O MERCADO DA FÉ: da secularização dos espaços sagrados ao marketing religioso da Igreja Mundial do Poder de Deus no Brasil pós 1998.

Abstract

RESUMO: O presente trabalho dissertativo visa saber como se configura o mercado da fé na Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD) no Brasil pós 1998. Trata-se de uma pesquisa etnometodológica participante com entrevistas não-diretivas realizada com fiéis (modusoperandi-vivendi) nos encontros públicos no Grande Templo dos Milagres da IMPD, Sede Estadual em Teresina (PI). A opção pela temática deu-se em função da sua evidência empresarial no campo das igrejas da terceira onda pentecostal, denominadas de novo pentecostalismo pós anos 1970 do último século no Brasil. No demais, buscar-se-á saber como se configura a metáfora “pequenas igrejas & grandes negócios”, num contexto de igrejas de comando único onde novos empreendimentos religiosos, em “nome de Jesus”, dinamizam uma economia divina carregada de crenças populares e promessas de prosperidade “aqui e agora”. Baseou-se em autores clássicos que se dedicaram à temática no que concerne à lógica de mercado, bem como das novas tendências no campo religioso como Berger (1985), Durkheim (1989), Wach (1990), Campos (1997), Mariano (1999), Mendonça & Velasques Filho (2002), Léonard (2002), Reily (2003), Stark (2008), Otto (2007), Weber (2012), Bourdieu (2010), etc. Partiu-se do protestantismo histórico ao recente (neo)pentecostalismo migratório norte-americano pós início século XX. Para efeitos de classificação do pentecostalismo no Brasil, adotou-se as semelhanças tipológicas de Freston (1993) e Mariano (1999), ou seja, o pentecostalismo clássico (1910-1911), pentecostalismo de transição (1950-1960) e o (neo)pentecostalismo, “hibrido”, autóctone, centralizado no profeta fundador da IMPD pós 1998. Analisou-se a organização da igreja, experiências e suas formas de expressões coletivas a partir da abordagem tipológica de Wach (1990). O mercado da fé, desde a secularização dos espaços sagrados ao marketing e as dimensões econômicas do “toma lá dá cá” segundo a sociologia de Bourdieu (2011).................ABSTRACT: This dissertational work aims to find out how to set up the configuration of the market of faith in the World Church of God Power (WCGP) in Brazil after 1998. This is a participant ethnomethodological research with non-directive interviews carried out with faithful (modusoperandi- vivendi) in public meetings in the Great Temple of Milacres of WCGP, State Headquarters in Teresina (PI). The choice of the theme was given in function of their business evidence in the field of churches of the third pentecostal wave, called New Pentecostalism after seventies of the last century in Brazil. Moreover, it will be sought to know how to set up the metaphor "small churches & large businesses" in the context of churches of single command where new religious enterprises, in the "name of Jesus", streamline a loaded divine economy of popular beliefs and promises of prosperity "here and now". It was based on classical authors applied to the issue concerning the market logic and new trends in the religious field, as Berger (1985), Durkheim (1989), Wach (1990), Campos (1997), Mariano (1999), Mendonça Velasques & Son (2002), Leonard (2002), Reily (2003), Stark (2008), Otto (2007), Weber (2012), Bourdieu (2010), etc. It started from the historical Protestantism to the recent (neo) north-american migratory pentecostalism after the beginning of the twentieth century. For pentecostalism classification purposes in Brazil, it was adopted the typological similarities of Freston (1993) and Mariano (1999), that is, classic pentecostalism (1910-1911), transition pentecostalism (1950-1960) and the (neo) pentecostalism, "hybrid" native, centered on the prophet founder of WCGP after 1998. Subsequently, the WCGP since the origin and organization to the experiences and forms of collective expressions from the typological approach of Wach (1990). The faith market since the secularization of the sacred places to the marketing to the economic dimensions of "give and take", according to Bourdieu's sociology (2011).