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Introdução: O consumo de álcool e outras drogas é um problema de abrangência
mundial que tem impacto nos indicadores epidemiológicos, econômicos, familiares,
jurídicos, sociais e de saúde. Atenção especial deve ser dada as mulheres por
serem mais vulneráveis as implicações oriundas desta prática, dentre elas o
sofrimento mental, uma síndrome clínica caracterizada pela presença de sintomas
depressivos, de ansiedade e sintomas físicos (somatização). Objetivo: analisar o
uso de álcool e outras drogas e sofrimento mental em mulheres atendidas na
Estratégia Saúde da Família. Metodologia: estudo analítico e transversal, realizado
no Estado do Piauí, com 369 mulheres dos municípios de Teresina, Parnaíba, Picos,
Floriano e Bom Jesus. Os dados foram coletados no período de agosto de 2015 a
março de 2016 por meio da aplicação do Alcohol Use Desorders Identification Test,
Non-Student Drugs Use Questionnaire e Self-Reporting Questionnaire. Para análise
utilizou-se o software Statistical Package for the Social Science, versão 20.0. Foram
realizadas estatísticas descritivas (medidas de tendência central) e inferenciais
(regressão logística linear e multivariada; teste de Mann -Whitney e Kruskal-Wallis;
teste de correlação de Spearman). Resultados: A amostra se caracterizou por
mulheres adultas jovens, pardas, casadas, católicas, com filhos, naturais do interior
do Estado, que estudaram em escolas públicas (±10 anos de estudo), com emprego
formal e renda individual média superior a um salário mínimo. A prevalência do
consumo de álcool foi de 50,1%, tabaco 17,9%, tranquilizantes 15,7%, maconha
4,9%, solventes e cocaína 1,9%. Das mulheres entrevistadas 37,1% apresentavam
sofrimento mental. As mulheres que possuem padrão de “possível dependência” de
álcool têm 2,1 vezes mais chance de sofrimento que aquelas que fazem “uso de
risco”. O teste de correlação de Spearman reforçou esse desfecho demonstrando
que quanto mais intenso o consumo de bebidas alcoólicas mais grave é o sofrimento
mental (p=0,000 e r=0,250). O consumo de tabaco aumenta em 3,5 vezes as
chances de sofrimento (IC=2,0-6,1), os tranquilizantes em 2,6 vezes (IC=1,4-4,6) e a
maconha em 4,5 vezes (IC=1,6-13,6). Conclusão: A prevalência do consumo de
álcool/outras drogas e sofrimento mental é considerada alta na amostra. O “uso de
risco” foi o padrão de consumo de álcool mais identificado. O uso do tabaco foi
considerado pesado (±1,5 maços/dia). O consumo de álcool, tabaco, maconha e
tranquilizantes aumenta a chance das mulheres apresentarem sofrimento mental.
Aponta-se a necessidade de políticas públicas de saúde mais eficazes para
prevenção do consumo de álcool, outras drogas e sofrimento mental em mulheres e
de ações de qualificação profissional que possam dar melhor sustentabilidade ao
processo de implementação das ações propostas, tanto nas políticas de saúde da
mulher, saúde mental quanto naquelas de enfrentamento ao consumo de álcool e
outras drogas. A principal recomendação para gestão e assistência de enfermagem
inclui o uso de ferramentas para o rastreamento do consumo de álcool, outras
drogas e sofrimento mental na rotina das consultas de enfermagem na Atenção
Básica. ABSTRACT: Introduction: Alcohol and other drugs consumption is a worldwide problem which
affects epidemiologic, economic, familiar, juridical, social and health indicators.
Special attention must be given to women for being more vulnerable to the
implications of this practice, such as mental disorder, a clinical syndrome
characterized by depressive symptoms, anxiety and physical symptoms
(somatisation). Objective: Analyse alcohol and others drugs use and mental disorder
of women treated at Family Health Strategy. Methodology: Analytic and cross-sectional study performed at Piauí state with 369 women from the cities of Teresina,
Parnaíba, Picos, Floriano and Bom Jesus. The data were collected from August to
March 2015 by use of Alcohol Use Disorders Identification Test, Non-Student Drugs
Use Questionnaire e Self-Reporting Questionnaire. For data analysis it was used the
Statistical Package for the Social Science software, version 2.0 for performing
descriptive (measures of central tendency) and inferential statistic (multiple and linear
regression; Mann- Whitney and Kruskal-Wallis test and Spearman’s correlation).
Results: The sample was characterized by young adult women, brown, married,
catholic, with children, born at country area, had studied at public schools (±10 years
of studies), formally employed with individual medium income higher that one basic
wage. The prevalence for alcohol consumption was 50.1%, tobacco 17.9%, sedative
15.7%, marijuana 4.9%, solvent and cocaine 1.9%. From the interviewed women
37.1% presented mental disorder. The women that shows “possible dependence” of
alcohol have 2.1 times more chance of disorder than the ones that shows “risk use”.
Spearman’s correlation reinforced this result by demonstrating that the higher the
alcohol consumption more serious is the mental disorder (p=0.000 e r=0.250).
Tobacco consumption increases the chance of disorder in 3.5 times (IC=2.0-6.1),
sedatives in 2.6 times (IC=1.4 - 4.6) and marijuana in 4.5 times (IC=1.6 -13.6).
Conclusion: Alcohol/other drugs consumption and mental disorder prevalence is
considered high at the sample. “Risk use” was the most identified alcohol
consumption pardon. Tobacco use was considered heavy (±1,5 packs per day).
Alcohol, tobacco, marijuana and sedatives consumption increases the chances of
mental disorder on women. It highlights the need of more effective public health
policies for the prevention of alcohol and other drugs consumption and mental
disorder among women, and professional qualification measurements to support
proposed implementations at women’s health, mental health and dealing with alcohol
and other drugs consumption. The main recommendation for nursing assistance
includes tracking alcohol and other drugs consumption and mental disorder on the
routine nursing appointment at Basic Attention. |
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