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RESUMO: Os aminoácidos de cadeia ramificada estão envolvidos em diversos processos
metabólicos do organismo e, em particular, evidências sugerem a participação destes
nutrientes na sensibilidade à insulina. No entanto, a relação entre o consumo alimentar
de aminoácidos de cadeia ramificada e o controle glicêmico tem apresentado
resultados inconsistentes. Assim, este estudo investigou a associação entre o
consumo alimentar usual de aminoácidos de cadeia ramificada, parâmetros
glicêmicos e resistência à insulina em pacientes com diabetes tipo 2. Trata-se de um
estudo caso-controle, conduzido com 87 adultos (43 diabéticos e 44 controles), de
ambos sexos, com idade entre 20 a 59 anos, realizado em um hospital público d e
Teresina, Piauí. A variável independente é o consumo alimentar usual de aminoácidos
de cadeia ramificada estimado por meio do Multiple Source Method; as variáveis
dependentes: glicose de jejum, insulina séria, hemoglobina glicada e Homeostasis
Model Assessment Insulin Resistance (HOMA-IR); e as covariáveis nas análises de
regressão múltipla: sexo, idade, renda, escolaridade, tabagismo, etilismo, nível de
atividade física, tempo de diabetes, consumo alimentar de energia total, fibra
alimentar, colesterol dietético, gordura saturada, gordura insaturada, índice de massa
corporal e circunferência da cintura. Foram avaliadas ainda as concentrações de
proteínas plasmáticas totais, albumina, creatinina e ureia séricas. A média de idade
do grupo controle e diabetes foi 50,3 ± 6,1 e 49,9 ± 7,0 anos, respectivamente. O
consumo alimentar usual médio do grupo diabetes de isoleucina, leucina e valina foi
3,8; 6,2 e 4,1 g/dia, respectivamente. Não houve ingestão destes aminoácidos abaixo
da recomendação em ambos os grupos. Nas análises de regressão linear verificou-se, após ajuste múltiplo, associação negativa entre o consumo alimentar dos
aminoácidos de cadeia ramificada com a glicose de jejum [-0,01 (-0,03; 0,01)] e a
hemoglobina glicada [-0,01 (-0,01; 0,01)] no grupo controle; e associação positiva com
a hemoglobina glicada [0,01 (-0,01; 0,07)] no grupo diabetes. Apesar do consumo
alimentar de aminoácidos de cadeia ramificada está adequado de acordo com as
recomendações de ingestão em ambos os grupos, observamos efeito paradoxo sobre
o metabolismo da glicose no presente estudo. ABSTRACT: Branched-chain amino acids participate in various metabolic processes of the body
and, in particular, evidence suggest the involvement of these nutrients on insulin
sensitivity. However, the relationship between the consumption of branched-chain
amino acids and glycemic control have shown inconsistent results. Thus, this study
investigated an association among the usual dietary intake of branched -chain amino
acids, glycemic parameters and insulin resistance in patients with type 2 diabetes. This
was a case-control study conducted on 87 adults (43 diabetics and 44 controls), of
both sexes, aged between 20 and 59 years, performed in a public hospital in the city
of Teresina, Piauí, Brazil. The independent variable is the usual food intake of
branched-chain amino acids estimated using the Multiple Source Method; Dependent
variables: fasting glucose, serious insulin, glycated hemoglobin and Homeostasis
Model Assessment Insulin Resistance (HOMA-IR); covariates in multiple regression
analyzes: sex, age, income, education, smoking, alcoholism, physical activity level,
diabetes time, total energy food intake, dietary fiber, dietary cholesterol, saturated fat,
unsaturated fat, body mass index and waist circumference. Concentrations of total
plasma proteins, serum albumin, creatinine and urea were also evaluated. The mean
age of control group and diabetic group were 50.3 ± 6.1 and 49.9 ± 7.0 years,
respectively. The average usual intake of diabetic group of isoleucine, leucine and
valine was 3.8, 6.2 and 4.2 g/day, respectively. Both groups had adequate intakes of
these nutrients. In the analysis of multiple linear regression it was observed, after the
multiple adjustments, a negative association among the dietary intake of branched-chain amino acids with fasting glucose [-0.01 (-0.03; 0.01)] and glycated hemoglobin
[-0, 01 (-0.01; 0.01)] in the control group; And positive association with glycated
hemoglobin [0.01 (-0.01; 0.07)] in the diabetic group. In the present study, although
branched-chain amino acids intake was found to be adequate, according to the
recommended intake for both groups, we observed a paradoxical effect on glucose
metabolism. |
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