Abstract:
RESUMO: Nas décadas de 1990 e 2000, ocorreram no mundo grandes transformações tecnológicas na atividade jornalística, sobretudo na produção fotográfica. A fotografia digital substituiu a analógica e com isso práticas e rotinas de trabalho do fotojornalismo foram alteradas. Esta dissertação investiga esse período de transição no jornal O Dia, impresso diário mais antigo do Piauí, em circulação desde 1951. Para tanto, tem-se como objetivo analisar as mudanças e permanências nas rotinas de trabalho do repórter fotográfico no período analógico que antecede o uso da primeira câmera fotográfica digital na redação do jornal no início dos anos 2000, compreender como se deu a convivência entre esses dois processos tecnológicos e caracterizar a etapa em que a fotografia digital se estabelece em definitivo no dia a dia da atividade do repórter fotográfico. Para tanto, foram consultados autores que refletem sobre fotografia, fotojornalismo e fotografia digital. Utilizou-se como método de pesquisa o estudo de caso, onde foram analisadas edições de O Dia no período de julho a dezembro de 2002 e janeiro a junho de 2003. Também foi utilizado como método a História Oral, uma vez que foram construídas fontes orais através da realização de entrevistas com repórteres fotográficos, editores, diagramador e gestor que vivenciaram a transição da fotografia analógica para a digital. Para contextualizar melhor a investigação, colheram-se ainda entrevistas de repórteres fotográficos dos jornais: Diário do Povo e Meio Norte. O referencial teórico deste trabalho centra-se nos estudos de: Jorge Pedro de Sousa (2004), Ivan Luis Giacomelli (2000), Maurice Mouillaud (2002), Boris Kossoy (2014), Arlindo Machado (2005) e José Afonso Silva Júnior (2014). As mudanças tecnológicas da fotografia no jornal O Dia, ao tempo em que reduziram custos de produção, trouxeram significativas alterações no ambiente de trabalho, pois tornaram a produção em fotojornalismo mais flexível, polivalente e desvalorizada, gerando assim uma crise de incertezas em relação ao futuro dessa atividade. --------------- ABSTRACT: In 1990s and 2000s, technological changes occurred in the journalistic world, especially with regard to photographic production. Digital photography replaced analogue photograph, and consequently, photojournalism practices and routines were changed. This master‟s thesis investigates this period of transition in the newspaper O Dia, the oldest print newspaper in Piauí, which has circulated since 1951. Therefore, the objective of this work is to analyze what has changed and what has stayed the same with regard to the work routines of photographic reporters in the analog period, a time that precedes the use of the first digital camera in newspaper writing in the early 20s. Its purpose is to understand how the coexistence between these two technological processes happened and to characterize the stage in which digital photography was definitively established in the day to day activity of photographic reporters. With this purpose, we consulted authors with works related to photography, photojournalism and digital photography. The case study was used as a research method, where editions of O Dia were analyzed in the period from July to December 2002 and January to June 2003. Additionally, oral history was also used as a research method, where oral sources were constructed through interviews with photographic reporters, editors, a visual designer and a manager, who experienced the transition from analogue to digital photography. To better contextualize the investigation, interview of photographic reporters were collected from the newspapers: Diário do Povo and Meio Norte. The theoretical background of this work focuses on the following studies: Jorge Pedro de Sousa (2004), Ivan Luis Giacomelli (2000), Maurice Mouillaud (2002), Boris Kossoy (2014), Arlindo Machado (2005) and José Afonso Silva Júnior (2014). The technological changes in photography in the newspaper O Dia, while reducing production costs, brought significant changes in the work environment, making the production of photojournalism more flexible, polyvalent and undervalued, thus emerging a crisis of uncertainties regarding the future of the activity.