Doutorado em Educação
http://hdl.handle.net/123456789/287
Nesta coleção serão depositadas todas as Teses do Doutorado em Educação do Centro de Ciências da Educação.2024-02-22T20:28:48ZAGENOR ABREU: um mestre da cultura piauiense entre palcos, aulas de música e pesquisas
http://hdl.handle.net/123456789/3551
AGENOR ABREU: um mestre da cultura piauiense entre palcos, aulas de música e pesquisas
RÖPKE, Camila Betina
RESUMO Esta tese tem como objetivo o estudo das narrativas de Mestre Agenor Abreu. Busca-se aqui interpretar elementos vinculados à sua formação musical, atuação como docente e os retornos que seus trabalhos trouxeram para a população. A pesquisa foi desenvolvida no PPGEd da UFPI e está inserida na linha dedicada à História da Educação, sob a luz da História Cultural tendo Chartier (2006, 2009), Ginzburg (2006), Burke (2008, 2017) e Le Goff (2013) como principais autores da perspectiva teórica. Para atingir os objetivos propostos foram realizadas entrevistas narrativas com Mestre Agenor e uma entrevista semiestruturada com seu filho, Renoir do Pife. As informações obtidas nas entrevistas foram analisadas em conjunto com outros documentos, são eles: o CDs Canto Guabes, Candeeiro do Folclore, Projeto Sopro de Taboca; o DVD Piauiensidades; um método para o ensino de pífano, fotos dos arquivos pessoais de Mestre Agenor, fotos registradas pela pesquisadora e reportagens de imprensa disponibilizada na web. Para a análise os dados obtidos foram compilados, decompostos e recompostos em novas categorias que deram suporte para a desenvolvimento dos três capítulos desta tese. Após o exame dos documentos foi exequível definir o recorte temporal da pesquisa: do início do envolvimento de Agenor com a música quando este tinha 7 anos de idade, ao lançamento de seu trabalho mais recente, o DVD Piauiensidades, finalizado em 2009. Os resultados evidenciam que Agenor começou a aprender música na infância de modo informal. Na vida adulta teve contato com o ensino formal de música em um projeto social e posteriormente no curso de Licenciatura em Educação Artística da Universidade Federal do Piauí. Em sua atuação como docente o Mestre buscou trabalhar com o repertório tradicional de seu estado de origem, todavia, com uma abordagem diferente da empregada pelos músicos populares do interior. Por meio das análises foi possível identificar que o Mestre é um intelectual de seu tempo e que para conseguir desenvolver seu trabalho contou com a ajuda de sua rede de sociabilidade. Por fim, conclui-se que mestre de cultura popular, tais como Agenor, guardam consigo uma parcela dos saberes de suas regiões. Sem um registro adequado, estes conhecimentos podem se perder, juntamente com partes da identidade e da história de uma comunidade.
ABSTRACT
This study aims to analyze the narratives from Mestre Agenor Abreu. Here we adress
his musical training, his teaching practice as well the returns that his work has brought
to the population. This study was developed at the Education Graduate Program of the
Universidade Federal do Piauí, following the History of Education research line. This
work is based on Cultural History, with Chartier (2006, 2009), Ginzburg (2006), Burke
(2008, 2017) and Le Goff (2013) as the main authors of the theoretical perspective.
Interviews were conducted with Mestre Agenor and a semi-structured interview was
conducted with his son, Renoir do Pife. The data from interviews was analyzed
together with other documents, namely: the CDs Canto Guabes, Candeeiro do
Folclore, Projeto Sopro de Taboca; the DVD Piauiensidades; a method for teaching
the pife, photos from Mestre Agenor's personal archives, photos recorded by the
researcher and press reports available on the web. Data obtained were compiled,
decomposed and recomposed into new categories that supported the development of
the three chapters. After examining the documents, it was possible to define the time
frame of the research: from the beginning of Agenor's involvement with music when he
was 7 years old, to the release of his most recent work, the DVD Piauiensidades,
completed in 2009. It was possible to understand that Agenor started to learn music
informally in childhood. In adult life, he had contact with formal music teaching in a
social project and later at the Universidade Federal do Piauí. As a teacher, the Master
has favored his home state traditional repertoire, however, with a different approach
adopted by country popular musicians. The analysis highlights the Master as an
intellectual of his time and point out his sociability network as essential to develop his
work. Finally, it is concluded that masters of popular culture, such as Agenor, keep a
portion of the knowledge of their region. Without proper recording, this knowledge can
be lost, along with parts of a community's identity and history.
