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RESUMO: O câncer de próstata (CaP), tem sido alvo de estudos com o objetivo de melhor entendimento das vias moleculares e fatores genéticos que influenciam a susceptibilidade, evolução e desfecho. O aumento da expectativa de vida da população, bem como as patologias que acometem a faixa etária de idosos tornaram-se tema de interesse mundial. Os homens representam uma parcela da população vulnerável do ponto de vista de intervenção em saúde, uma vez que apresentam mortalidade seis anos mais precoce que as mulheres. Entre as causas de morbidade e mortalidade neste grupo, o CaP figura como importante problema de saúde pública. Neste contexto, sobressaem-se as quimiocinas, que foram descritas como participantes no tráfico de células inflamatórias, sendo implicadas também no desenvolvimento do câncer e outras doenças de fundo inflamatório. Nas últimas décadas, as quimiocinas, e seu papel na evolução do câncer tem sido intensamente investigados. Entre estes, encontram-se os receptores CCR2 e CCR5, implicados, inicialmente no tráfico de células inflamatórias e atualmente no desenvolvimento do câncer de várias origens. Nosso estudo busca verificar associação entre o câncer de próstata e a presença dos polimorfimos genéticos CCR2-Val64Ile e CCR5-Δ32 em uma população no Estado do Piauí-Brasil, avaliando a associação com a susceptibilidade ao mesmo, PSA ao diagnóstico, estadiamento tumoral, escore de Gleason e agressividade. Também foi testada a presença de desequilíbrio de ligação entre os genes. O desenho do estudo constituiu-se de caso-controle, dispondo-se de uma amostra de 185 casos de câncer de próstata e 185 controles. Os 185 indivíduos do grupo caso tiveram suas amostras de tumor (após prostatectomia ou biópsia) ou sangue periférico genotipados para verificar a ocorrência ou não dos polimorfismos de interesse. Os 185 indivíduos do grupo controle tiveram amostras de sangue periférico genotipadas quanto aos polimorfismos em estudo. Os casos e os controles foram comparados em relação à presença do polimorfismo. Os dados foram submetidos a avaliação estatística, utilizando-se qui-quadrado. Observamos desequilíbrio de ligação moderado entre os genes avaliados (D’=0,559; r²=0,001). Não se observou associação entre a ocorrência de câncer de próstata e a presença dos polimorfismos CCR2-Val64Ile (OR=0,89; 95% IC=0,56-1,41; p=0,70 para o genótipo Val/Ile; OR=1,39; 95% IC=0,28-5,83; p=0,95 para o genótipo Ile/Ile) e CCR5-Δ32(OR=0,48; 95% IC=0,19-1,22; p=0,18). Não foram observadas associações da presença dos polimorfismos com susceptibilidade ao CaP nem com agressividade para CCR2-Val64Ile (OR=1,45; 95% IC=0,69-3,02; p=0,40 para PSA ≥ 20, OR=0,59; 95% IC=0,26-1,36; p=0,29 para TNM com tumor ≥ 2Tc e OR=1,21; 95% IC=0,61-2,43; p=0,71 para escore de Gleason), nem para CCR5-Δ32(OR=1,01; 95% IC=0,22-4,68; p=0,7 para PSA e OR=3,21; 95% IC=0,39-27,32; p=0,47 para escore de Gleason). Nossos resultados não revelaram associação entre os polimorfismos CCR2-Val64Ile e CCR5-Δ32 e CaP em uma população no Nordeste do Brasil. Efeito preditor de melhor prognóstico de CCR5-Δ32 poderá ser avaliado em amostra com maior número de indivíduos. |
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