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RESUMO: A expansão da fronteira agrícola é histórica no Brasil, pois desde a colonização implantaramse
grandes projetos agrícolas para exportação. Assim, para incentivar as transformações
urbanas, industriais e agrícolas a partir da década de 1950, o Governo Federal instituiu
políticas que visavam à integração nacional, como a inserção dos cerrados brasileiros em
função das grandes extensões de terras planas desocupadas e a necessidade de equilibrar o
balanço de pagamentos. Nessa perspectiva, nos anos de 1970, este contexto aliado aos baixos
preços das terras e da mão-de-obra local, à favorabilidade das terras para a mecanização, aos
incentivos fiscais e financeiros concedidos pelos Governos Federal e Estadual, despertou o
interesse de grupos empresariais do Centro-Sul do país para instalar-se, inicialmente, com
projetos de reflorestamento e, posteriormente, de produção de grãos, no cerrado piauiense e,
particularmente, no município de Uruçuí, que atualmente é o maior produtor de soja do
Estado. Diante desse cenário questionou-se, como o agronegócio de grãos em implementação
em Uruçuí provocou a (re)produção do espaço rural/urbano? Para a efetivação do estudo
analisou-se a implantação dos projetos produtores de grãos, em particular, soja, os quais
formam os gestores do processo de reorganização territorial e ambiental em Uruçuí, a partir
dos anos de 1990. Para tanto, fez-se necessário discorrer sobre as concepções de espaço,
território e territorialidade, analisar as dimensões de desenvolvimento sustentável local,
caracterizar os agentes econômicos que estimularam as mudanças e a interdependência dos
espaços rural e urbano, bem como identificar as consequências ambientais resultantes da
reorganização espacial, social e ambiental no município sob apreciação. Nesse sentido,
fizeram-se levantamento bibliográfico, documental e pesquisa de campo junto a 342
representantes de diversos segmentos sociais, como moradores e comerciantes da cidade,
residentes em assentamentos e povoados na zona rural e, representantes de projetos graníferos,
por meio de entrevistas e questionários, registro fotográfico, diário de campo com vistas a
analisar os impactos econômicos, espaciais e ambientais no município. No entanto, através da
pesquisa, constatou-se que a instalação dos projetos agrícolas em Uruçuí foi determinante para
a reestruturação dos espaços urbano e rural, com a finalidade de atender as necessidades e
interesses dos produtores agrícolas, a qual redundou em novos arranjos territoriais, como a
modificação do espaço rural com o predomínio das grandes lavouras de soja, milho e arroz e,
na área urbana, derivado do crescimento horizontal da cidade com a criação de condomínios
fechados para funcionários da Bunge Alimentos e o surgimento de terrenos destinados a
loteamentos afastados da zona urbana acerca de 9 (nove) km, na região denominada de Novo
Uruçuí.
ABSTRACT: The expansion of the agricultural border is historical in Brazil because since the colonization
the huge agricultural projects for exportation have been implanted. Thus, to stimulate the
urban, industrial and agricultural transformations from the decade of 1950, the federal
government instituted politics that aimed at the national integration, like the insertion of the
Brazilian savannah in function of the huge extensions of vacated plain lands and the necessity
to equilibrate the balance of payments. In this perspective, in the years of 1970, this context
ally to the low prices of lands and the local labor, to the favorability of lands for
mechanization, to the tax and financial incentives granted by the federal and state
governments, it woke up the interest of enterprise groups of the South-Center of the country in
order to install themselves, initially, with reforestation projects and, later, grains production, in
the savannah of Piaui and, particularly, in the city of Uruçui that, at this moment, is the
greatest producer of soy in the State. In the face of this scene it was questioned, how the agrobusiness
of grains in implementation in Uruçui provoked the re-production of the rural/ urban
space? For the effectiveness of the study it was analyzed the implantation of the grain
producers projects, in particular, the soy, which form the managers of the process of territorial
and environmental reorganization in Uruçui, from the years of 1990. For so much, it became
necessary to discourse on the conceptions of space, territory and territoriality, to analyze the
dimensions of local sustainable development, to characterize the economic agents that had
stimulated the changes and the interdependence of the rural and urban spaces, as well as to
identify the environmental consequences resultant of the environmental, social and spatial
reorganization in the city under appreciation. In this direction, it was done bibliographical,
documental survey and field research with 342 representatives of diverse social segments, like
residents and merchants of the city, that live in settlements and in villages at the rural zone
and, representatives of grain projects, through interviews and questionnaires, photographic
register, field dairy with the attempts at analyzing the environmental, spatial and economic
impacts in the city. However, through the research, it was evidenced that the installation of the
agricultural projects in Uruçui was determinative for the restructuring of the urban and rural
spaces, with the purpose of assisting the needs and interests of the agricultural producers,
which resulted in new territorial arrangements, like the modification of the rural space with
the predominance of the huge soy, maize and rice farmings and, in the urban area, derivative
of the horizontal growth of the city with the creation building of closed condominiuns for
employees of the Bunge Alimentos and the emergence of land destined to divisions into plots
moved away from the urban zone 9 (nine) km, in the region called New Uruçui. |
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