Abstract:
RESUMO: O uso de antioxidantes durante a quimioterapia ainda apresenta controvérsias, devido aos riscos de modular a eficácia das terapias oncológicas. O objetivo do estudo foi verificar os possíveis efeitos da associação entre o palmitato de retinol e o ácido ascórbico diante dos danos toxicogenéticos de antineoplásicos em diferentes sistemas testes, incluindo Saccharomyces cerevisiae, Allium cepa, Artemia salina e Mus musculus com aplicação de biomarcadores citogenéticos e análises hematológicas e bioquímicas. O palmitato de retinol (100 UI/mL) em co-tratamento com o ácido ascórbico (2 μM/mL) foi testado frente a ciclofosfamida (20 μg/mL), doxorrubicina (2 μg/mL) e esquema AC (20/2 μg/mL) em S. cerevisiae, A. cepa e A. salina. As doses em Mus musculus foram: ácido ascórbico (2 μM/kg); palmitato de retinol (100 UI/kg); ciclofosfamida (20 mg/kg); doxorrubicina (2 mg/kg) e esquema AC (20/2 mg/kg). Em S. cerevisiae os danos oxidativos citoplasmáticos e mitocondriais induzidos pelos antineoplásicos foram significantemente modulados pela associação entre os antioxidantes, assim como os efeitos tóxicos e citotóxicos em A.cepa e A. salina. Em Mus musculus a associação do palmitato de retinol com o ácido ascórbico diminuiu significantemente o índice e a frequência de danos ao DNA bem como os efeitos aneugênicos e/ou clastogênicos e citotóxicos em células não neoplásicas de medula óssea e sangue periférico. As alterações bioquímicas e hematológicas induzidas pelos antineoplásicos também foram minimizadas. Os dados apontam que a associação dos antioxidantes em estudo apresenta significantes efeitos antitóxicos/anticitotóxicos, antigenotóxicos e antimutagênicos protegendo os organismos de instabilidades genéticas. Entretanto, esses efeitos, se observados em células tumorais podem comprometer a eficácia das terapias oncológicas, pela modulação toxicogenética dos antineoplásicos.------------------- ABSTRACT: The use of antioxidants during chemotherapy is still controversial because the risks of modulating the efficacy of cancer therapies. Therefore, the aim of the study was to verify the effects of the association of retinol palmitate and ascorbic acid on the toxicogenic damages of antineoplastics in Saccharomyces cerevisiae, Allium cepa, Artemia salina and Mus musculus with application of cytogenetic biomarkers, and hematological and biochemical analyzes. Retinol palmitate (100 IU/mL) in co-treatment with ascorbic acid (2 μM/mL) was tested against cyclophosphamide (20 μg/mL), doxorubicin (2 μg/mL) and AC scheme (20/2 mg/mL) in S. cerevisiae, A. cepa and A. salina. The doses in Mus musculus were: ascorbic acid (2 μM/kg); Retinol palmitate (100 IU/kg); Cyclophosphamide (20 mg/kg); Doxorubicin (2 mg/kg) and AC scheme (20/2 mg/kg). In S. cerevisiae the cytoplasmic and mitochondrial oxidative damage induced by antineoplastic agents were significantly modulated by the association between antioxidants, as well as toxic and cytotoxic effects in A.cepa and A. salina, as well as the mutagenic effects in A.cepa. In Mus musculus the association of retinol palmitate with ascorbic acid significantly decreased the rate and frequency of DNA damage as well as aneugenic and/or clastogenic and cytotoxic effects in non-neoplastic cells of bone marrow and peripheral blood. The biochemical and hematological changes induced by antineoplastic agents were also minimized. The data indicate that the association of antioxidants in the study has significant antitoxic/anticytotoxic, antigenotoxic and antimutagenic effects protecting organisms from genetic instabilities. However, these effects if observed in non-tumor cells may compromise the efficacy of cancer therapies by the toxicogenic modulation of antitumor mechanisms of antineoplastic agents.