Abstract:
RESUMO: INTRODUÇÃO: Estudos têm mostrado alterações no metabolismo do zinco em
mulheres com câncer de mama. Este mineral possui ação antioxidante, e distúrbios
nos seus parâmetros bioquímicos estão relacionados ao pior prognóstico da doença
e agravamento do processo carcinogênico. Portanto, esse estudo avaliou a atividade
da enzima superóxido dismutase e parâmetros bioquímicos relativos ao zinco, bem
como investigou a existência de correlação entre essas variáveis e o marcador do
estresse oxidativo nestas pacientes. MÉTODOS: Estudo caso-controle, envolvendo
66 mulheres, com idade entre 20 e 50 anos, sendo distribuídas em dois grupos:
grupo caso (mulheres com câncer de mama, n=34) e grupo controle (mulheres
saudáveis, n=32). Foram realizadas medidas do índice de massa corpórea e da
circunferência da cintura, bem como analisados a ingestão de zinco, concentrações
plasmáticas e eritrocitárias desse mineral, além da atividade da enzima superóxido
dismutase e da concentração do malondialdeído. A análise da ingestão de zinco foi
realizada por meio do registro alimentar de três dias, utilizando o software Nutwin
versão 1.5. As concentrações de zinco plasmático e eritrocitário foram determinadas
segundo o método de espectrofotometria de absorção atômica de chama (λ= 213,9).
A determinação da atividade eritrocitária da enzima superóxido dismutase foi
realizada pelo método colorimétrico de Griess. A concentração plasmática do
malondialdeído foi analisada pela medida da produção de substâncias reativas ao
ácido tiobarbitúrico. Os dados foram organizados no programa estatístico SPSS for
Windows 18.0. RESULTADOS: Os valores médios da ingestão de zinco estavam
superiores às recomendações, sem diferença estatística entre os grupos estudados
(p>0,05). As concentrações médias do zinco plasmático foram de 60, 45 ± 7,46
μg/dL para as mulheres com câncer de mama e de 64,59 ± 10,07 μg/dL para o
controle (p>0,05). A média do zinco eritrocitário foi de 37,51 ± 8,26 μgZn/gHb e de
35,97 ± 5,57 μgZn/gHb para as mulheres com câncer de mama e para o controle,
respectivamente (p>0,05). As médias da atividade da enzima superóxido dismutase
e da concentração do malondialdeído foram respectivamente, 8924,32 ± 3829,35
μgSOD/gHb e 5,02 ± 4,55 µmol/L para as mulheres com câncer de mama e 7170,14
± 3132,32 μgSOD/gHb e 3,95 ± 1,55 µmol/L para o grupo controle. Não houve
correlação estatística significativa entre os parâmetros do zinco e a concentração da
enzima superóxido dismutase e do malondialdeído. CONCLUSÃO: A partir dos
resultados desse estudo, pode-se pressupor que a ingestão de zinco pelas mulheres
com câncer de mama não influencia as concentrações plasmáticas e eritrocitárias
desse mineral. A atividade da enzima superóxido dismutase elevada nas mulheres
com câncer de mama parece ser decorrente de um mecanismo de regulação
compensatório mediante o estresse oxidativo presente nessa doença. ABSTRACT: INTRODUCTION: Studies have shown changes in zinc metabolism in women with
breast cancer. This mineral has antioxidant activity and disturbances in their
biochemical parameters are related to worse prognosis and worsening of the
carcinogenic process. Therefore, this study evaluated activity of superoxide
dismutase and the biochemical parameters related to zinc, and investigated the
correlation between these variables and the marker of oxidative stress in these
patients. METHODS: A case-control study, involving 66 women, aged between 20
and 50 years, divided into two groups: study group (women with breast cancer, n=34)
and control group (healthy women, n=32). Measures of body mass index and waist
circumference, as well as analyzed zinc intake, plasma and erythrocyte
concentrations of this mineral were held, besides the activity of superoxide dismutase
and concentration of malondialdehyde. Analysis of zinc intake was performed using
the three-day food record using Nutwin software version 1.5. Concentrations of
plasma and erythrocyte zinc were determined by the method of atomic absorption
spectrophotometry flame (λ=213.9). The determination of the activity of erythrocyte
superoxide dismutase was performed by the colorimetric method of Griess. The
plasma concentration of malondialdehyde was analyzed by measuring the production
of thiobarbituric acid reactive substances. Data were organized in SPSS for Windows
18.0. RESULTS: The mean values of zinc intake were higher than
recommendations, with no statistical difference between groups (p> 0.05). The mean
plasma zinc concentrations were 60, 45 ± 7.46 mg/dL for women with breast cancer
and 64.59 ± 10.07 mg/dL in the control (p> 0.05). The mean erythrocyte zinc was
37.51 ± 8.26 μgZn/gHb and 35.97 ± 5.57 μgZn/gHb for women with breast cancer
and the control, respectively (p> 0.05). The average activity of superoxide dismutase
and concentrations of malondialdehyde were respectively , 8924,32 ± 3829,35
μgSOD/gHb and 5,02 ± 4,55 µmol/L for women with breast cancer and 7170,14 ±
3132,32 μgSOD/gHb and 3,95 ± 1,55 µmol/L for the control group. There was no
statistically significant correlation between the parameters of zinc and the
concentration of superoxide dismutase and malondialdehyde. CONCLUSION: The
results of this study, it can be assumed that zinc intake by women with breast cancer
does not affect the plasma concentrations and erythrocyte of this mineral. The
activity of the enzyme superoxide dismutase higher in women with breast cancer
seems to be due to a mechanism for compensatory regulation by oxidative stress
present in this disease.