Abstract:
RESUMO: As principais epidemias contemporâneas relacionam-se aos hábitos de vida não saudáveis, que comprometem a qualidade de vida e a sobrevida das populações, assim surge a necessidade de se planejar e implantar programas de prevenção de doenças cardiometabólicas, particularmente envolvendo estratos populacionais de maior risco, que traduzam para as realidades locais o conhecimento adquirido no âmbito científico. A educação em saúde promove o empoderamento, que é um processo de capacitação das pessoas para ampliar conhecimentos, habilidades e atitudes para assumir com sucesso a responsabilidade com as decisões acerca de sua saúde. Este estudo objetivou analisar o conhecimento de crianças e adolescentes acerca dos fatores de risco para Síndrome Metabólica (SM) antes e após intervenções educativas. Trata-se de um estudo do tipo quase-experimental, comparativo, prospectivo e de intervenção. Realizado no período de fevereiro a novembro de 2016, em escolas públicas da rede municipal e estadual de educação da cidade de Picos-PI. Participaram do estudo 43 estudantes de 9 a 17 anos, com dois ou mais fatores de risco para a SM. Foi realizada a análise do nível de conhecimento por meio da aplicação de pré-teste, com posterior implementação de cinco sessões de educação em saúde acerca da temática, aspectos gerais, cuidados e prevenção. Após os encontros foi aplicado pós-teste em dois momentos, um dia após o último encontro e o outro após 90 dias, quando também foi aplicado um questionário para avaliar atitude para mudança no estilo de vida. Conforme os resultados predominaram estudantes do sexo feminino (60,5%), na faixa etária de 9 a 13 anos (62,8%), de cor parda (46,5%), entre as classes econômicas C1 e C2 (58,1%), que só estudam (100%) e residem com os pais (88,4%). Destes, 16 (37,2%) estudantes estavam com sobrepeso e obesidade. Dos fatores de risco para SM mais prevalentes destacaram-se os TG (51,2%) e HDL-c (51,2%). Identificou-se aumento do nível de conhecimento entre o pré-teste e o pós-teste imediato, contudo não houve aumento entre o pós-teste imediato e o pós-teste tardio, embora a média encontrada no pós-teste tardio seja maior do que a do pré-teste, com diferença estatisticamente significante entre as médias (p<0,0001). Os alunos do sexo feminino e na faixa etária de 9 a 13 anos obtiveram melhores escores de conhecimento. Quanto à atitude referida para mudança no estilo de vida, 48,8% afirmaram que conseguiram mudar os hábitos alimentares, e os que não conseguiram, afirmaram que continuarão tentando, pois querem prevenir doenças, como DM2. Quanto à atividade física, 62,8% afirmaram que já praticavam, quanto aos outros que não praticavam, responderam que tentaram introduzir o hábito, mas não conseguiram. Conclui-se que houve aumento do conhecimento dos participantes após as intervenções educativas, contudo, é necessário que haja realização de programas educativos contínuos para que se possam encontrar resultados positivos em longo prazo...................ABSTRACT: The main contemporary outbreaks are related to unhealthy lifestyle habits that compromise the quality of life and survival of the population, so there is a need to plan and implement prevention of cardiometabolic disease programs, particularly involving population strata of higher risk, that translate to local realities the knowledge acquired in the scientific realm. Health education promotes empowerment, which is a process of enabling people to increase their knowledge, skills and attitudes to successfully take responsibility for decisions about their health. This study aimed to analyze the knowledge of children and teenagers about the risk factors for Metabolic Syndrome (MS) before and after educational interventions. It is a study of quasi-experimental, comparative, prospective and intervention. Conducted from February to November 2016 in public schools in the state and municipal education network in the city of Picos-PI. The study included 43 students 9-17 years old, classified in the first phase of the larger study, with two or more risk factors for MS. It performed the analysis of the level of knowledge through the application of pre-test, with subsequent implementation of five health education sessions on the theme, general aspects, care and prevention. After the meetings was post-test applied in two stages, one day after the last meeting and the other after 90 days, which was also applied a questionnaire to assess attitudes to change in lifestyle. As the results were predominant female students (60.5%), ranging in age from 9 to 13 years (62.8%), mulatto (46.5%), between economic classes C1 and C2 (58, 1%), which only study (100%) and live with their parents (88.4%). Of these, 16 (37.2%) students were overweight and obese. Among the risk factors for metabolic syndrome more prevalent stood out TG (51.2%) and HDL-C (51.2%). It identified an increase in the level of knowledge between pre-test and the immediate post-test, but there was no increase between the immediate post-test and delayed post-test, although the average found in the late post-test is greater than the pre-test, a statistically significant difference between the means of these tests (p <0.0001). Among students, the female and the age range 9 to 13 years had better knowledge scores. As for the attitude towards change in lifestyle, 48.8% were able to change eating habits, and those who could not, said they will continue trying, because they want to prevent diseases such as type 2 diabetes. As for physical activity, 62.8% said they have practiced, as others who did not practice, said they tried to introduce the habit, but could not. It was concluded that there was increase in knowledge after the educational interventions, however, there needs to be conducting continuous educational programs so that they can find positive results in the long run.