Orientador: Prof. Dr. Ednardo Monteiro Gonzaga do Monti
Examinadora interna: Profa. Dra. Antonia Dalva França Carvalho
Examinadora interna: Profa. Dra. Maria do Amparo Borges Ferro
Examinador externo: Prof. Dr. Robson Fonseca Simões - UNIR
Examinador externo: Prof. Dr. Marco Antônio Toledo Nascimento
2023-12-13T00:00:00ZPRÁTICAS EDUCATIVAS INSTITUINTES DE JOVENS DO HIP HOP DE PARNAÍBA/PI: rolêzinhos virtuais em meio à pandemia da Covid-19
http://hdl.handle.net/123456789/3541
PRÁTICAS EDUCATIVAS INSTITUINTES DE JOVENS DO HIP HOP DE PARNAÍBA/PI: rolêzinhos virtuais em meio à pandemia da Covid-19
SILVA, Krícia de Sousa
RESUMO
Essa pesquisa integra as investigações do Observatório das Juventudes e Violências na Escola – OBJUVE que se insere no Núcleo de Estudos e Pesquisas “Educação, Gênero e Cidadania” – NEPEGECI e se propõe a dar visibilidade para as práticas educativas instituintes de jovens da cultura Hip Hop de Parnaíba/PI em meio a pandemia da Covid-19, que teve início em 2020 a partir da disseminação rápida e letal do vírus Sars-cov-2 por todos os continentes do planeta. Para o seu desenvolvimento, apresenta a seguinte questão: Como a partir do mundo virtual, os/as jovens da cultura Hip Hop de Parnaíba/PI criaram práticas educativas instituintes para a reinvenção de si mesmos/as e de suas sociabilidades em meio a pandemia da Covid-19? O pressuposto da tese é que esses/as jovens após o decreto de isolamento social dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), passaram a utilizar o mundo virtual para produzir práticas educativas próprias, se (re)inventando e encontrando alternativas para criação de outros espaços de sociabilidade em meio a pandemia da Covid-19. Tem-se como objetivo geral compreender como os/as jovens da cultura Hip Hop de Parnaíba/PI, utilizaram o mundo virtual para produzir práticas educativas próprias, se (re)inventando e encontrando alternativas para criação de outros espaços de sociabilidade em meio a pandemia da Covid-19. Especificadamente, buscando a)Mapear os/as jovens da cultura Hip Hop de Parnaíba/PI a partir do mundo virtual, b) Captar como os/as jovens da cultura Hip Hop de Parnaíba criaram práticas educativas próprias no mundo virtual, em meio a pandemia da Covid-19; c) Descrever o modo como as práticas educativas virtuais dos/as jovens da cultura Hip Hop de Parnaíba permitiu a estes/as jovens se reinventarem e encontrarem alternativas para criação de novos espaços de sociabilidade em meio a pandemia da Covid-19; e d) Analisar o modo como a pandemia da Covid-19 afetou a vida, as emoções, os encontros, treinos e eventos dos/as jovens da cultura Hip Hop de Parnaíba e foi exposto pelo grupo de forma online. O referencial teórico da pesquisa fundamenta-se em em Adad, Lima e Brito (2021), Adad (2011), Boakari e Silva (2021), Pereira (2000), Larossa (2017), Ribeiro (2017), Brandão (2007), Silva (2018) e Freire (2017) para discutir o conceito de prática educativa e a concepção de educação popular em movimento, considerando a rua e as cidades como arenas culturais, territórios educativos, lugares e caminhos potentes para a aprendizagem, como prática de resistência. Sobre a cultura Hip Hop, sua origem e múltiplas linguagens artísticas autores como Giongo (2020), Freitas (2018), Gomes (2019), Miranda (2017), Farias (2021), Dornelas (2021), entre outros/as fundamentam a discussão. A metodologia a ser utilizada é de base qualitativa, pautando-se na Netnografia documental, diários cartográficos, análise das implicações, e os princípios da sociopoética que serviram como ethos da pesquisa. As considerações metodológicas desenvolvidas à luz da teoria de Deleuze (1982), Kastrup e Barros (2010), Kosinets (2014), Miskolci (2016), Nascimento e Tedesco (2013), Adad, Santos e Silva (2021), Adad e Silva (2018), Gauthier (2015) dentre outros/as. Os resultados permitiram a tese em duas dimensões das práticas educativas: 1. reinvenções das práticas educativas, dos treinos, encontros e eventos e 2. Sabores, emoções e gambiarras das/nas práticas educativas. Na primeira dimensão, trata-se do modo como os/as jovens foram instituindo práticas educativas em meio aos treinos em menor número de integrantes da cultura Hip Hop, substituindo os lugares citadinos de encontro, pelo