Abstract:
RESUMO: O escopo deste trabalho é descrever a vivência de adolescentes e jovens que passaram pelo processo abortivo e discutir, à luz da Teoria de Callista Roy, as situações que as levaram ao aborto na adolescência e juventude. Constitui-se em um estudo descritivo de natureza qualitativa, que utilizou o Método História de Vida. A pesquisa foi submetida à análise e aprovação da Comissão de Ética da Fundação Municipal de Saúde e do Comitê de Ética da Universidade Federal do Piauí. Os sujeitos da pesquisa foram 14 adolescentes e jovens residentes no município de Teresina. Os dados foram colhidos em entrevistas abertas e foram analisados à luz da Teoria da Adaptação e no referencial teórico de autores que discorrem acerca do tema. O estudo apresenta uma categoria: Modos adaptativos apresentados por adolescentes e jovens durante o processo abortivo, segundo Callista Roy, cujos resultados foram agrupados por similaridade e pertinência com as seguintes subcategorias: 1) Modo fisiológico – manifestações corporais do abortamento; 2) Modo de autoconceito – sentimentos vividos frente ao abortamento espontâneo e inseguro; 3) Modo de função na vida real – razões que levaram ao abortamento e definição de papéis; 4) Modo de interdependência. Entre as razões para o abortamento espontâneo, foram constatadas a não realização do pré-natal, relações conflitantes de gêneros e familiares, traumas físicos, susto e erro profissional. No caso do abortamento inseguro, as razões referidas foram imaturidade, falta de compromisso na vida, desobediência aos pais, baixa condição financeira e interferência negativa de terceiros. A análise das entrevistas revelou a importância de estímulos como o de dar e receber amor, respeito e valor. Quanto à necessidade de integridade emocional, as entrevistas revelaram dependência afetiva e solidão. Este estudo sinalizou que a enfermeira, assim como os demais profissionais de saúde que prestam o cuidado a adolescentes e jovens, precisa estar atenta à necessidade de tecer, de forma coerente, uma avaliação dos estímulos aos quais essa população está exposta. Sugere-se que o cuidado deve ser de tal forma, que possa proporcionar a essas adolescentes e jovens assumirem uma nova postura diante desafios como o enfrentamento frente ao processo abortivo.
ABSTRACT: The scope of this work is to describe the experience of young people who went through the abortion process and discuss, by the focus of the Theory of Callista Roy, the situations that led to abortion in adolescence and youth. It constitutes a qualitative descriptive study, which used the Life History Method. The research was submitted for review and approval of the Ethics Committee of the Municipal Health and Ethics Committee of the Federal University of Piauí. The subjects were 14 adolescents and young residents in the city of Teresina. Data were collected from open interviews and analyzed according to the Theory of Adaptation and the theoretical reference of authors that broach about the theme. The study presents a category: adaptive modes presented by teenagers and youngsters during the abortion process, according to Callista Roy, whose results were grouped by similarity and relevance to the following subcategories: 1) physiological mode - physical manifestations of abortion, 2) self-concept mode - feelings lived in front of the unsafe spontaneous abortion, 3) Real life function mode - reasons for abortion and definition of roles, 4) Interdependence mode. Among the reasons for spontaneous abortion were found the not performance of the pre-natal, conflicting relationships of gender and relatives, physical trauma, shock and professional mistake. In the case of unsafe abortion, the reasons given were immaturity, lack of commitment in life, disobedience to parents, low monetary condition and negative interference of others parties. The analysis of interviews revealed the importance of stimuli as to give and receive love, respect and value. As the need for emotional integrity, interviews revealed affective dependency and loneliness. This study indicated that the nurse, as well as other health professionals who provide care to teenagers and youngster need to be mindful of the need to establish, consistently, an stimulus evaluation which this population is exposed. It is suggested that care should be such that can provide these adolescents and young people take a new approach to face challenges such as the front of the abortion process.