Abstract:
RESUMO: Leitura da ontologia fenomenológica de Jean-Paul Sartre e suas consequências para a discussão ética, na interface entre filosofia e literatura. Aponta uma leitura da literatura do Sartre, especificamente: A náusea, a trilogia romanesca Os caminhos da liberdade e a peça Entre quatro paredes, em diálogo com O ser e o nada, para pensar a relação entre os valores construídos subjetivamente pela escolha que cada um faz de si mesmo, e a intrincada relação com o outro. Toma como ponto de partida a assunção da contingência, como indicada por Sartre em A náusea. Indica o valor moral como tendo sua existência a partir da escolha que o indivíduo faz a partir de sua absoluta liberdade, e o conflito que marca a relação com o outro. Discute, ao final, o balanço instável inferido do pensamento sartreano entre a livre escolha que cada um faz de si mesmo e a proposta de engajamento da humanidade inteira nesta escolha, como aparece em O existencialismo é um humanismo. --------------- RÉSUMÉ: Lecture de l’ontologie phénoménologique de Jean-Paul Sartre et ses conséquences pour une discussion éthique située dans l’interface entre la philosophie et la littérature. Cela conduit à une lecture des oeuvres de Sartre spécifiquement : de La Nausée, de la trilogie romanesque Les Chemins de la Liberté, et de la pièce Huis Clos, en dialogue avec L'Être et le Néant, pour penser la relation entre les valeurs construites subjectivement par le choix que chacun fait de soi-même, et la complexe relation avec l'Autre. Elle a comme point de départ l’acceptation de la contingence comme indiquée par Sartre dans La Nausée. Elle indique ainsi que la valeur morale prend son existence à partir du choix que l'individu fait basé sur sa liberté absolue, et le conflit qui marque la relation avec l'Autre. Elle discute, à la fin, sur l'équilibre instable déduit de la pensée sartrienne entre le libre choix que chacun fait de soi-même et la proposition d'engagement de toute l'humanité dans ce choix, tel qu'il apparaît dans l’Existentialisme est un Humanisme.