espaço na casa de um/a ou outro/a jovem. Bem como, elaboraram eventos como a 6ª edição do Junta Festival Internacional de dança e o projeto Delta Arte, que possibilitaram dar continuidade as suas sociabilidades e os projetos do grupo de modo informal e/ou intuitivo, transmitindo suas atividades para pessoas diversas, inscritas ou não nos eventos, diluindo as configurações fechadas de se construir esses tipos de ações na pandemia. Na segunda dimensão, são abordadas práticas educativas instituintes, a partir do espetáculo “Enquadro”, das oficinas: “O corpo fala” e “oficina de grafite do projeto Delta Arte”, que mostram como os/as jovens ampliam seus saberes e/ou sabores sobre arte, cultura urbana e popular e suas influencias, os processos de segregação e genocídio ao longo da história da humanidade e a construção de um pensamento crítico e problematizador do contexto político vivenciado durante a pandemia no Brasil. Nesse contexto, ainda são destacadas as emoções que permearam essas trajetórias juvenis, em meio as práticas educativas instituintes que desenvolveram, permitindo o exame sobre as regras sociais, culturais e históricas da vivência dos/as sujeitos/as desse grupo, em momento excepcional da história do mundo. Essas dimensões co-existem, e realçam práticas educativas hetereogêneas, que afirmam que em meio contexto de crise, estes/as jovens artistas passaram a agir de forma mais colaborativa, fortalecendo subjetividades solidárias entre eles e elas, e deixando em evidencia o formato organizacional potente e inventivo que desenvolvem entre si mesmos/as e seus pares.
ABSTRACT
This research is part of investigations of Observatory of Youth and Violence at School – OBJUVE which is insert at Nucleus of Studies and Researches “Education, Gender and Citizenship” – NEPEGECI and proposes to give visibility to educational practices of young people of Hip-Hop Culture from Parnaiba/PI during the Covid-19 pandemic, which has begun in 2020 from the rapid and lethal dissemination of the Sars-cov-2 virus all around the world. To its development, the following question is placed: How the young people of hip hop culture from Parnaíba/PI created institutional educational practices for the reinvention their own and their sociability during the Covid-19 pandemic, from the virtual world? The assumption of this thesis is that these young people after the social isolation decree based on World Health Organization (WHO) orientations, started to use the virtual world to produce their own educational practices, reinventing and finding alternatives to create other spaces of socialization during the Covid-19 pandemic. The general objective is to understand how the young people of Hip Hop culture from Parnaiba/PI used the virtual world to produce their own educational practices, reinventing themselves and finding alternatives to the creation of other spaces of socialization during the Covid-19 pandemic. Specifically, searching a) Mapping the young people of Hip Hop culture from Parnaiba/PI from the virtual world, b) capturing how the young people of Hip Hop culture from Parnaiba created their own educational practices in the virtual world during the Covid-19 pandemic; c) describing how the virtual educational practices from the young people of hip hop culture from Parnaíba allowed these young people to reinventing themselves and find alternatives to create new spaces of socialization during the Covid-19 pandemic; and d) analyzing how the Covid-19 pandemic affected life, emotion, meeting, training sessions and events from young people of Hip Hop culture from Parnaiba and was exposed online by the group. The theoretical basis of the research is grounded in Adad, Lima and Brito (2021), Adad (2011), Boakari and Silva (2021), Pereira (2000), Larossa (2017), Ribeiro (2017), Brandão (2007), Silva (2018) and Freire (2017) to discuss the concept of educational practice as well as the conception of popular education in movement, taking into consideration the street and cities as cultural arenas, educational territories, powerful places and paths to learning as resistance practicing. About hip hop culture, its origin and multiple artistic languages, authors like Giongo (2020), Freitas (2018), Gomes (2019), Miranda (2017), Farias (2021), Dornelas (2021), among others are used to ground the discussion. The methodology has a qualitative approach, based on documentary Netnography, cartographic diaries, implication analysis and the principles of sociopoetics thar served as the research ethos. The methodological considerations were developed based on the theory of Deleuze (1982), Kastrup and Barros (2010), Kosinets (2014), Miskolci (2016), Nascimento and Tedesco (2013), Adad, Santos and Silva (2021), Adad and Silva (2018), Gauthier (2015) among others. The results allowed the thesis into two dimensions of educational practices: 1. Reinvention of educational practices, training sessions and events and 2. Flavors, emotions and improvisation of the educational practices. The first dimension approaches how the young people were instituting education practices during training sessions in a smaller number of members of the Hip Hop culture, replacing city meeting places with space in the house of one or other young member. In addition, they organized events such as the 6th edition of the Junta International Dance Festival and the Delta Art project, which made it possible to continue their sociability and the group's projects in an informal and/or intuitive way, transmitting their activities to different people, enrolled or not in events, diluting the closed configurations of building these types of actions in the pandemic. In the second dimension, instituting educational practices are addressed, based on the show “Enquadro”, the workshops: “O corpo fala” and “Graffiti workshop of the Delta Art project”, which show how young people expand their knowledge and/or flavors about art, urban and popular culture and their influences, the processes of segregation and genocide throughout human history and the construction of critical and questioner thinking of the political context experienced during the pandemic in Brazil. In this context, the emotions that permeated these youth trajectories are still highlighted, in the midst of the instituting educational practices that they developed, allowing the examination of the social, cultural and historical rules of the experience of the subjects of this group, in an exceptional moment in history of the world. These dimensions co-exist, and highlight heterogeneous educational practices, which claim that in the midst of a crisis, these young artists began to act more collaboratively, strengthening subjective solidarity between them, and evidencing the powerful organizational format and inventiveness they develop among themselves and their peers.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Shara Jane Holanda Costa Adad
Examinadora interna: Profa. Dra. Maria do Socorro Borges da Silva
Examinadora interna: Phd. Francis Musa Boakari
Examinadora externa: Profa. Dra. Maria Zenaide Alves - UFCAT
Examinadora externa: Phd. Paula Maria Guerra Tavares – U.Porto
Examinadora externa: Phd. Victor Hugo Nedel Oliveira – UFRGS
2023-12-04T00:00:00ZPRÁTICAS EDUCATIVAS EM ESPAÇOS DIGITAIS: narrativas de mulheres afrodescendentes em experiências de leitura
http://hdl.handle.net/123456789/3536
PRÁTICAS EDUCATIVAS EM ESPAÇOS DIGITAIS: narrativas de mulheres afrodescendentes em experiências de leitura
SOUZA, Emanuella Geovana Magalhães
RESUMO:
Os espaços digitais, compreendidos como espaços de comunicação mediados pela conectividade da internet, possibilitam novas dinâmicas sociais, especialmente epistemológicas. Dentro desse panorama, observou-se que algumas mulheres afrodescendentes contam suas experiências de leitura no Instagram, uma rede social de compartilhamento de imagens e vídeos, que fez emergir a seguinte questão: Como nomear/descrever/caracterizar as práticas educativas efetivadas em espaços digitais, quando mulheres afrodescendentes compartilham narrativas de leitura sobre livros escritos por mulheres afrodescendentes? Esta indagação gerou o objetivo geral desta pesquisa, que foi: compreender as práticas educativas efetivadas no Instagram quando um grupo de mulheres afrodescendentes com algum acesso ao mundo digital compartilha/narra suas experiências de leitura sobre livros escritos por mulheres de mesmo pertencimento racial. O caminho metodológico caracterizou-se como “pesquisa em espiral”, um fazer científico, dinâmico, interdependente e questionador das realidades conhecidas e emergentes. Pautou-se numa abordagem qualitativa (Flick, 2009) e fundamentou-se na perspectiva da transmetodologia (Maldonado, 2015), para estudar dois perfis do Instagram, a saber: @leia_preta e @lendomulheresnegras. Como leituras de apoio, destacam-se as/os autoras/es: Santaella (2007, 2008, 2013); Santos (2015, 2019, 2022), no que concerne à cibercultura e ubiquidade; Freire (1967, 1979, 1989, 2013), Brandão (2007), Boakari e Silva (2021) na discussão acerca da dimensão plural da educação e das práticas educativas; Gonzalez (1983), Crenshaw (2002), Grosfoguel (2016), Kilomba (2019) ao escreverem sobre colonialidade e interseccionalidade. A partir das análises realizadas, constatou-se que as criadoras de conteúdo responsáveis pelos perfis fomentam e desenvolvem práticas educativas como fazeres políticos, uma vez que engendram informações, conhecimentos, ideias e pensamentos relevantes-objetivados, de maneira intencional, questionadora, reflexiva e dialógica.
ABSTRACT:
Digital spaces understood as communication spaces mediated by internet connectivity enable new social dynamics, especially epistemological ones. Within this panorama, it was observed that some Afro-descendant women tell their reading experiences on Instagram, a social network for sharing images and videos, from which the following question emerged: What practices, possibly educational, are evident in digital spaces when Afro-descendant women share reading narratives? Thus, the main objective of this research can be highlighted as: understanding the practices evidenced on Instagram when a group of Afro-descendant women with some access to the digital world shares/describe their reading experiences about books written by women of the same racial belonging. The methodological path was characterized as “spiral research”, a dynamic, interdependent and questioning of emerging realities. Based on a qualitative approach (Flick, 2009) and based on the perspective of transmethodology (Maldonado, 2015), two Instagram profiles were studied, namely: @leia_preta and @lendomulheresnegras. As background readings, the authors highlighted: Santaella (2007, 2008, 2013); Santos (2015, 2019, 2022), to address cyberculture and ubiquity; Freire (1987, 1979, 1989, 2013), Brandão (2007), Boakari and Silva (2021) to discuss the plural dimension of education and educational practices; Gonzalez (1983), Crenshaw (2002), Grosfoguel (2016), Kilomba (2019), to write about coloniality and intersectionality. From the analyzes carried out, it was found that the content creators responsible for the profiles, encourage and develop educational practices of being people, since they produce information, knowledge, ideas and relevant thoughts in an intentional, questioning, reflective and dialogic way. Educational practices as political actions.
Orientadora: Prof. PhD. Francis Musa Boakari
Examinadora interna: Profa. PhD. Ana Valéria Marques Fortes Lustosa
Examinadora interna: Profa. Dra. Shara Jane Holanda Costa Adad
Examinadora externa: Profa. Dra. Raimunda Nonata da Silva Machado – PPGE/UFMA
Examinador externo: Prof. Dr. Luiz Henrique Silva de Oliveira – POSLING/CEFET-MG
2023-11-30T00:00:00ZMODOS DE EDUCAR ENTRE JOVENS TRANSVESTIGENERES: cartografias desejantes na universidade
http://hdl.handle.net/123456789/3332
MODOS DE EDUCAR ENTRE JOVENS TRANSVESTIGENERES: cartografias desejantes na universidade
NASCIMENTO, Letícia Carolina Pereira do
RESUMO:
As performances dês/das jovens transvestigêneres se materializam na relação dos jogos de
poder que desejam instituir a cisheterossexualidade como norma. Neste sentido, as
corporalidades e subjetividades dês/das jovens transvestigêneres carregam as marcas das
práticas heterogêneas de poder exercidas pelas diversas instituições como família, escola,
Estado, igreja e a Universidade. A presente pesquisa, numa abordagem cartográfica,
acompanhou os processos de subjetivações e resistência vividos por jovens transvestigêneres
em duas universidades públicas localizadas na cidade de Teresina-PI. Pesquisa da Andifes
revela que pessoas transvestigêneres representam apenas 0,8% dos estudantes em instituições
