Abstract:
RESUMO: O omeprazol (OME) é considerado o mais rápido inibidor da bomba de prótons usado em terapias gástricas. Entretanto, os seus efeitos adversos em relação ao material genético ainda são pouco conhecidos. O objetivo da pesquisa foi avaliar os efeitos toxicogenéticos do omeprazol em estudos não clínicos in vivo e in vitro; e o possíveis efeitos moduladores da associação do palmitato de retinol e ácido ascórbico frente aos danos induzidos ao material genético de Saccharomyces cerevisiae, de cultura primária de Sarcoma – 180, Allium cepa e em Mus muscullus com aplicação de biomarcadores citogenéticos. Em S. cerevisiae e Sarcoma 180, as concentrações de omeprazol utilizadas foram de 10, 20 e 40 μg/mL. O palmitato de retinol e o ácido ascórbico foram usados nas concentrações de 100 UI/mL e 2,0 μM, respectivamente. Nos tratamentos em Mus musculus, as doses do omeprazol foram de 10, 20 e 40 mg/kg e de 100 UI/kg para o palmitato de retinol e 2,0 μM/Kg para o ácido ascórbico. O omeprazol induziu significantes danos oxidativos, em linhagens de S. cerevisiae e efeitos toxicogenéticos (micronúcleos, pontes citoplasmáticas, brotos nucleares, apoptose e necrose) e genotóxicos (danos nucleares) em Sarcoma 180, assim como induziram efeitos mutagênicos, citotóxicos, e genotóxicos em células de Allium cepa, de sangue periférico e de medula óssea de camundongos. Entretanto, o palmitato de retinol e ácido ascórbico apresentaram efeitos antioxidantes, antigenotóxicos e antimutagênicos frente aos danos induzidos pelo omeprazol nas células em estudo. Estes dados demonstram que o omeprazol induz instabilidades genéticas em células eucarióticas, incluído as tumorais. Entretanto, os danos citogenéticos relatados podem ser modulados em terapias com suplementação de vitaminas antioxidantes, como alternativas para a prevenção de riscos para desordens neoplásicas. ABSTRACT: Omeprazole (OME) is considered the fastest proton pump inhibitor used in gastric therapies. However, its adverse effects on genetic material are still poorly understood. The aim of the study was to evaluate the toxicogenic effects of omeprazole in non-clinical in vivo and in vitro studies; the possible modulating effects of the association of retinol palmitate and ascorbic acid on induced damage to the genetic material of Saccharomyces cerevisiae, Sarcoma - 180 cell line, Allium cepa and Mus muscullus with application of cytogenetic biomarkers. In S. cerevisiae and Sarcoma 180, the concentrations of omeprazole used were 10, 20 and 40 μg / mL. Retinol palmitate and ascorbic acid were used at concentrations of 100 IU / mL and 2.0 μM, respectively. In Mus musculus treatments, doses of omeprazole were 10, 20 and 40 mg / kg and for retinol palmitate was used 100 IU / kg and 2.0 μM / kg for ascorbic acid. Omeprazole induced significant oxidative damage effect in S. cerevisiae and toxicogenic strains (micronuclei, cytoplasmic bridges, nuclear buds, apoptosis and necrosis) and genotoxic (nuclear damage) in Sarcoma 180, as well as induced mutagenic, cytotoxic and genotoxic effects in cells Allium cepa, peripheral blood and bone marrow of mice. However, retinol palmitate and ascorbic acid presented antioxidant, antigenotoxic and antimutagenic effects against omeprazole-induced damage in the cells under study. These data demonstrate that omeprazole induces genetic instability in eukaryotic cells, including tumor cells. However, the reported cytogenetic damage can be modulated in antioxidant vitamin supplementation therapies as alternatives for the prevention of risks for neoplastic disorders.