There was no statistically significant difference between the groups in relation to glucose and fasting insulin, HOMA-IR and HOMA 2 (p> 0.05). The glycated hemoglobin analysis of obese patients showed higher values when compared to the control group (p> 0.05). There was no correlation between serum cortisol, zinc biomarkers and glycemic parameters evaluated (p> 0.05). CONCLUSION: In the sample of obese women there was no increase in cortisol and insulin resistance rates. However, they present a compromise in the nutritional status of zinc. In addition, multiple linear regression analysis between serum cortisol, zinc parameters and glycemic control does not demonstrate the influence of this hormone on the metabolism of this mineral and insulin resistance.