públicas de ensino superior, sendo 0,1% de Mulheres Trans*, 01% de Homens Trans* e 0,6%
de pessoas não-binárias, contudo a categoria travesti não é usada na pesquisa. De outro lado,
sobre as juventudes, os dados da ANTRA (2021) apontam, que 5% das vítimas de transfobia
letal tinham entre 13 e 17 anos e 53% das vítimas tinham entre 18 e 29 anos, de modo que a
idade média das vítimas era de 29,3 anos e, em grande maioria, as vítimas são negras e
performam identidades transvestigêneres femininas (travestis ou mulheres transexuais). Dessa
forma, a pesquisa justifica-se na perspectiva de conhecer as histórias dês/das jovens
transvestigêneres que conseguem se inserir em universidades, apesar das dificuldades impostas
pelo preconceito social, pelo risco de mortalidade apontado pela ANTRA, pretendendo-se,
então, desvelar que desafios e táticas de permanência são experimentados por estes jovens desde
a universidade. Para tanto, a pesquisa busca refletir sobre as seguintes questões: Quais os
problemas e dificuldades atravessam as performances dês/das jovens transvestigêneres na
universidade? Quais táticas são criadas e utilizadas por jovens transvestigêneres para sua
permanência na universidade? Que modos de educação as performances dês/das jovens
transvestigêneres criam no processo de afirmação de seus gêneros na universidade? A partir
dessas questões problematizadoras, a pesquisa tem por objetivo: Cartografar os modos de
educar que as performances dês/das jovens transvestigêneres criam dentro das universidades a
partir do confronto com as normas regulatórias de gênero. No que tange aos aspectos
metodológicos, a pesquisa assumiu a perspectiva cartográfica por esta abordagem possibilitar
um mergulho nas subjetividades transvestigêneres, com o intuito de perceber, acompanhar,
descrever e analisar as linhas de subjetividades que compõem as corporalidades
transvestigêneres em suas relações com a universidade. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 5 jovens transvestigêneres (homens trans* e pessoas não-binárias)
universitáries da Universidade Federal do Piauí e da Universidade Estadual do Piauí. Embora
tenha se realizado entrevista com travestis, nenhuma delas atendia ao critério de ser jovem (15
a 29 anos) e universitária, dado revelador sob os modos pelos quais a transfobia possui uma
incidência mais violenta neste segmento. As entrevistas fazem parte de um conjunto maior de
dados produzidos durante a realização do “Estudo Nacional sobre os Perfis Travestis e
Transexuais” executado pelo Observatório da Saúde LGBT, do Núcleo de Estudos em Saúde
Pública da Universidade de Brasília (NESP/UnB), no qual atuei como pesquisadora responsável
pelos dados do Piauí. A partir das análises realizadas percebe-se que, o nome social, apesar de
ser um direito assegurado por normativa interna das universidades, sofre um processo demorado
e burocrático de efetivação com pouca informação disponível. O banheiro é outra problemática
vivida, uma vez que ês jovens sentem receio de utilizá-lo de acordo com suas identidades de
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gênero. Tanto a demanda do nome social como do banheiro requerem mudanças institucionais
como a criação de protocolo específico para a solicitação de inclusão de nome social e
campanhas educativas sobre a importância do nome social e da utilização dos banheiros, de
acodo com a identidade de gênero. Percebe-se que Pedagogia do Cansaço coloca ês jovens
transvestigêneres em exaustão por exercerem o tempo todo uma função educativa acerca de
suas identidades e direitos. Para garantir sua permanência na universidade dês jovens
transvestigêneres utilizam as seguintes táticas de Trans(r)es(x)istências: Transcentrar suas
relações fortalecendo amizades com outres/as transvestigêneres; participar ou ter como
referência coletivos sociais que produzem ações políticas e educativas; interagir com outres/as
jovens transvestigêneres a partir de grupos de Whatsapp e outras redes sociais trocando
informações e afetos. A partir da cartografia desenhada por meio das entrevistas realizadas,
entendeu-se que os jovens enfrentam inúmeros desafios para existir nas instituições de ensino
superior, uma existência que só é possível a partir da Trans(r)es(x)istências.
