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RESUMO O ingresso na universidade traz consigo uma série de mudanças à vida do jovem. As novas demandas sociais e acadêmicas podem favorecer a adoção de hábitos de vida prejudiciais à saúde, além disso, o aumento crescente nos níveis de psicopatologia nesta população, especialmente através da presença de níveis elevados de estresse, ansiedade e depressão demonstram os riscos à vulnerabilização da saúde mental, aos quais estes indivíduos estão expostos, a partir de falhas no processo de adaptação do estudante, ao tentar administrar as diversas atividades diárias e conciliá-las às suas necessidades sociais e familiares. Visto que a literatura tem apontado associação entre adoção de um estilo de vida não saudável e o baixo nível de bem-estar psicológico, objetivou-se analisar o nível de estresse e sua relação com comportamentos de risco à saúde, estado nutricional e pressão arterial de acadêmicos de uma instituição pública de ensino superior. Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal de natureza quantitativa, realizado no período de abril a novembro de 2016, em uma instituição de ensino superior da cidade de Picos-PI. Participaram 377 estudantes de 18 a 30 anos, tendo sido avaliados quanto às suas características sociodemográficas e acadêmicas, perfil de estresse, qualidade do sono, risco e provável dependência alcoólica, tabagismo e nível de atividade física. Foram aferidas ainda as medidas de peso e altura para obtenção do Índice de Massa Corporal e classificação do estado nutricional, além das medidas de circunferência da cintura e do pescoço e determinação dos níveis pressóricos. Para processamento e análise dos dados, foi utilizado o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Houve predominância de estudantes universitários do sexo feminino (61,5%), de 18 a 21 anos (61,5%), pardos (54,6%) e solteiros (92,8%), com renda familiar na faixa de 1 a 3 salários mínimos (68,4%), pertencentes às classes econômicas C1 e C2 (53,6%), que residem com familiares (57,0%), oriundos de outros municípios do Piauí (53,3%), pertencentes aos cursos da área de saúde (40,6%), e com tempo desde o ingresso na instituição em mediana de 30 meses. Em relação aos comportamentos de risco, destaca-se a qualidade do sono, ruim para 65,3% dos indivíduos e distúrbio do sono para 17,0%. O IMC relevou excesso de peso em 21,3% dos acadêmicos, sem alterações nas aferições da circunferência do pescoço, da cintura e dos níveis pressóricos para a maioria dos estudantes. O estresse foi observado em 68,7% da amostra, com maior prevalência de indivíduos na fase de resistência (54,1%), e maioria de sintomas psicológicos (65,6%). Demonstrou-se associação significativa entre o estresse e as seguintes variáveis: sexo (p= 0,000), tempo na instituição(p=0,031), má qualidade do sono (p=0,000) e pressão arterial sistólica (p=0,015). Conclui-se que a maioria dos estudantes avaliados apresenta algum nível de estresse, e que este possui relação com a pressão arterial e com a má qualidade do sono, comportamento de risco mais prevalente nesta população, demonstrando a necessidade de atenção a este problema, a partir da construção de estratégias educativas com foco nas formas de enfrentamento ao estresse e na escolha por comportamentos de vida cada vez mais saudáveis, além de medidas de acompanhamento do processo de adaptação do estudante à vida universitária, que poderão implicar positivamente na qualidade de vida dos universitários.---------------ABSTRACT: The university entrance brings with it a series of changes to the life of the young person. The new social and academic demands can favor the adoption of unhealthy life habits, in addition, the increasing levels of psychopathology in this population, especially through the presence of high levels of stress, anxiety and depression demonstrate the risks to vulnerability of mental health to which these individuals are exposed, from failures in the student's adaptation process, when trying to manage the various daily activities and to reconcile them to their social and family needs. Since the literature has shown an association between the adoption of an unhealthy lifestyle and the low level of psychological well-being, the objective was to analyze the level of stress and its relation to health risk behaviors, nutritional status and blood pressure of academics of a public higher education institution. This is a descriptive cross-sectional study of quantitative nature, carried out from April to November 2016 at a higher education institution in the city of Picos-PI. A total of 377 students aged 18-30 years had been evaluated as regards their socio-demographic and academic characteristics, stress profile, sleep quality, risk and probable alcohol dependence, smoking and physical activity level. Weight and height measures were also evaluated to obtain the Body Mass Index and classification of nutritional status, as well as waist and neck circumference measurements and determination of pressure levels. Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), version 20.0, was used for data processing and analysis. There was a predominance of female university students (61.5%), 18-21 years old (61.5%), grayish-brown (54.6%) and single students (92.8%), with family income of 1 to 3 minimum wages (68,4%), belonging to C1 and C2 economic classes (53.6%), who live with relatives (57.0%), from other municipalities of Piauí (53.3%), belonging to health courses (40.6%), and with a median time of 30 months since joining the institution. In relation to risk behaviors, highlighted the quality of sleep, poor to 65.3% of individuals and sleep disturbance to 17.0%. The BMI was overweight in 21.3% of the students, with no changes in circumference measurements of neck, waist and pressure levels for most students. Stress was observed in 68.7% of the sample, with a higher prevalence of individuals in the resistance phase (54.1%), and most psychological symptoms (65.6%). It was demonstrated a significant association between stress and the following variables: sex (p = 0.000), time at institution (p = 0.031), poor sleep quality (p = 0.000) and systolic blood pressure (p = 0.015). It is concluded that the most of the evaluated students presents some level of stress, and that this one is related with to blood pressure and poor quality of sleep, risk behavior more prevalent in this population, demonstrating the necessity of attention to this problem, from the construction of educational strategies focused on ways to face stress and choosing health behaviors that are increasingly healthy, as well as accompanying measures of the adaptation process of students to university life, which may positively imply the quality of life of university students. |
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