ABSTRACT:
The performances of young transvestigêneres materialize in relation to the power games that
wish to establish cisheterosexuality as a norm. In this sense, the corporalities and subjectivities
of young transvestigêneres carry the marks of the heterogeneous practices of power exercised
by different institutions such as family, school, State, church, University. The present research,
in a cartographic approach, accompanies the processes of subjectivations and resistance
experienced by young transvestigêneres in two public universities located in the city of
Teresina-PI. ANDIFES research reveals that transgender people represent only 0.8% of
students in public institutions of higher education, with 0.1% of Trans* Women, 01% of Trans*
Men and 0.6% of non-binary people, the travesti category is not used in the search. On the other
hand, regarding youths, data from ANTRA (2021) indicate that 5% of victims were between 13
and 17 years old and 53% victims were between 18 and 29 years old, so that the average age of
victims was 29 ,3 years, the vast majority of victims are black and perform female transgender
identities (travesti or transgender women). In this way, the research is justified from the
perspective of knowing the stories of transvestigêneres young people who manage to enter
universities, despite the difficulties imposed by social prejudice, by the risk of mortality pointed
out by ANTRA, it is then intended to reveal what challenges and Permanence tactics are
experienced by these young people since university. Therefore, the research seeks to reflect on
the following questions: What are the problems and difficulties that cross the performances of
young transvestigêneres at the university? What tactics are created and used by
transvestigêneres young people to stay at university? What modes of education do the
performances of young transvestigêneres create in the process of affirming their genders at the
university? From these problematizing questions, the research aims to: Map the ways of
educating that the performances of young transvestite genders create within universities from
the confrontation with regulatory norms of gender. With regard to methodological aspects, the
research assumes a cartographic perspective, as this approach enables a dip into
transvestigêneres subjectivities, in order to perceive, monitor, describe and analyze the lines of
subjectivities that make up transvestite corporalities in their relations with the university. Semistructured interviews were conducted with 5 young transvestigêneres (trans* men and nonbinary people) university students at the Federal University of Piauí and the State University of
Piauí. Although an interview was carried out with transvestites, none of them met the criteria
of being young (15 to 29 years old) and university student, revealing data on the ways in which
transphobia has a more violent incidence in this segment. The interviews are part of a larger set
of data produced during the “National Study on Transvestite and Transgender Profiles” carried
out by the LGBT Health Observatory of the Center for Studies in Public Health at the University
of Brasília (NESP/UnB), in which I acted as the researcher responsible for the data in Piauí.
From the analyzes carried out, the social name, despite being a right guaranteed by internal
regulations of universities, undergoes a lengthy and bureaucratic process of effectiveness with
little information available. The bathroom is another problem experienced, since these young
people are afraid to use it according to their gender identities. Both the demand for the social
name and the bathroom requires institutional changes such as the creation of a specific protocol
for requesting the inclusion of the social name and educational campaigns on the importance of
the social name and the use of bathrooms based on gender identity. It is noticed that Pedagogy
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of Tiredness puts these transvestite young people to exhaustion because they constantly exercise
an educational function about their identities and rights. In order to guarantee their permanence
in the university, transvestite youths use the following Trans(r)es(x)istences tactics:
Transcentrar their relationships by strengthening friendships with other transvestigêneres;
participate in or have as a reference social collective that produce political and educational
actions; interact with or three young transvestigêneres through WhatsApp groups and other
social networks, exchanging information and emotions. From the cartography drawn through
the interviews, it is understood that young people face numerous challenges to exist in higher
education institutions, an existence that is only possible from Trans(r)es(x)istências
Orientador: Shara Jane Holanda Costa Adad
Examinador: Maria do Socorro Borges da Silva
Examinador: Ednardo Monteiro Gonzaga do Monti
Examinador externo: Megg Rayara Gomes de Oliveira - UFPR
Examinador externo: Antônio Vladimir Felix Da Silva - UFDPar
2023-05-30T00:00:00Z